Posted On 2015-12-09 In Vida em Aliança

Belmonte, um lugar para a cultura de Pentecostes

BRASIL, entrevista ao Pe. Marcelo Cervi, Superior do Instituto de Sacerdotes Diocesanos do Rio Grande do Sul, sobre o Santuário de Schoenstatt em Roma, Belmonte  •

O Padre Marcelo Cervi – bem conhecido de todos os peregrinos que estiveram em Belmonte na Semana Jubilar, em Outubro de 2014 – foi entrevistado por jornalistas do Movimento de Schoenstatt do Brasil, por ocasião dos 50 anos da Bênção Simbólica da Pedra Fundamental de Belmonte pelo Padre Kentenich, em 8 de Dezembro de 1965.

Oferece esta entrevista através de schoenstatt.org para toda a Família de Schoenstatt.

Neste ano, no Congresso de Pentecostes, a Família de Schoenstatt se comprometeu a lançar um olhar mais atento para Belmonte. O que este Santuário representa para a Família Internacional de Schoenstatt?

Em 1965, quando o Pe. José Kentenich completou 80 anos de idade, a Família Internacional de Schoenstatt deu-lhe um presente muito especial: prometeu construir em Roma um Santuário e uma Casa de Retiros que viesse a ser um Centro Internacional. Por que em Roma? Porque Roma é a sede da Igreja Católica; lá está o Papa, cabeça e sinal visível da unidade da Igreja. E o nosso Movimento deve estar junto ao Papa, para que seja visível e reconhecido simbolicamente como um movimento católico. Onde está o Papa está a Igreja inteira e nós queremos estar junto do Papa permanentemente, não apenas ligados espiritualmente, mas com um endereço fixo, com um local conhecido, como uma casa capaz de acolher a todos os schoenstatteanos que passem por Roma, a fim de que eles se sintam “em casa” e sintam a nossa proximidade também física com o Santo Padre. Depois, há também o desejo de que em Belmonte, a “cultura de Pentecostes”, de unidade na diversidade seja muito experimentada, segundo o estilo e a visão do Pe. Kentenich. Primeiro, dentro do Movimento, entre as diferentes comunidades ou ramos. Depois, em contato com os demais Movimentos da Igreja.

Existe numa missão específica para o Santuário e o Centro Internacional de Schoenstatt?

Nesse lugar, que hoje chamamos “Belmonte” (“monte bonito”, em italiano),  o Movimento de Schoenstatt quer colocar em prática a visão profética do Pe. Kentenich, em varias situações. O Monsenhor Peter Wolf, Superior Geral do Instituto dos Sacerdotes Diocesanos de Schoensttt aponta várias delas:

  1. a) Em primeiro lugar, o Santuário de Belmonte representa a oportunidade de que todos possam conhecer, no coração da Igreja, a pessoa do Pe. Kentenich e o Movimento de Schoenstatt, entrando em contato com o seu carisma, missão, idéias e o seu jeito de entender o mundo, a vida, a família, a Igreja. Belmonte deve ser o “púlpito” do Pe. Kentenich em Roma; um lugar de onde ele continue a falar e ofereça a sua contribuição para a Igreja. Um lugar no qual as pessoas possam entrar em contato e em diálogo com ele e com as suas iniciativas.
  2. b) Depois, em Belmonte, queremos aprofundar o que significa aquilo que o Pe. Kentenich chamou de “Igreja das novas praias”. É impressionante ver como as idéias e o modo de ver a Igreja que o Pe. Kentenich mostrou em 1965 correspondem exatamente com o modo como hoje o Papa Francisco vai conduzindo a Igreja.  A visão do Pe. Kentenich foi uma visão profética!
  3. c) Em Belmonte também queremos mostrar na prática que é possível viver o “Cor unum in Patre” e a “Confederação Apostólica Universal”. São duas frases que traduzem convicções profundas de que é possível viver a “unidade nas diferenças”, movidos por um ideal comum de essência, de missão e de apostolado. Em Belmonte queremos ver como é possível viver isso dentro do Movimento, a partir da nossa maneira de se organizar: várias comunidades que vivem e trabalham como uma única Obra ou Família.
  4. d) Queremos, por fim, criar em Belmonte a possibilidade de encontro e intercambio permanente com outros Movimentos de Igreja, estreitando contatos e provocando encontros entre os membros dos Movimentos, aprofundando o sentido da unidade. Schoenstatt tem essa visão de que todos tem o seu lugar na Igreja e devem trabalhar, como uma única Igreja, em espírito de família e em unidade. A longo prazo, Belmonte deverá ser um lugar portador da fé cristã para o futuro e onde as pessoas trabalhem em conjunto para que a Igreja se torne a “alma da futura cultura universal”.

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Como podemos resumir a missão do Santuário de Roma Belmonte?

Prefiro responder a esta pergunta com  pequenos trechos de palestras proferidas pelo Pai Fundador no terreno de Belmonte no dia do seu aniversário de 80 anos (16.11.1965) e também no dia da festa da Apresentação do Senhor, também chamada de “Festa da Candelária” (02.02.1966). Deixemos que o Pai fale:

a) “Queremos construir um Santuário à querida Mãe de Deus, a Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, na Cidade Santa (Roma). Queremos que Ela tenha aqui a sua casa, queremos trazê-la para cá, para que Ela também a partir daqui, se deixe conduzir ao campo de batalha destes tempos”(16.11.1965)

b) “Construímos lá fora… Não nós, mas a Mãe de Deus construiu-nos lá fora, na periferia, lá fora, no campo, lá em cima… construiu-nos um ninho e deu-nos uma tarefa. E se queremos ser católicos, então precisamos de todas as maneiras da bênção do Santo Padre. Marchemos para Roma! (…) Queria apresentar tudo em que acreditávamos, que reconhecíamos ter recebido como presente da Mãe de Deus perante o fórum da Igreja, perante o mais alto fórum da Igreja” (16.11.1965)

c) “Marchemos para Roma! …para, a partir dali, ser oficialmente aceitos na estrutura da Igreja e, então, na Igreja, com a Igreja e através da Igreja voar para o mundo imenso, até o fim, até ao final dos tempos…”(16.11.1965)
d) “Queremos que a Mãe de Deus, a partir daqui, cuide para que a Igreja de todo o mundo, na sua administração, diga um ‘sim’ de coração a Schoenstatt e que reconheça Schoenstatt. O Santo Padre e no Santo Padre e com o Santo Padre, a Santa Sé e, mais ainda, todo o episcopado, deve dizer um ‘sim’, de coração, a Schoenstatt. Na verdade, devem aceitar Schoenstatt como estava e está no plano de Deus…” (02.02.1966)

A construção desse Santuário vem de um pedido do Pai e Fundador. Por que ele incentivou tanto essa construção?

O Pai Fundador recebeu este presente da Família Internacional de Schoenstatt com muito carinho. Ele sabia que era necessário ter um espaço (físico e espiritual) na cidade de Roma, junto ao Papa e junto à sede da Igreja. Assim, pediu que toda a Família de Schoenstatt assumisse a missão de construir este espaço. E delegou a tarefa de administrar a construção e depois coordenar as atividades desse espaço (Santuário e Centro Internacional) ao Instituto dos Sacerdotes Diocesanos.

No dia da inauguração do santuário (08 de setembro de 2004 – quarenta anos após o Pe. Kentenich ter aceito o presente e ter incentivado a construção), estavam em Belmonte schoenstatteanos do mundo inteiro e de todos os ramos ou comunidades que formam a Família de Schoenstatt. Desde aquele dia, muitas pessoas começaram a chamar o Santuário de “o Santuário de todos nós”.  Ou seja, não é o Santuário de uma comunidade apenas, ou com uma tarefa ligada apenas a uma parte de Schoenstatt.

O Santuário de Roma Belmonte é um Santuário Internacional, onde todos os Institutos e Uniões estão representados e assume a tarefa de fazer Schoenstatt com o seu Fundador presentes e visíveis na Cidade Eterna. Belmonte deve tornar-se “a casa do pe kentenich e dos seus filhos em Roma” e também “o rosto de Schoenstatt dentro da Igreja”. Foi justamente por este motivo que o Pe. Kentenich incentivou tanto essa construção.

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Por que o Padre Kentenich deu a responsabilidade de administrar e coordenar a vida do santuário de Belmonte ao Instituto dos Sacerdotes Diocesanos? 

Foi por um motivo bem simples: os padres diocesanos, pelo fato de estarem nas Dioceses e trabalharem junto aos Bispos, tem toda condição de “fazer a ponte” entre a vida pastoral da Diocese e os ideais do Movimento. Os padres diocesanos não estão totalmente a serviço do Movimento e tem um estilo próprio de trabalho nas paróquias e nas outras tarefas que o Bispo designar. Eles estão “no meio do povo”, em contato diário com outros movimentos, pastorais e grupos de Igreja que tem estilos e caminhos diferentes de Schoenstatt. Para os sacerdotes diocesanos de Schoenstatt, é natural viver a tensão das duas realidades: Movimento e Diocese; é normal administrar os conflitos de datas e conciliar agendas, procurando sempre a ponte entre as duas realidades e a inserção harmoniosa de Schoenstatt no universo pastoral da Igreja. Contudo, o Santuário de Roma Belmonte não é “dos sacerdotes diocesanos de Schoenstatt”, é o “Santuário de todos nós”!

Como podemos aprofundar o conhecimento sobre a Missão de Belmonte?

Há um excelente vídeo no site dedicado às informações sobre Belmonte.  (http://www.roma-belmonte.info/pt). Neste vídeo podemos ver Belmonte no sonho do Pe. Kentenich e Belmonte como está se estruturando hoje. Também existe um excelente material: um pequeno livro organizado pelo Superior Geral do Instituto dos Sacerdotes Diocesanos de Schoenstatt, Monsenhor Peter Wolf, que traz três palestras do Pe. Kentenich sobre o Santuário de Belmonte e sua missão. Este livreto está traduzido em português e pode ser adquirido em forma de libro físico o e-book, no site da Editorial Patris , como E-Book tambien en GooglePlayStore, iBooks, Amazon etc.

Como podemos colaborar com a difusão da missão do Pe. Kentenich  expressa em Belmonte?

Podemos colaborar de duas maneiras.

Em primeiro lugar, conhecendo o que o Pe. Kentenich pensou sobre Belmonte e assumindo esta visão para o Movimento de Schoenstatt neste tempo. Estamos no início de um novo século e nossa tarefa agora é nos empenhar que estejamos bem dentro da Igreja, num estilo d Igreja anunciado pelo Pe Kentenich e agora ealizado pelo Papa Francisco, fazendo “tudo para Schoenstatt, Schoenstatt para a Igreja e a Igreja para o Deus Trino!”

Em segundo lugar, podemos colaborar financeiramente. Assim como Belmonte é o “Santuário de todos nós”, o pouquinho de cada um pode fazer grandes coisas para que logo possamos inaugurar completamente o Centro Internacional de Belmonte, o “púlpito” do Pe. Kentenich em Roma. Na casa de retiros de Belmonte há muitos quartos. E existe uma proposta que cada país onde Schoenstatt esteja presente financie um desses quartos. Ou seja, que o Movimento (Institutos, Uniões, Ligas etc) de cada país pague os custos da construção de um quarto e depois o decore com símbolos e com um Santuário-Lar típico de cada país. Vários países já assumiram esse compromisso e, assim, podemos ver quartos temáticos em Belmonte, bem como quartos que foram financiados pelos vários Institutos e Uniões. Ainda está faltando o “quarto brasileiro….” Não seria difícil se nos uníssemos, pois o Movimento é tão popular e grande no nosso país…

Para mais informações, as pessoas podem contatar-me pessoalmente ou direto no site de Belmonte:
www.roma-belmonte.info e
www.offerta.roma-belmonte.info

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