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Posted On 2022-05-24 In Casa Mãe de Tuparendá, obras de misericórdia, Schoenstatt em saída

“Conheço-te da prisão”

PARAGUAI, Maria Fischer •

E, de repente, aparece Sergio. Sergio, o protagonista, ou melhor dito, o herói de uma das muitas histórias de vida reais narrada em schoenstatt.org. Sergio, aquele jovem participante do programa da Casa Mãe de Tupãrenda que se levantava, todos os diaa, às 2 da manhã para caminhar até ao local do seu estágio, a padaria de um supermercado, para estar pontualmente para o início dos trabalhos às 5 da manhã… Agora, comentou Sergio, está a poupar para em breve poder abrir a sua própria pequena padaria. Ele vive a sua vida, sustenta a sua pequena família, e ninguém teria pensado que há uns anos atrás ele era um prisioneiro e uma destas crianças de rua que roubam para comer e tomam drogas para esquecerem a sua miséria…

É a sexta-feira da semana da Páscoa, e juntamente com Babbio Sallustro estou a visitar a Casa Mãe de Tupãrenda pela primeira vez em quase quatro anos. Sergio não é o único protagonista de uma história real que eu conheço. Há também aquele “Pepito” que publicou uma foto do Santuário de Tupãrenda com o comentário: “De volta a casa” no seu WhatsApp. Ele está entre os do primeiro mês, o mês da prova, e o seu sorriso é de orelha a orelha.

E esta minha visita, neste dia de sol, é como regressar a casa, a uma casa com novos habitantes e muitas melhorias dentro e fora, mas com o mesmo Santuário de madeira erigido no dia da decisão de construir aqui uma casa para jovens que, depois de saírem da prisão, procuram e merecem a primeira oportunidade das suas vidas.

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Tantos sonhos, tantas histórias

Esperávam-nos para o almoço e dividimo-nos pelas mesas dos jovens. Os meus companheiros de mesa são a professora de soft skills, Lourdes (posso levá-la emprestada durante dois meses para os jovens empregados da nossa empresa?), Alexis e Gonzalo, que partilham as suas experiências, e ouvem com grande espanto que também os jovens alemães no seu primeiro emprego têm dificuldade em ser pontuais…

Depois, reunimo-nos durante meia hora, à conversa… Há vários jovens que estão nas suas primeiras semanas, outros já estão a trabalhar na horta, na confecção industrial ou na padaria. Tantas histórias, tantos sonhos de uma família, de uma casa, de um trabalho decente… Tantos momentos de sofrimento, abandono, delinquência, quedas e novas tentativas, que poderiam preencher a história de vida de uma pessoa idosa. Tantos sorrisos inocentes que se parecem com crianças de cinco, seis anos de idade.

Um dos jovens, alto, forte e certamente com grandes conhecimentos em roubo de telemóveis ou motas, quase morre de vergonha no momento de pedir um pequeno favor a Babbio Sallustro…

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Padaria

Não param de trabalhar

Há ainda mais uma visita importante a fazer: à nova padaria, a primeira e até agora única empresa Madre de Tupãrenda. Uma empresa onde, juntamente com um padeiro especializado, três jovens CMT licenciados têm o seu primeiro emprego, e onde outros podem fazer o seu estágio. Uma oportunidade especialmente para os menores, porque é difícil encontrar trabalho para eles…

Entramos, e sim, estamos agora num ambiente de trabalho. Os jovens cumprimentam-nos, mas não param de trabalhar. Os produtos são vendidos em Tupãrenda, depois da Missa, no Santuário Jovem e, espera-se, depois de alguns procedimentos que ainda faltam, nos supermercados. Desta forma, darão apoio económico à Casa Mãe de Tupãrenda.

A padaria é toda nova para mim, embora a tenhamos acompanhado com os artigos em schoenstatt.org sobre a sua construção e abertura no meio da pandemia.

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Reencontro com Dário

Mas há um reencontro. “Conheço-te da prisão”, grita um dos jovens quando me vê. É Darío, que eu quase não reconheci, não só por causa da máscara, mas porque ele é muito maior agora e muito mais feliz.

Sim, Darío, eu lembro-me de ti da prisão. Lembro-me das tuas palavras, dos teus sonhos, das tuas dúvidas… Lembro-me daquele dia chuvoso em Setembro de 2018, quando me despedi com: “Até à vista, mas não aqui, mas na Casa Mãe de Tupãrenda! Aqui estamos nós, com este jovem da minha última visita ao Reformatório, e o nosso sonho realizado. Todo o esforço, toda a esperança condensados num único reencontro.

Vale a pena o esforço. Vale tudo, tudo o que estas equipas da Pastoral Prisional fazem, desde a Casa Mãe de Tupãrenda, o que fazem os responsáveis do Ministério, o grande esforço da Fundaprova, o que fazem os editores e tradutores de schoenstatt.org, o que fazem os benfeitores…Vale a pena para Darío e para tantos outros Daríos, Pepitos, Sergios…

Vale a pena sonharmos juntos por mais…

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Ao cuidado de: Pe. Pedro Kühlcke, Casa Madre de Tupãrenda

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Original: espanhol (22/5/2022). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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