HOMENS SÃO JOSÉ 2021 | Klaus Wittmann, Alemanha•
The Joseph Challenge 2021 by schoenstatt.org, only for men (O Desafio José 2021 de schoenstatt.org, apenas para homens): Homens de diferentes opções vocacionais na Aliança de Amor, de diferentes países e gerações, deixam-se desafiar pela carta sobre José do Papa Francisco Patris Corde, “esta figura extraordinária, tão próxima da nossa condição humana” e partilham o que mais os influencia e motiva na figura de São José e na carta do Santo Padre sobre ele. Hoje é Klaus Wittmann da Alemanha, membro activo da Academia Internacional Kentenich para Executivos de Empresas (IKAF); descobriu para si próprio o ponto 7: pai na sombra. —
Penso em como me tornei pai – foi um desafio! Eu não queria fazer nada errado e, mesmo assim, algumas coisas correram-me mal. Lembro-me de uma situação em que me senti completamente exigido: o menino gritava mesmo que, eu já tivesse tentado todo o tipo de coisas para o acalmar. Estava sozinho e não sabia como me ajudar a mim próprio, por isso abanei-o. Algo que não me perdoei até hoje.
Tenho sentido a responsabilidade pelas crianças desde o primeiro dia e não me arrependo de nenhum dia em que pude tomar conta delas.
A castidade é estar livre do afã de possuir em todas as áreas da vida. Só quando um amor é casto é que é amor verdadeiro. O amor que quer possuir, no final, torna-se sempre perigoso, aprisiona, sufoca, fazendo-nos infelizes. O próprio Deus amou o Homem com um amor casto, deixando-o livre até para cometer erros e voltar-se contra Ele.
Liberdade, esse é o meu tema e, por isso, este ponto diz-me muito. O meu próprio desejo de liberdade já era muito forte quando era jovem. Como pai, quero dar o exemplo deste valor e transmiti-lo aos meus filhos. Isso é mais fácil de dizer do que de fazer. Os nossos filhos são agora jovens adultos que estão a fazer muito para não se adaptarem e serem diferentes: pelo penteado, pela roupa, pela falta de objectivos, pela letargia, etc.
Muitas vezes, volto a cair na comparação dos meus valores com a vida (estado actual) dos meus filhos. Realmente, deveria dizer que não é o estado actual, mas o que percebo e o que acredito ser a visão global da realidade como um todo. Que presunção e que falácia! Acontece-me, vezes sem conta, criticar os meus filhos abertamente ou nas entrelinhas pelo seu modo de vida ou pela sua aparência, em comparação com o que considero ser o padrão. Às vezes, são coisas pequenas, mas porque não faço um esforço e digo apenas coisas simpáticas e edificantes?
O verdadeiro amor de José é então, como disse o padre José Kentenich, a educação abnegada de caracteres fortes, livres (e sacerdotais).
Como é belo ver a autonomia dos filhos, e como me orgulho de ser pai quando eles próprios “conquistaram” algo. O meu encorajamento serviu de alguma coisa.
Actualmente, o nosso filho fala em ir, durante alguns anos, para os Estados Unidos. No início, como pais, ficámos surpreendidos com a novidade e também assustados.
Mas percebemos o seu desejo e o seu entusiasmo em descobrir coisas novas por si próprio. Nós apoiamo-lo. Ele já não estará ao meu cuidado e, em grande parte, eu já não poderei ser-lhe útil. Eu serei pai na sombra.
Estou a pensar no romance “A Cabana” de William Paul Young. A personagem principal Mackenzie tinha uma relação cortada com o seu pai terreno. Como foi difícil para ele, nessa história, relacionar-se com Deus Pai.
Aqui também vejo uma responsabilidade muito especial para os pais. Que imagem de pai é que eu reflicto para os meus filhos para que, possam aceitar o amor, a bondade e a misericórdia de Deus, porque verdadeiramente fizeram a experiência de um pai amoroso?
A alegria e os momentos felizes com os meus filhos adultos vêm quando sou capaz de reflectir algo desta paternidade divina, quando eu, como pai, fui capaz de ser a sombra do Pai do Céu.
Original: Alemão (8/1/2021). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal