Patricio Young , Chile •
Na minha opinião, no Chile, nossa Mãe nos falou fortemente nos últimos anos e não soubemos ou não quisemos ouvi-la. —
Não acreditamos em coincidências, mas sim nas “Deusdências”. Nosso Padre dizia; “Nada é casual, tudo provém da vontade de Deus.”
Sendo assim, diante da situação que vivemos como país, acredito que não soubemos ouvir sua mensagem a tempo, apesar que nos tenha dado grandes sinais.
Quero fazer uma interpretação pessoal e compartilhá-la com vocês. Certamente podem haver outras tão valiosas ou mais que a minha.
18 de janeiro de 2018
Primeiro, o 18 de janeiro de 2018, que correspondia ao último dia em que o Papa Francisco esteve em nosso país, roubam sua coroa do Santuário de Bellavista. O que isso quer nos dizer?
O Papa celebra a Missa da Virgem do Carmo em Iquique e ele nos diz: “Como Maria em Caná, procuremos aprender a estar atentos em nossas praças e cidades e reconhecer aqueles que têm a vida” aguada “; que perderam – ou que lhes roubaram – as razões para celebrar; os tristes de coração. E não tenhamos medo de levantar nossa voz para dizer: “eles não têm vinho”. O clamor do povo de Deus, o clamor dos pobres, que tem forma de oração, aumentando o coração e nos ensina a estar atentos. Devemos estar atentos a todas as situações de injustiça e as novas formas de exploração que se expõem tantos irmãos a perder a alegria da festa. Vamos estar atentos à precariedade do trabalho que destrói vidas e lares. Temos que estar atentos àqueles que tiram proveito da irregularidade de muitos migrantes porque não conhecem o idioma ou não têm os documentos dentro da lei. Devemos estar atentos à falta de teto, terra e trabalho de tantas famílias. E como Maria dizer: eles não têm vinho, Senhor. ”
O Papa nos mostra como a Mãe Santíssima ensina que devemos estar atentos às necessidades do outro, àqueles que são invisíveis aos nossos olhos, especialmente quando vivemos em uma bolha social.
Para muitos que “não têm vinho” em nosso país.
Com o roubo da coroa, realizado talvez por quem hoje gera violência, não seria que nossa Mãe queria “descer”, como o Papa Francisco nos diz, e não estar em uma posição como Rainha? No Magnificat, Ela nos diz: “Manifestou o poder do seu braço, desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.”
Um amigo me disse naqueles dias que um Padre havia lhe dito: “Então você é de Schoenstatt, que bom. Sabe, eu acho que vocês ficaram com a primeira parte do Magnificat e esqueceram a segunda.”
Isso realmente aconteceu conosco e acho que, naquele dia, Ela queria nos dizer isso. “Eu não posso estar aqui como rainha se meus filhos no país estão sofrendo e vocês parecem não vê-los.” Diante do clamor do pobre que sofre, aí está Maria, a humilde mulher, mãe, servidora, intercessora, que diz ao seu filho: “Eles não têm vinho”.
Ela, mais do que rainha, quer ser uma servidora de todos e principalmente dos mais necessitados!

Brujas – A Adoração dos Reis Magos e a cena do casamento de Caná no neogótico do século XIX, igreja de San Jacopo (Jakobskerk). iStock Getty Images 501536351/sedmak
18 de outubro de 2019
Segundo: em 18 de outubro de 2019, no dia do aniversário da fundação de nosso movimento, um grande movimento social é desencadeado no país. Logo após 100 anos de Hörde. Incrível! O que você quer nos dizer?
O Padre Fundador formou esse movimento para ajudar a construir uma nova ordem social a partir de filhos que se comprometam com sua autoformação e crescimento em santidade. Este último fim nos perdeu ao longo do caminho.
Nossa Mãe Santíssima nos diz que devemos gerar um movimento aberto a todos, independentemente de status social, sexo, situação familiar. Que gestemos uma sociedade menos egoísta e mais solidária, assim como ela nos educou com seu testemunho. Uma sociedade com oportunidades para todos, menos desigual e mais equitativa. Um país que supere todos os tipos de abuso e dos aproveitamentos dos “vivos” que estão em todos os setores.
Naquele dia o Senhor em seu evangelho nos dizia: “Ide! Eis que eu os envio como cordeiros no meio de lobos. Não carregue bolsa, mochila ou sandália. A ninguém cumprimente ao longo do caminho.
Quando você entrar em uma casa, diga primeiro: “Paz nesta casa”. Se houver alguém lá digno de paz, repousará sobre ele a paz, se não, a bênção não será cumprida. [b] Permaneçam naquela casa e comam e bebam o que eles têm, porque o trabalhador tem direito ao seu salário. Não andem de casa em casa” Lucas (10,1-9).
O Senhor e nossa Mãe Santíssima nos pedem para “descermos” para participar da realidade da pobreza e não nos contentarmos com a caridade ou a visita esporádica das missões familiares. Que possamos convidar os mais necessitados a formar parte da nossa família. Que façam parte dos nossos Ramos, União e Institutos. Não como uma exceção, mas sim plenamente.
Os mais esquecidos não precisam de caridade, precisam de proximidade, apoio e amor. Talvez esse deva ser o nosso apostolado. Vamos abrir, não vamos somente visitá-los. Sem dúvida nós seremos os mais enriquecidos e teremos uma visão mais ampla da vida e da sociedade.
8 de novembro de 2019
Terceiro: em 8 de novembro, o primeiro dia do mês de Maria, eles queimaram sua imagem em Santiago.
Todos ficamos emocionados, isso nos doeu profundamente. Também nos encheu de raiva porque não fazia sentido algum. O que quer nos dizer com isso?
Sem dúvida que é um vandalismo, um absurdo. Mas quem a incendiou, queremos ou não, é um filho de Deus e um filho da nossa sociedade. Talvez um dos NiNi*, um dos 600.000 que nem estudam, nem trabalham e que tenhamos abandonado. Que se dedicam às drogas e ao álcool. Alguns até estudaram cursos técnicos e não conseguem encontrar trabalho, outros cometeram crimes e não lhes demos a oportunidade de se reintegrar. Eles estavam invisíveis até ontem, faziam parte dos “descartados” apontados pelo Papa.
A Mãe está disposta a ser consumida por esses filhos e por todo o Chile. Paradoxalmente o fogo está relacionado nas Escrituras Sagradas à ação de Deus que ilumina, arde, purifica, revela, conduz.
O fogo que purifica: Cristo te comunica a radicalidade porque é precisamente o fogo que permite que metais, como o ouro, sejam purificados e tenham o mais precioso dele. O fogo que se espalha e quando toma força suficiente é muito difícil de apagar. Enquanto o fogo interior vem do amor, da paixão. Esse é o fogo que Cristo nos acende.
Neste mês em sua homenagem, nossa Mãe Rainha, quer que o fogo que destruiu violenta e injustamente nosso país (como a morte de seu filho), sirva como motivo de purificação no amor e na solidariedade, acenda em nós um grande fogo interior que nos consuma e que se propague para fazer realidade a nova ordem social em Cristo, querida por nosso Padre Fundador.
* NiNi: termo utilizado em Chile relacionado aos jovens que não estudam e não trabalham
Três momentos em que a Mãe Rainha nos falou. Ouçamos, vamos meditar sobre o que Ela quis nos dizer e tenhamos uma grande esperança de que Cristo sempre vence.
Original: Espanhol. 05 de Janeiro de 2020. Tradução: Glaucia Ramirez, Ciudad del Este, Paraguai/Melissa Rossatti, Caieras, Brasil