Posted On 2015-05-24 In Artigos de Opinião

Sinergia

PARAGUAI, Tupãrenda, Pe. Antonio Cosp •

O “segredo” de todo o crescimento é a sinergia. È válido para uma empresa, um colégio, universidade. Também para um Movimento como Schoenstatt.

Definimo-lo

Não fica mal uma citação de M. Wheatley, perita em organização:” A acção precede a planificação porque é o que cria o meio ambiente favorável à iniciativa de cada um sob o olhar atento e motivador do responsável. Sair da burocracia e viver numa organização consciente que sabe abraçar tudo o que é vida e a capacidade de resposta ao caos. O amor e o respeito por cada iniciativa nas organizações, é a fonte mais poderosa de que podemos dispôr.

O dicionário define-o como a associação e participação activa e concertada de vários órgãos para realizar uma função. Por exemplo a sinergia dos órgãos para favorecer a respiração. Etimologicamente vem do grego e significa energias que, ao unirem-se, multiplicam-se. Ergon significa obra. Sin=com. É um resultado superior ao que cada uma das suas partes teria produzido de maneira individual. Também é a interacção entre fármacos pela qual se potenciam os seus efeitos.

Trata-se de um fenómeno pelo qual actuam, em conjunto, vários factores ou várias influências. Cria-se, assim, um resultado maior do que, o que se poderia esperar, com a soma dos efeitos de cada um, se tivessem agido por separado.”Um mais um são três”. A sua essência consiste em valorizar as diferenças e, construir, com base na união das suas energias. Um mais um já não serão dois mas, três ou cinco…No corpo humano dá-se pela interacção coordenada de diferentes órgãos e músculos que se ajudam e multiplicam para conseguirem um objectivo.

Descrevemo-lo na sua acção

A amabilidade é a virtude fundadora da sinergia. Toda a vida se desenvolve com base nela. O bebé é gestado porque o espermatozóide encontrou um ambiente doce, não ácido e pôde chegar ao óvulo. Um mais um do casamento já não são dois mas três…

A amabilidade provoca uma escuta atenta do ponto de vista de cada um. Se compreendo, empaticamente, o que o outro me diz ou realiza e, o somo ao meu, produz-se a tal multiplicação. Valorizam-se as diferenças e, assume-se a contribuição de cada um, o que sabe e pode e, compensam-se as fraquezas.

Construímos com base nas contribuições de todos. Quanto mais atento se está aos valores do outro, quanto mais se aprecia a sua contribuição, quanto mais o deixamos agir de acordo com os seus talentos, tanto mais cresce a vida. Deste modo, sentimo-nos valorizados e afirmados no bom que possuímos, aumenta a auto-estima e a alegria de nos acrescentarmos a um projecto comum. Trata-se de compreender o outro, de o apreciarmos, de o respeitarmos e de o admirarmos. Tocar a alma de outro ser é caminhar sobre terra sagrada.

Isto não tira que:

  1. Como chefe diga que não é o momento, saibamos esperar, por uma razão ou por outra:
  2. Que não aceite alguma proposta maluca, ainda que, me comprometa a tê-la em conta para pensar melhor sobre ela.

3º Isto ajuda-nos a aplicar o sistema de crescimento para qualquer actividade:

É preciso focarmo-nos no F de fortaleza que é a capacidade e o treino que tenha o líder. E, a seguir, o O das oportunidades. Alimentando a fortaleza que são, principalmente, os recursos humanos, morrem de inanição as fraquezas e as ameaças. Não é o que os outros fazem ou deixam de fazer, nem os nossos próprios erros o que mais nos causa dano. É a nossa capacidade de compreender o positivo com que outros possam contribuir e, em seguida animar e facilitar a sua acção. Se tem êxito vem a outra grande virtude: o Reconhecimento do positivo que se fez. Cada reconhecimento que nos é feito consolida as nossas boas condutas e, temos gosto em continuar a contribuir.

4º A anti sinergia

O seu inventor é o demónio: “Faz o teu trabalho e, apenas o teu trabalho. Não te metas nas tarefas, nem nos campos de acção dos outros e, eu, que ninguém invada o que é meu”. Ele é o grande inventor das fronteiras. O Sinédrio não soube descobrir a sinergia que despertaria Jesus no mundo e, matam-n’O:”Mais vale que morra um pelo povo e, não que, desapareça o povo, a lei, o Templo. O que seria o cristianismo se o judaísmo, bela religião revelada aos Profetas, se tivesse aberto a este novo grande presente divino…Manter o sistema conhecido, “sempre se fez assim”, matar as iniciativas, status quo, em vez de sinergia. Esta tem a sabedoria de que, cada um contribua com o que sabe e pode para o bem do corpo social, família ou empresa ou nação. Ser pais de pais e não travar o crescimento e a iniciativa dos filhos e amigos.

5º O Pe. Kentenich expressa-o em 1935

Kentenich Reader I, pág. 57 e seguintes

O verdadeiro motivo da celebração é o Jubileu de um fiel entrelaçamento de destinos… Agradecimento pela colaboração na Obra comum da Santíssima Virgem, 59…

A Obra que se fundou aqui é igualmente a Obra dos colaboradores. Não é possível imaginar-me a mim sem eles. Toda a Obra não se explica sem a sua ajuda e colaboração pessoalíssima e radicalíssima, 60… Procurem na actualidade uma comunidade que, como a nossa, seja espírito de espírito e carne da carne de cada membro…Deus entrelaçou de um modo singular os destinos humanos…Se vocês desejam saber o segredo desta fecundidade superabundante é o entrelaçamento profundo, mútuo, interior…Um Homem que ama, que pôs o seu amor no Coração de Deus, em certo modo, participa da imensa riqueza do Amor de Deus 62

Peço a cada um de vós que medite com sinceridade e humildade no que surgiu na Família graças ao sangue do seu coração”. 63

Pais de pais

“Se me querem agradecer por alguma coisa, agradeçam-me pelo facto de me ter esforçado por captar o que estava a ser gerado em vós, e canalizá-lo numa divisa…Eu como mestre-mor da Obra, construía com a ajuda das pessoas. Quando notava que se estava a gerar algo são, retirava-me totalmente, pensando que, essa iniciativa teria de crescer sem mim. E, isso, faz parte da pedagogia de ideais, de Movimento e de uma pedagogia capaz de antecipar processos de vida, 65

Tive de me criar em total solidão da alma porque, em mim, devia nascer um mundo que, mais tarde, tinha que ser entregue e transferido a outros. Sei, também, que a Santíssima Virgem pôs à minha disposição e, de modo incomparável, a Sua Omnipotência Suplicante e o Seu Coração maternal”.67

Pe. Antonio Cosp, Tupãrenda, Maio de 2015


Original espanhol: Tradução, Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

 

Tags : , , , ,

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *