Posted On 2020-04-18 In A Aliança de Amor Solidaria em tempos de coronavírus

Continuação pascal a partir da Via-Sacra

PÁSCOA 2020, Mons. Peter Wolf, Alemanha •

O Evangelho do Domingo de Páscoa começa quando Maria Madalena vai ao túmulo, enquanto ainda está escuro. Notei esta menção à escuridão, sobretudo este ano. É como uma referência a esta escuridão diferente, com a qual a pandemia de Coronavírus cobriu o nosso mundo como um cobertor escuro, atrasando a vida pública e obscurecendo tudo. —

Na verdade, queríamos celebrar a Páscoa. Muitos esperavam com alegria os dias da Semana Santa, para cantar na Páscoa uma alegre aleluia com coro e orquestra .

E então o Evangelho começa com a escuridão. Maria Madalena atreve-se a ir ao túmulo nesta manhã escura. Para ela e para muitos outros discípulos, a morte de Jesus na cruz escureceu tudo. Ela, juntamente com as outras duas mulheres, quer prestar ao Jesus morto o último serviço de amor conhecido na cultura israelita: o embalsamamento do corpo. Além disso, ela tem um óleo precioso no seu vaso dourado. É assim que é mostrado no grande vitral da Ressurreição na catedral de Estrasburgo, depois das estações da cruz. No total, são aí apresentadas dez aparições diferentes do Ressuscitado. Todos eles querem contar fielmente os relatos bíblicos de como a história continuou com Jesus.

O vitral da Páscoa

Querem reunir todas as provas do Evangelho e certificar-se de que a morte não foi a última palavra na Sua vida. O vitral da Páscoa em Estrasburgo quer mostrar-nos que as trevas chegam ao fim nesta manhã de Páscoa com a mensagem dos anjos, com a experiência de Maria Madalena, com o aparecimento do Ressuscitado perante Pedro e com o Senhor juntamente com todos os outros discípulos. Também são apresentados os dois caminhantes que viajam de Jerusalém para Emaús. É como uma colecção de argumentos contra a escuridão da Via-Sacra, que encontra o seu fim na mensagem luminosa e na alegria da Páscoa.

Esta boa notícia permite-nos celebrar e garante-a: vamos precisar da luz desta crença na Ressurreição para suportar a escuridão da pandemia do Coronavírus. Teremos de confortar aqueles que estão a perder os seus entes queridos, e temos também de estar com fé e confiança perto daqueles que, apesar dos esforços dos nossos médicos e políticos, irão desenvolver a doença e sofrer as várias consequências da crise. O mero optimismo não será suficiente. Precisamos de confiança de fontes mais profundas.

 

Original: alemão (15/4/2020). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

 

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