Mons. Francisco Pistilli

Posted On 2022-05-17 In Schoenstatteanos, Vida em Aliança

Bodas de Prata Sacerdotais – uma mensagem de Mons. Francisco Pistilli

PARAGUAI, Mons. Francisco Pistilli • 

Caros irmãos e amigos: Vinte e cinco anos da minha consagração como sacerdote levam-me a renovar a minha acção de graças, antes de mais nada, a Cristo, pois foi o Seu sacerdócio que me foi confiado para servir na sua Igreja. Agradeço também à Igreja, que me aceitou e me confiou o ministério, especialmente à Diocese da Santíssima Encarnação, à Comunidade dos Padres de Schoenstatt na qual a minha vocação amadureceu, bem como ao Movimento Apostólico de Schoenstatt, à minha família e amigos, e a todas as pessoas e comunidades com as quais me vinculei em função da minha missão sacerdotal. — 

Ordenacion sacerdotal, Tuparenda, 1997

Obrigado a todos pelo vosso apoio, as vossas orações e saudações afectuosas. Para todos vós a minha oração e a minha bênção.

Nesta ocasião do Jubileu das Minhas Bodas de Prata sacerdotais, gostaria de destacar e partilhar alguns dos frutos e convicções que amadureceram, também pela graça e misericórdia de Deus, na minha vida durante estes vinte e cinco anos.

  1. Continuo a ser um discípulo, andando atrás do Mestre, Cristo. Esse é o meu lugar.
  2. Sou mais honesto comigo mesmo e com Deus. Nos meus anos mais jovens, posso ter tido um auto-conceito mais teórico e idealizado. Cada dia estou mais consciente de que tudo o que eu pensava que ia melhorar, é agora uma tarefa diária e continuará a sê-lo. Confio e confesso que na minha humanidade existe uma graça que não me pertence por mérito próprio, e isto traz-me paz, segurança e uma responsabilidade mais realista e honesta.
  3. A unção das minhas mãos é a mesma que a dos meus irmãos sacerdotes, e essa unção une-nos. As minhas mãos não são nem mais fortes nem mais poderosas. Juntos fazemos o bem que Cristo quer.
  4. A forma como hoje vejo a Igreja é diferente da forma como a via na minha juventude. Conheci luzes e sombras, vivo no seu mistério de amor e misericórdia, de graça e pecado. A vergonha das suas quedas leva-me a procurar o Senhor com mais responsabilidade; a gratidão dos seus frutos inspira o compromisso com o Reino. Caminho na Igreja confiante que o Evangelho é possível, que somos ainda uma Igreja jovem, onde o Espírito de Deus traz nova vida e onde o bem que Deus faz nela é muito maior do que todos os erros da nossa humanidade limitada.
  5. Olho para o mundo, e para os homens que o conduzem, perplexo e espantado, para o mal que se faz, bem como para o bem que se faz. Quando alguns pensam que é o fim do mundo, acredito que estamos apenas no prelúdio da Criação. Há o mal, sim, mas há o bem no coração humano, como posso ver mais uma vez. Inspiro-me no bem concreto de cada dia, discreto e escondido, que não faz a notícia, que acontece todos os dias na intimidade das pessoas e na discrição que não procura o reconhecimento ou a popularidade, mas apenas o bem. Não me surpreende que o mundo seja imperfeito, posso ver beleza em realidades mais inacabadas.
  6. Temo a estupidez mais do que o próprio mal. Posso rir-me de teorias de poupança globais ou particulares e regozijar-me com o bem concreto. Estou mais desconfiado do meu próprio poder e mais realista sobre o poder dos outros. Estou indignado com a arrogância dos injustos e desconfio da loucura de uma sociedade alienada da realidade em campanhas e visões justiceiras do ódio.
  7. Continuo a crescer na fé e no ministério. Acredito no poder do Espírito Santo e na sua acção na Igreja, que rompe para manifestar o Deus do Amor e da Verdade. Continuo a descobrir que os meus olhos estão abertos para a verdade, que se deixa encontrar quando a procuro com simplicidade e honestidade. A verdade vence-me na manifestação de Cristo, o rosto do Pai. O amor rodeia-me e sustenta-me.
  8. Estou cada vez mais surpreendido com o Sim de Maria e José.
  9. Continuo a ajoelhar-me perante a cruz.
  10. Regozijo-me com a gentil humanidade do Ressuscitado, de quem espero ouvir aquela voz que, conhecendo-me, pronuncia: Alegra-te!

Encarnação, 10 e 11 de Maio de 2022

Francisco Pistilli

Original: espanhol (15/5/2022). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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