Posted On 2017-06-23 In Schoenstatteanos

Temos que contar…a vida do Padre Pablo Peláez

ALEMANHA/EQUADOR, Maria Fischer

Paulo percorreu e explorou esta terra, no verdadeiro sentido da palavra, durante 50, quase 51 anos. Uma viagem com muitas estações, muitas deslocações, com muita alegria e, nos últimos anos, com muito, muitíssimo sofrimento. E todos nós, os que estamos hoje aqui, e muitos outros, encontrámos Pablo Enrique Peláez Ronquillo em seus caminhos, percorrendo-os com ele durante mais ou menos. E poderíamos contar….e temos que contar….“

Nestes momentos, na homilia do funeral de “Padre Pablo“, P. Pablo Peláez, parecem despertar-se numerosas histórias nos corações de quantos participavam na Igreja Paroquial de São Huberto, em Rennerod, que se encontrava repleta de gente e adornada como para uma grande festa. Histórias de encontros com este „equatoriano de Westerwald“, tão querido nas suas paróquias do Westerwald, fizeram com que muitíssima gente, neste frio 17 de Junho, não deixasse de assistir ao seu funeral.

Famílias e Família

Pablo morreu na tarde da festa da Santíssima Trindade, minutos depois que na sua cidade natal, Guayaquil, Equador, terminara a santa Missa no Santuário, no qual tanto se rezou nesse dia e durante a sua enfermidade. “Sua irmã Carmo escreve que, a pensar em seu irmão, cantou com todo o coração, para que ele a ouvisse na Alemanha, sentindo-o muito próximo“, disse o Reitor Egon M. Zillekens na homilia. Fora-lhe pedido para nesta hora falar do Padre Pablo à Paróquia e soube transmitir e associar as histórias, a dor e os encontros das diversas famílias com o P. Pablo: sua família natural, representada só pela sua sobrinha, mas tão intensamente presente; sua família de Schoenstatt em Equador (o Diretor do Movimento, P. Eduardo Auza, mandou uma saudação pessoal)  e na Alemanha, a família da União de Sacerdotes de Schoenstatt, a comunidade espanhola em Wetzlar, os equatorianos nas imediações de Schoenstatt (não presentes fisicamente, retidas por outras obrigações, mas estavam ali), e, sobretudo, as comunidades paroquiais nas quais trabalhara, com suas associações, seu Grupo Coral, do qual ele era membro, e os grupos onde se sentira muito acompanhado e querido durante a sua enfermidade.

„‚Tenho um grande defeito: em toda a parte me sinto em casa‘, disse Pablo quando nos conhecemos, assim o recorda Ulrich Schäfer, seu irmão de comunidade. Esta expressão descreve-o muito bem. Ele teve uma “ligação familiar” com muitas pessoas. E isto permaneceu sempre assim, apesar das interrupções na comunicação. Para muitos, ele era simplesmente da família“, disse o Reitor Egon M. Zillekens e muitos dos presentes anuíam. Alguns enxugavam as lágrimas. Outros deixavam-nas correr, porque nesta família, que agradece, recorda e chora a morte de um amigo e pai, um não deve envergonhar-se delas.

E depois o Reitor Zillekens contou a vida deste Sacerdote sul-americano, mediante as histórias relatadas por sua irmã, ouvidas a irmãos da comunidade e, sobretudo, as próprias histórias a começar pela do acompanhamento no caminho para o Sacerdócio e do seu lugar em Schoenstatt, desde a sua Primeira Missa, a palavra-chave: último cigarro, até a desta última Selfie com a da saudação em Whatsapp, poucos dias antes da sua morte.

Uma comunidade que conta histórias. Isto tem muito que ver com a Teologia do povo e com um José Kentenich, que redescobriu no contar histórias uma força plasmadora de comunidade e de identidade, inserindo-a na sua Fundação, muitos decénios antes de a ciência da Comunicação estabelecer o storytelling como ‘non plus ultra’ do marketing da comunicação assinalada pelo sucesso, organização, ideias e valores. E tem muito que ver com o próprio Jesus, que melhor que ninguém contava histórias sobre seu Pai, antes também que seu Pai fosse Pai de quantos escutavam. Escutar.

A terra que atravessámos para a explorar é uma terra muito boa.

A terra que acabamos de percorrer e explorar é uma terra muito boa. Este lema da sua ordenação sacerdotal tem muito que ver com a Comunidade de Sacerdotes, na qual encontrou também sua terra natal. E isto sucede àqueles que unidos se orientam só por um José Kentenich. E unidos no celestial e no terreno. De novo assim aborda o P. Zillekens os cumes de toda a Teologia: “Quando após de todo o seu esforço os médicos dizem (têm que dizer): ‘Exitus’, o bom Deus diz: ‘Introitus’.“

Este ‘Introitus’ do Padre Pablo na cidade de Deus comove nesta longa manhã toda a paróquia e toda a comunidade. „Pablo tinha colocado sua vida sacerdotal sob a divisa: ‘A terra que atravessámos para a explorar é uma terra muito boa’ (Nm. 14,7). Mas hoje ele nos diz: a terra, que agora estou a pisar, o Canaã Patris celestial, é simplesmente maravilhosa. Vale a pena explorar, investigar e caminhar para nela viver.“

Posteriormente, através de Rennerod, uma fila interminável sobe para o cemitério. „Mais solenemente, nem para Helmut Kohl chegará a ser“, diz alguém, apontando os muitos Sacerdotes, porta-bandeiras, acólitos e fuzileiros. „Mais solene talvez“, responde alguém. „Mas nunca, com maior amor.“

„ Nas nossas Eucaristias tivemos o P. Pablo sempre muito presente “, escreve do Equador o P. Eduardo Auza. „A entrega do P. Pablo nos anima a ser magnânimos e a oferecer as nossas contribuições ao Capital de Graças, para que Maria, a Mãe da vida, torne fecunda a nossa entrega, como fecunda tornou a entrega e o Sacerdócio de nosso Irmão Pablo … Que o Senhor e a MTA deem a todos muitas bênçãos e, sobretudo, a perseverança e a alegria, tão características na vida do P. Pablo. O seu sacrifício nos sirva de exemplo na proclamação do Evangelho de Cristo a todos quantos nos rodeiam.“

„Este funeral foi realmente uma festa“, dizia surpreendido alguém da Paróquia durante o café. „Sim, uma festa. E terá verdadeiramente agradado a Pablo“, foi a resposta, e nesse caso: „Ele apreciou.“

„Quando alguém estava entre nós e vai, realmente não foi. De repente está presente de outro modo, não ficando sujeito ao aqui e agora.“ Um texto do musical „Risco e amor“ sobre a vida do Padre Kentenich. Esta manhã Padre Pablo estava realmente entre nós e “de repente de outro modo”.

 

Homilia no Réquiem por P. Pablo Peláez a 17. Juni 2017 (alemão)

Homilia no Réquiem por P. Pablo Peláez (pdf) – alemão

 

Original: alemão. Tradução: Manuel Ribeiro Alves, Portugal

 

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