Posted On 2015-04-12 In Francisco - iniciativos e gestos

O Papa Francisco e os presos, comoção e lágrimas durante o Lava-pés

por Ary Waldir Ramoz Diaz, Aleteia.org

O Papa Francisco lavou os pés a 12 detidos na cadeia de Rebibbia, em Roma, nesta Quinta-feira Santa, 2 de Abril, durante a Missa da Ceia do Senhor. O Papa beijou os pés a seis mulheres e a seis homens na igreja “Pai Nosso, numa das cadeias principais da sua Diocese.

O Papa Francisco que liga , por telefone, para a cadeia de Buenos Aires quase todos os Domingos para falar com um dos muitos detidos que lá estão, nesta Quinta-feira Santa levou, pessoalmente, consolação e dignidade aos presos da cadeia de Rebibbia.

Num novo capítulo da “sublime teologia do pranto” aberto no livro deste Pontificado, Francisco levou a “carícia de Jesus” a homens e mulheres recluídos, expiando as suas penas, perante a sociedade quando a Igreja recorda a Paixão de Cristo. E, as suas primeiras palavras para eles foram: “Jesus ama-nos sem limites”.

“O amor de Jesus nunca desilude porque não Se cansa de amar, assim como, não Se cansa de perdoar e de nos abraçar”, acrescentou.

“O amor de Jesus por nós não tem limites, não Se cansa de dar a vida por nós. Sim, dá vida por todos nós!”, disse com voz compassiva.

O Papa explicou o gesto do Lava-pés

Em seguida, como discípulos redimidos explicou aos detidos o gesto do Lava-pés durante a Última Ceia: “Jesus amou-nos a cada um de nós até ao fim. Os Discípulos não percebiam o gesto de Jesus de lhes lavar os pés”.

“Eu lavarei os pés a doze de entre vós, mas estes irmãos e irmãs representam-vos a todos”, expressou.

Nesse tempo – explicou o Papa – era um trabalho para os escravos da casa. “O patrão tinha escravos para limpar os pés aos hóspedes”. “Lavar os pés era um trabalho de escravos, Jesus fez-Se escravo por nós!”

Assim, deu a saber que este gesto significa que o amor de Deus lava os pecados a todos. Por último, o Papa assegurou:” Peço-vos que rezem por mim durante esta celebração, para que eu possa tornar-me mais escravo no serviço pelos outros”, indicou Papa aos detidos.

Francisco chegou à tarde à prisão de Rebibbia e, no pátio interior saudou um primeiro grupo de prisioneiros, composto por várias dezenas, muitos dos quais, comovidos atá às lágrimas o abraçaram com carinho. Vários, fizeram-lhe chegar os seus Terços para serem benzidos. Esta saudação prolongou-se durante vários minutos.

O Papa beijou, apertou mãos, sorriu a cada um dos, perto de 50, detidos que o esperavam à entrada. Antes de se dirigir para a Capela, pegou num microfone e agradeceu “as calorosas e sinceras boas-vindas…” “Obrigado”, disse visivelmente emocionado.

A seguir o Papa entrou na Capela, para presidir à Missa da Ceia do Senhor, o início do Tríduo Pascal, em que lavou os pés de alguns detidos e detidas da vizinha prisão feminina do distrito. Muitas delas mães de crianças de colo que têm o serviço de infantário na cadeia.

Para as periferias

Nesta ocasião, o Papa Francisco lavou os pés a seis mulheres, entre elas duas nigerianas, uma delas mãe de uma criança de colo, uma equatoriana, uma congolesa e três italianas.

Os homens eram, um nigeriano, um brasileiro e quatro italianos. Na Missa estiveram presentes 350 detidos, a maioria prisioneiros por delitos contra a propriedade privada e, não contra pessoas.

Um dos Acólitos do Papa na Missa, foi um jovem acusado de homicídio múltiplo que conseguiu licenciar-se em estudos universitários, enquanto paga a sua pena. Nesta cadeia, há um sector dedicado a 150 mães detidas que podem ter consigo os seus filhos bebés até que as crianças não cumpram os 3 anos de idade.

A Missa desta Quinta-feira Santa, em memória da Última Ceia e o Lava-pés, foi a terceira celebrada pelo Papa Francisco desde o início do seu Pontificado, todo entregue e dirigido às “periferias” entre os pobres e os marginalizados.

Em 2013, a poucas semanas da sua eleição para o trono de Pedro, o Papa decidiu ir ao Instituto Penitencial para menores de Casal del Marmo. Francisco foi o primeiro Pontífice da História a incluir duas mulheres presas no Lava-pés, um facto que, no seu momento, levantou polémicas nos sectores católicos mais conservadores.

rebi

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Original espanhol: Tradução, Lena Castro Valente, Lisboa. Portugal

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