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Posted On 2020-10-22 In A Aliança de Amor Solidaria em tempos de coronavírus, Vida em Aliança

A Nicarágua quer construir-Te uma casa, Senhor

NICARÁGUA, Adriana Truque e Carlos Manuel Odio

A celebração de 18 de outubro de 2020 foi um dia memorável para todo o Movimento de Schoenstatt nicaraguense, uma vez que quatorze famílias puderam reviver o que aconteceu em 1914, quando pediram à Mãe Três Vezes Admirável e Rainha de Schoenstatt para Se estabelecer nas suas casas, através da bênção dos primeiros quatorze Santuários-Lar neste país. –

Após a conclusão do ano da Santidade Matrimonial, quatorze famílias começaram a preparar-se para realizarem o workshop do Santuário-Lar, o que as faria descobrir a graça especial que presenteariam seus Santuários-Lar, juntamente com a graça do abrigo, transformação e envio apostólico que presenteiam todos os Santuários de Schoenstatt.  Além disso, tinham de discernir o nome dos seus Santuários, lema, símbolo e oração.

A “missão Santuário-Lar”

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Missão Santuário Lar

Com este objectivo, em fevereiro, quando a pandemia era pouco visível na América Central, formou-se a “missão Santuário-Lar”, na qual algumas famílias, antes de iniciarem o workshop, viajaram para a Costa Rica para poderem viver, compreender e sentir o que era um Santuário-Lar. A missão começou e terminou no Santuário da Família de Esperança para receberem as graças e depois foram visitados quatro Santuários-Lar, onde fomos acolhidos pelas famílias que nos contaram os seus testemunhos e nos mostraram os seus Santuários-Lar, que eram apenas uma amostra dos seus testemunhos de trabalho com vista à santidade matrimonial. Mais tarde, o objectivo final da Missão Santuário-Lar era comunicar tudo o que tinha sido visto nessa viagem, por isso, quando chegámos à Nicarágua, houve um encontro entre as 14 famílias para partilharmos o que tínhamos vivido. Assim começou o trabalho do workshop na Nicarágua, que foi logo interrompido pela pandemia.

Na altura em que as igrejas estavam a ser fechadas

No início ficámos bastante desmotivados com a pandemia. Depois do entusiasmo com que queríamos fazer estes workshops, tivemos de cancelar as reuniões presenciais, mas graças a Deus, e como Ele consegue sempre tirar o melhor partido de cada situação, pudemos retomar, virtualmente, todas as reuniões, com o benefício de que, a partir da Costa Rica, nos puderam dar vários tópicos dos workshops.  Durante o processo de conquista do símbolo da Mãe de Deus, pudemos até ter uma palestra da Irmã Maria Auxiliadora, e para o Padre Kentenich, tivemos outra palestra do postulador da causa, o Padre Eduardo Aguirre.  Ou seja, todo o processo foi excelente.

Numa altura em que as igrejas estavam a ser fechadas, tínhamos um forte desejo de ter o nosso Santuário-Lar, o que nos motivou a todos a trabalhar, com muito amor, para o conseguir. Enquanto artigos contra o nosso pai fundador circulavam noutros lugares, a sua visão profética estava a tornar-se mais clara para todos nós.

Capital de graças

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Foto do sr. Mariano, que em paz descanse  e Dona Felicia renovando os seus votos no seu 54º aniversário de casamento

O processo do workshop do Santuário-Lar também teve os seus maus momentos.  Na Nicarágua, a pandemia atingiu o seu auge entre maio e julho, quando muitas pessoas ficaram doentes e morreram.  O nosso querido senhor Mariano Buitrago, que em paz, descanse  e que tinha iniciado o workshop com a sua esposa, dona Felicia, morreu durante o curso do workshop.  Foi um momento muito difícil, pois era muito amado dentro da Família de Schoenstatt, e ainda mais pelo seu grupo, Aliados de Jesus e Maria, porque era verdadeiramente um membro de todas as suas famílias. Esta foi, sem dúvida, a maior oferta deste processo, a maior contribuição para o Capital de Graças.

No entanto, foi muito comovente que dona Felicia, juntamente com a ajuda do seu grupo de casais, da sua família e tendo em conta o quão bem conhecia o seu marido após 54 anos de casamento, tenha podido concluir o workshop. Ontem abençoaram o seu Santuário-Lar “Divino Niño”, que dá a graça do amor que praticaram durante todo o seu casamento e que foi um exemplo para todos. Ela continua a dar aquele amor que, no entanto, é acompanhado pelo amor de Cristo na cruz, tal como reflectido no símbolo do seu Santuário-Lar.

“Quem causa tanta alegria?”

A bênção do Santuário-Lar teve uma modalidade dupla. Após a missa da Aliança no Santuário da Família de Esperança, o Pe. José Luis Correa celebrou o rito da bênção através da plataforma Zoom a partir do Santuário, juntamente com os nossos co-Assessores da Costa Rica, Diego Fumero e Alexandra Martínez, enquanto as 14 famílias estavam ligadas a partir das suas casas, que em breve abrigariam os primeiros Santuários-Lar na Nicarágua:

“Levem convosco a imagem da Santíssima Virgem e dêem-lhe um lugar de honra nas vossas casas”. Deste modo, convertê-las-eis em pequenos santuários, nos quais a imagem da Santíssima Virgem se manifestará derramando as suas graças, criando uma terra santa de família e santificando os membros da família”, disse-nos o padre José Luis Correa, o nosso conselheiro sacerdotal. A cerimónia terminou com o Padre José Luis perguntando-nos algo profundamente enraizado na idiossincrasia nicaraguense: “Quem causa tanta alegria?“, ao que todos respondemos: “A concepção de Maria“, e como o Padre José Luis nos lembrou: “e a bênção dos Santuários-Lar de Maria!”

106 anos mais tarde, num seminário.

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A partir da Costa Rica

Após a bênção virtual, as famílias foram ao seminário maior arquidiocesano de La Purisima, para viverem, presencialmente, a missa, com todas as medidas anti-COVID, a fim de receberem a comunhão e renovarem a Aliança de Amor.  A missa começou com um desfile, com os retábulos da Mãe Santíssima dos nossos Santuários-Lar enquanto se ouvia o cântico “Quero construir-Te uma casa, Senhor”, e se iniciou com o acto de aspersão das imagens dos retábulos da Mãe dos nossos Santuãrios-Lar e de nós próprios.

É digno de nota que foi num seminário onde se concluiu o processo de bênção dos Santuários-Lar, pois foram precisamente os seminaristas que, 106 anos antes, convidaram a Mãe de Deus a estabelecer-se numa pequena capela em Schoenstatt.

As sementes de Schoenstatt na Nicarágua

Como disse o Padre Helio Cortez, Reitor do Seminário La Purisima, que celebrou a missa no seminário: “nada é por acaso“.  Ele já tinha tido a alegria de conhecer o Santuário de Schoenstatt em Miami e tinha-o tocado profundamente, mas não sabia da existência do Movimento na Nicarágua.  Além disso, como disse nas suas próprias palavras, viemos para celebrar 106 anos do amor gratuito de Deus manifestado na Obra de Schoenstatt no Domingo Dia Mundial das Missões.

“O que estamos a fazer aqui será um novo começo para uma nova era no desenvolvimento da nossa Família.  É uma alegria para nós que todos os nossos filhos estejam cheios da ideia do Santuário Vivo, e que eles Te amem, nossa Mãe Três Vezes Admirável e Rainha de Schoenstatt” (Pe. Kentenich)
Ele motivou-nos para que, como igrejas domésticas, tivéssemos a missão de defender e guardar a fé e de propagar a invocação de Nossa Senhora de Schoenstatt, que ainda não é tão conhecida na Nicarágua, uma vez que somos as sementes que Deus plantou na Nicarágua para que germinem, mostrando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo uma mensagem de salvação, levando, nos nossos corações, a promessa que Deus nos faz, de que Ele próprio nos acompanhará nesta caminhada da missão até ao fim dos tempos. Motivou-nos a trabalhar para transmitirmos a fé a outras famílias, para que também elas possam tornar-se Santuários-Lar.

Original: Espanhol (20/10/2020). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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