Posted On 2020-01-19 In obras de misericórdia, pastoral prisional, Projetos

Jesus nasce onde ninguém o espera

PARAGUAI, Cristy Santa Cruz •

Embora dezembro seja um mês de festas, despedidas e mais festas … lastimosamente às vezes esquecemos o sentido mais profundo e original desta celebração, e por outro lado também esquecemos aqueles que não têm nem idéia do que é o Natal . É o sexto ano em que aqueles que fazemos parte da pastoral carcerária “Visitação de Maria” nos recordamos o significado desta festa e lembramos e ocupamos daqueles que muitos esqueceram. 

“Não creio que eles virão a visitar-nos, justo no Natal!”

Junto com o Padre Pedro, todos os anos, no início de dezembro, realizamos nossa campanha “Cena Solidária de Natal”, que nada mais é do que arrecadar doações para levar um prato de comida, sobremesa e refrigerante, acompanhado de alguma lembrancinha para jovens e adolescentes privados de liberdade nos centros educacionais Itaugua e La Esperanza, na véspera de Natal.

Por vários sábados antes, pedimos aos meninos que rezem por todos aqueles que colaboraram neste jantar, e lembramos que estaremos com eles nos dias 24 e 25. Claro, não falta o “novo” que incrédulo conta a seus colegas de escola em Guarani e logo: “não creio que eles virão a visitar-nos, justo no Natal!”

Desde o início da campanha, como todos os anos sentimos a bênção de Deus e a mão protetora de Maria, em cada doação, nos preparativos e nas palavras de encorajamento de muitas almas generosas que dão seu sim, a esta campanha todos os colaboradores

 

Todos los colaboradores

O pão que acompanharia a ceia dos meninos foi feito por alguém que foi um deles

Os dias anteriores já foram muito emocionantes. E quando chegou o dia, desde a manhã, a Mãe Rainha tinha alguns presentes preparados para nós.

Quando fomos ao supermercado buscar do pão que acompanharia o jantar, encontramos o Sergio trabalhando na padaria – apenas alguns anos atrás, o encontramos na CEI. Quando ele finalmente foi libertado, decidiu mudar de vida e entrou no programa pós-prisão da “Casa Mãe de Tupãrenda “. Lá, ele concluiu o programa e hoje trabalha dignamente. Foi um presente muito lindo saber que o pão que acompanharia o jantar dos meninos era feito por alguém que foi um deles, alguém que sabia o que significava passar um Natal lá dentro.

A próxima vez na Casa Madre de Tupãrenda

Já em Itaugua, a festa ia se completando, a decoração, a música, a comida … tudo isso diante do olhar curioso dos meninos, ansiosos para saber o que tínhamos preparado para eles.

Recebíamos a cada grupo com músicas, aplausos e muitos abraços, eles eram os homenageados naquele dia! Eles iam passando para a sala de jantar, alguns com um olhar assustado, outros com imensa felicidade, mas todos prontos para desfrutar o que para eles seria um verdadeiro banquete.

A certa altura, sentei-me ao lado de Pepito e, entre lágrimas e abraços, ele me disse: “Mais uma vez aqui, tia, mas, ovalema (basta), não quero mais essa vida!” Já perdemos as contas de quantas vezes ele passou o Natal aí, eu pergunto onde eu vou ver você na próxima vez, ele me responde que na Casa Madre Tuparenda: “já fiz um trato com Pa’i Pedro”.

Paredes do orgulho desabaram

Vimos muitas paredes do orgulho desabarem diante da força de um abraço. Alguns que sempre se mostravam duros, arrogantes, “cabeças duras”, como dizemos aqui, sucumbiram ao amor de Jesus e Maria entregues a cada os detalhes, a cada as músicas, a cada abraço.

Muitos deles nunca viram uma mesa com uma toalha, nunca tiveram uma cena de Natal, a véspera de Natal que passavam na rua ou, se ficassem em casa, talvez a única abundância seria o álcool e as drogas.

Uma mensagem de Natal pela rádio

Os educadores não podiam ficar isentos de toda essa festa. A certa altura, me aproximo de um deles e pergunto se todos os que têm rádio (para que se comunicar-se), os que estão no estabelecimento e os que cuidam do perímetro, têm o mesmo canal. Quando ele diz que sim, pergunto-lhe se era possível ao Padre Pedro dar a todos eles algumas palavras no rádio. Diante da resposta positiva e sem mais tempo a perder, perguntei ao Padre se ele não tinha problemas em enviar uma mensagem no rádio. Pareceu-lhe uma boa idéia. Não podíamos deixar, aos que cuidam dos meninos, fora da festa. E foi assim que, no final de tudo, de uma maneira muito especial, o Padre Pedro agradeceu a todos os educadores e guardas de perímetro e deu-lhes a bênção. Sem eles, sem sua predisposição, não seria possível, o pouco que fazemos, além disso; se eles estão bem, os meninos estarão bem também.

 

Vivemos o verdadeiro Natal

Todos terminamos o dia mais do que felizes, rezamos, cantamos, agradecemos tantas bênçãos, que, embora não sejam tão tangíveis, ainda serão muitas. Saber que podemos proporcionar um momento de tanta felicidade, tanta misericórdia e amor com tão pouco, realmente enche nossos corações. Hoje estamos apenas jogando algumas sementes ao vento, Deus saberá em que terreno elas cairão, mas temos certeza de que seus tempos são perfeitos e que os frutos chegarão mais cedo ou mais tarde.

O que vivemos nos dias 24 e 25 de dezembro nada mais é do que a verdadeira presença do Menino Jesus, Emmanuel, o Deus conosco, mais presente do que nunca em um lugar que muitos esqueceram.

Jesus nasce e está presente ali, na oração simples, mas sincera, nos abraços longos e silenciosos, na alegria de cantar, compartilhar, rir e chorar. Pode parecer pouco, mas para quem não tem nada, é muito

 

 

Cristy Santa Cruz, a autora, com um dos colaboradores

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Schönstatt-Patres International e. V.
IBAN DE91 4006 0265 0003 1616 26
BIC/SWIFT GENODEM1DKM
Uso previsto: P. Pedro Kuehlcke, pastoral penitenciaria

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Liberdade na prisão?

 

 Original: Espanhol. 13 de janeiro 2020. Tradução: Glaucia Ramirez, Ciudad del Este, Paraguai

 

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