Posted On 2015-10-13 In Missões

Meu encontro nas Missões

PARAGUAI, Rolando José Benítez Velázquez •

Perdi minha mãe há dois anos, foi uma experiência muito forte para mim já que praticamente era dependente dela, creio que é uma das coisas que nunca vou poder superar. Separei-me da religião, separei-me de Deus, sentia-me vazio, até que uma pessoa muito especial na minha vida me mostrou um caminho que nunca pensei tomar: convidou-me para as missões.

Com muitas dúvidas e pouca vontade, aceitei esse convite, sem saber o que me esperava. Fui indo as reuniões e me perguntava se valia a pena, se de verdade isto ia me ajudar às vezes me perguntava: o que faço aqui? Sem entender o chamado que estava recebendo e assim foi até que chegou o dia de partir. Inexplicavelmente nesse dia sentia uma emoção; ao chegar ao povoado notei muita vontade e um sentimento diferente que nos unia a todos. No primeiro dia não saímos a missionar, mas eu sentia que algo estava por ocorrer. Quando saí a missionar no segundo dia, não entendia de que se tratava, mas sentia uma certa esperança.

Dois anos

Chamativamente com meu grupo tomamos o caminho mais difícil e feio dos que podíamos missionar, e creio que essa foi uma das melhores decisões que pudemos tomar. Chegamos a primeira casa, quase não falei, mais escutei e tratava de entender o que tinha que fazer, é que era minha primeira vez nas missões e, não sabia o que ia dizer!

Até que foi minha vez de falar numa casa, uma casa um pouco distante, pequena, onde vivia uma senhora, sozinha. Começando minha conversa com ela e apresentando-lhe a Virgem, entre umas pequenas lágrimas, me comenta que sua mãe havia falecido e que ela não podia superar essa perda já que as duas eram muito unidas, isso me surpreendeu muito de verdade, quando lhe pergunto há quanto tempo havia falecido, me diz que há dois anos. Dois anos!…

Será certo isso!… Era o mesmo tempo que minha mãe levava no céu. Fiquei com um nó na garganta, até que me saíram estas palavras: “Senhora, a vida não é justa às vezes, mas Deus sempre tem algo para nós, às vezes não entendemos seus mandamentos, mas há que ter fé e seguir adiante, seguir adiante pela memória de nossas mães, que com certeza esperam isso de nós ao invés de estar lamentando que elas já tenham ido para o céu”.

Eu creio firmemente que esta experiência mudou minha vida; ajudou-me a superar e a entender que com pequenas coisas, a gente pode fazer enormes coisas. Que entregando o que nos faz sentir mal à Mater, mamãe Maria, Ela pode dar-lhe muito e que eu, sendo um jovem que tal vez não valha muito, que não seja o melhor exemplo, mas que com um pouco de vontade, posso fazer tanto por uma pessoa e que ao ver essa luz de esperança nos olhos do próximo, a gente pode contagiar-se, sentir-se pleno e ter essa forte convicção, de que ELA em realidade obra milagres.

Fonte: Revista Tupãrenda, setembro de 2015
Original: Espanhol. Tradução: Lena Ortiz, Ciudad del Este, Py

 

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