Posted On 2014-06-16 In Artigos de Opinião

A Caridade. Ter os mesmos sentimentos de Cristo

ESPANHA, org. Na sua projeção pastoral para o mês de junho de 2014, o Diretor do Movimento de Schoenstatt em Espanha, Padre Carlos Padilla, oferece à Família de Schoenstatt de Espanha e a todos os leitores da nossa página schoenstatt.org, um impulso importante e atual ao serviço da vida e à peregrinação jubilar. O seu ponto de partida é o presente jubilar da Família de Schoenstatt de Espanha de formar uma rede de santuários vivos, uma rede de vida, uma rede missionária. No caminho de 2014, este mês foi dedicado à peregrinação, ao que significa peregrinar.

Vivemos um ano de graças, um ano de vida. Continuamos a construir a nossa rede de santuários vivos.

Damos um passo mais no nosso caminho rumo ao jubileu. Este mês aproximamo-nos do coração ferido de Cristo. Queremos pôr toda a Família de Schoenstatt no seu coração, em especial aquelas pessoas que mais o necessitem. Peregrinamos como Família. Jesus sai ao nosso encontro e caminha connosco, como o fez com os discípulos de Emaús, fazendo com que ardam os nossos corações. Com Ele caminhamos. Ele aproxima-se de nós. Diz o Pe. Kentenich: “Cristo é não só porto onde ancoramos mas também fonte de energias para a empresa; Cristo é a pauta do nosso estilo de vida interior e exterior”. Queremos descansar no seu coração ferido, no seu lado aberto. Descansar ali onde somos queridos como somos, respeitados na nossa pobreza, amados na nossa pequenez. Olhamos para Jesus com alegria. Gostaríamos de aprender a olhar como Ele nos olha. Que o nosso olhar mude e se torne mais como o seu. Jesus olha-nos com ternura, com misericórdia, com muita paz e alegria. Olha comovido porque nos vê muito necessitados. O coração de Jesus é ferido ao ver a nossa dor, a nossa impotência, os nossos medos. É ferido ao ver que nos magoamos, que não conseguimos despojar-nos das nossas seguranças. Neste mês queremos desprender-nos do que nos ata e confiar nos seus planos.

Jesus quer entrar, abrir-nos, tirar-nos dos nossos esquemas rígidos e formais.

Sim, este mês olhamos para Jesus e Ele olha-nos. Comtemplamo-lo na Eucaristia e Ele baixa-se até à nossa carne. Adoramo-lo em silêncio e Ele repousa na nossa vida. Submergimo-nos no seu silêncio. Ele está connosco. No Santuário está presente. Fica para fazer do nosso Santuário um Cenáculo santo. Ali nos ajoelhamos. Ali Ele ajoelha-se e lava os nossos pés. Escuta as nossas palavras. Acolhe as nossas perguntas, as nossas dúvidas e medos. É o mês para lhe entregarmos tudo o que temos. Gostamos de controlar tudo na vida. Fazemos planos, vemos como caminhar seguros. Queremos certezas e não beijamos a nossa cruz. Jesus acolhe tudo o que lhe oferecemos. Inscrevemo-nos no seu coração e ali estamos seguros. Ali ficam guardados os nossos sonhos e anseios. Tudo o que Ele semeou na nossa vida lhe pertence. O nosso coração no seu coração. A nossa vida na sua vida. Assim é Jesus. Sempre aberto. Sempre disposto a escutar o nosso clamor. Sempre com sede. Nós também temos sede. Sede e água. Ele necessita da nossa água. Nós procuramos a sua fonte, o seu poço. Queremos mais, necessitamos mais. Neste mês olhamos para Jesus. Descansamos n’Ele os nossos planos.

O mês da caridade. A caridade é o amor de Deus que desce até nós, se faz carne, que está na Eucaristia, no pão partido, no sangue derramado. A caridade é uma graça, um dom uma missão. É o amor que transborda todos os desejos, cura todas as feridas. Na caridade de Jesus procuramos a paz. A sua caridade converte-se em fonte de vida para nós. Queremos aprender a amar como ama Jesus. Que a sua caridade seja a nossa caridade. A sua forma de amar, os seus sentimentos. Não temos os sentimentos de Jesus. A inveja, os ciúmes, a raiva, o rancor, a violência, a crítica, o desprezo, não formam parte dos sentimentos de Cristo. Sabemos o que não Lhe pertence. Queremos aprender a viver com os seus sentimentos. A bondade, a humildade, a paciência, a espera, a proximidade, o acolhimento, a paz, o sorriso, a alegria, a paixão, a mansidão. Sim, queremos viver como Ele viveu. Herdar o seu caminho, viver nas suas pegadas, fazer nossa a sua missão. Diz o Pe. Kentenich: “Eis aqui o nosso anseio: revestirmo-nos de Cristo, ser como Ele, peregrinar pelo mundo como outros Cristos” [1]. Temos a missão de levar Cristo a tantos corações que não o conhecem, que não viram o seu rosto, não tocaram nas suas mãos, não beijaram os seus pés. Nós fazemo-lo àqueles que nos mostram todos os dias Jesus. Queremos ser também Cristo para tantos homens que vivem sem rumo, desorientados e perdidos. Jesus espera-nos com as mãos abertas, feridas, vazias, para nos acolher nelas como somos. Sem censuras. Com paz e com um sorriso.

Original: Espanhol – Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

 


[1] J. Kentenich, A Minha vida é Cristo

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