Posted On 2014-02-09 In Francisco - iniciativos e gestos

A alegria do Evangelho preenche o coração e a vida toda daqueles que se encontram com Jesus

VATICANO, Dra. Pamela Fabiano. A exortação apostólica Evangelii Gaudium é o documento que o Papa Francisco quis deixar aos fieis cristãos no encerramento do Ano da Fé. Redigido para orientar e indicar (a palavra exortação vem da verbo latino ex-hortari “incitar a fazer alguma coisa”, mas também “consolar, enaltecer”) as linhas de orientação do caminho da Igreja nos anos vindouros e para convidar para uma nova etapa evangelizadora.

 

Alegria

Alegria é a palavra chave do documento. Está presente no texto umas 76 vezes e em posição proeminente, a palavra “alegria” perpassa o pensamento do Santo Padre e enquanto lemos, apresenta-se aos nossos olhos logo desde o início,. O Papa adverte-nos : “O grande risco do mundo actual, com a sua múltipla e opressiva oferta de consumo é uma tristeza individualista que brota do coração acomodado e aváro, da procura malsã dos prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha sobre os seus próprios interesses já não existe mais espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se escuta a voz de Deus, já não se saboreia a doce alegria do Seu amor, não se vibra de entusiamo por fazer o bem. Os crentes também correm este risco certo e permanente”. (EG 1,2). O cerne da Exortação é este: somos cristãos dispostos a abandonar as tristezas individuais, das quais temos mais ou menos consciência, para nos deixarmos invadir pela voz de Deus que nos fala através da beleza do mundo, através do grito do pobre, através do canto da consciência individual?

Os livros do Antigo Testamento tinham-nos proposto a alegria da salvação , que se tornaria superabundante nos tempos messiânicos. O Evangelho convida à alegria, com insistência:« Alegra-Te» é a saudação do anjo a Maria (Lc 1,28); João salta de alegria no ventre de sua mãe quando Maria vai ao encontro de Isabel (cf. Lc1,41); e, Maria no seu canto proclama sempre:« O meu espírito exulta em Deus, meu salvador» (Lc1,47)

Deste modo o Santo Padre dirige-nos a desarmante pergunta :”Porque não entrarmos nós, também, neste rio de alegria?” (EG 1,59), “Porque é que, se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, pode conter o desejo de comunicá-lo aos outros? (EG1,8). De facto, como pode?

Todos os ambientes da vida social nos quais se move um cristão devem ser novamente perpassados pela alegria da transmissão da boa notícia, da salvação

A Exortação é longa e muito articulada, mas rapidamente se pode observar quão fácil, fluida e compreensível é a linguagem. O Papa fala-nos de uma maneira facilmente compreensível e usa expressões fáceis de entender. Pelo veio da “alegria da evangelização” correm os temas e lugares caros à Igreja: a vida  das associações e movimentos, a paróquia, a família, o social, a economia, a política, a comunicação, o diálogo com as outras religiões. Todos os ambientes da vida social nos quais se move o cristão devem ser novamente perpassados pela alegria da transmissão da boa notícia, da salvação.

O Santo Padre exorta-nos, na verdade, a fazê-lo.

Cultura da Aliança

Como cristãos e schoenstatteanos também nós, logo, nos sentimos interpelados por esta mensagem. Pelo menos, espero. Numa recente entrevista ao jornal Avvenire, o Pe. Heinrich Walter disse que são muitos os temas e as passagens da Exortação nos quais se podem encontrar elementos caros ao Pe. Kentenich: a acentuação dada a uma Igreja peregrina que se põe à escuta “do pulso do tempo” ; o primado da vida de cada um sobre as organizações e as estruturas.

O nosso objectivo pedagógico que incarna no “Homem Novo”, ou seja, livre, forte e com uma característica missionária, encontra-se em toda a Exortação e, neste nosso Ano Jubilar, as palavras do Santo Padre conduzem-nos à concretização daquilo a que nós chamamos”Cultura de Aliança” o compromisso social e missionário que resulta da nossa Aliança com Maria. Com Ela, também nós, queremos correr com alegria ao encontro de Isabel, ao encontro do outro que precisa da nossa ajuda e levar Cristo pelos caminhos do mundo.

OriginaL: Italiano. Trad.: Lena Castro Valiente, Portugal

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