Christian

Posted On 2021-07-24 In Schoenstatteanos

Cristián Pérez Fernández – aquilo da viagem ao lago Calafquén

CHILE, Jorge Herranz Galilea •

Cristián Pérez Fernández deixou-nos recentemente, após uma longa vida de profundo compromisso com Schoenstatt, especialmente no Ramo dos Homens. Conheci Cristián a 8 de Maio de 1954, na minha primeira visita ao Santuário de Schoenstatt em Bellavista, convidado por Víctor Alamos (um colega de escola), para uma reunião do grupo da Juventude Masculina em formação para esse ano. O grupo era liderado por Hernán Alessandri, que nessa altura estudava Direito na Universidade do Chile, e era composto por 17 jovens estudantes universitários de diferentes Cursos. —

Mat.CristiánPérez-PilarVial-Ab.20,1958

Casamento, 20/4/1958

Era um grupo de pessoas notáveis, com grande sensibilidade artística. Cristián logo se destacou como uma pessoa excepcional, muito inteligente, culta e acima de tudo equilibrada. Esta condição provou ser necessária neste grupo, especialmente nas centenas de horas de reuniões, dias e retiros em que, se realizaram discussões teológicas ou outras. Cristián esteve sempre presente para contribuir com a sua erudição e equilíbrio.

O nome e Ideal do grupo era “Portadores da Vitória”. Quatro padres saíram dele: os padres Pedro Guzmán, Ricardo Bravo, Jorge Zegers e Christian Christensen. Vários de nós ainda se encontram em Schoenstatt. A estreita ligação entre nós significou quase 70 anos de fraternidade espiritual e lealdade da Mãe connosco.

Nos anos 50 do século passado havia muita discussão em Bellavista nos grupos Caballeros del Fuego, Sicut Ventus, Triarios, Caballeros del Santo Graal e outros, se estes deveriam ser para toda a vida ou transitórios… As nossas histórias de vida de quase 70 anos, de Cristián Pérez, Ricardo Peralta, Pablo Domeyko, Carlos Jouanne, Gonzalo Zegers, Jorge Herranz e outros, são a prova provada de que os grupos de vida podem e devem ser para toda a vida, especialmente em tempos tão instáveis e pagãos como os que vivemos. Pertencer a uma comunidade de vida, baseada na Aliança de Amor com a Mãe no Santuário, é essencial para não se naufragar no mar tempestuoso da vida de hoje.

Foi esta vivência que levou os grupos masculinos em Bellavista no final dos anos 60 – tanto os formados pelo Pe. Ernesto como pelo Pe. Benito, que não tinham optado pelo sacerdócio, e que por isso ainda estavam no mundo leigo, trabalhando como homens casados ou solteiros – a fundarem o Ramo dos Homens do Chile. Muitos de nós, ainda activos no Ramo, estivemos envolvidos nesta fundação, claro que Cristian Pérez foi um dos fundadores, juntamente com vários outros membros do grupo “Portadores de la Victoria” (Portadores da Vitória).

santuario HogarA participação de Cristián Pérez na fundação do Ramo foi fundamental e decisiva, como podemos testemunhar olhando para trás, aqueles de nós que privámos com ele todos estes anos no grupo Abba, em última análise o grupo mais antigo do Ramo dos Homens. Cristián era verdadeiramente um “fora de série” como pessoa, com a sua inteligência, como irmão de grupo e como amigo. Ele era um bom ouvinte e um conselheiro preciso e atencioso. Tinha uma grande paixão pelo conhecimento e pela verdade, atributos que são, cada vez mais, raros no mundo de hoje. A conversa com ele sobre qualquer assunto foi sempre um prazer e uma experiência de aprendizagem.

Vínculo com o Pe. Esteban Uriburu

Numa ocasião, penso que foi no Verão de 1956, Cristián estava a viajar com Hernán Krause de comboio para o sul, para o campo de férias no Lago Calafquén.

Viajavam sozinhos, não tinham podido ir com o grande grupo que tinha partido mais cedo.

Viajavam pacificamente, conversando e olhando para a paisagem do sul, quando Hernán, observando os outros passageiros, reparou que na mesma carruagem estavam dois jovens como eles, e argentinos.

Hernán, que não tinha medo de nada, sugeriu a Cristián que fosse falar com eles para os convidar para o acampamento.

Para Hernán, que era um “tanque apostólico”, isto era a coisa mais normal porque ele o tinha feito muitas vezes. Para Cristián era algo bastante novo, mas de qualquer modo tomou coragem e foi falar com os dois argentinos. Pode imaginar-se como deve ter sido para os dois “chés”, que provavelmente estavam numa viagem turística no sul do Chile, serem abordados por estes dois chilenos e convidados a descer na estação seguinte e irem com eles para um “acampamento mariano”.

Deve ter sido uma conversa muito agradável, em que tanto Hernán como Cristián mostraram o seu impulso apostólico, porque no final os dois argentinos concordaram em sair para os acompanharem até ao acampamento.

Eu estive no dito acampamento, por isso testemunhei quando os dois convidados chegaram com um olhar de “não entendo nada” nos seus rostos. Todos no acampamento os receberam com grande afecto e alegria.

A mão da Mãe foi clara neste episódio, porque um dos dois argentinos era Esteban Uriburu, que, não só entrou em Schoenstatt, como foi ordenado sacerdote. Assim, Cristián foi um instrumento muito fiel ao trazer o Pe. Esteban para Schoenstatt.

1956: Bellavista, detrás del Santuario. Delante: Frater Ricardo Bravo,Christian Christensen, Frater Vicente Serró, Hernan Krausse, Cristián Pérez, Jorge Herranz. Atrás: Vittorio Cintolesi, Martín Dominguez,Frater Francisco Mena, Luciano Tomassini, Frater Pedro Guzmán

1956: Bellavista, por trás do Santuário. Na frente: Frater Ricardo Bravo,Christian Christensen, Frater Vicente Serró, Hernan Krausse, Cristián Pérez, Jorge Herranz. Atrás: Vittorio Cintolesi, Martín Dominguez,Frater Francisco Mena, Luciano Tomassini, Frater Pedro Guzmán


Foto da capa:

1957: Acampamento Calafquén. Equipa de futebol constituída por futuros padres a jogar contra a equipa da Obra Familiar. Em pé, segundo, da esquerda para a direita, Hernán Alessandri, na mesma linha, na extrema direita, Luis Ramírez.

Fonte: Vínculo. Julio de 2021. Com permissão

Original: espanhol (23/7/2021). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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