Posted On 2015-07-17 In Francisco - iniciativos e gestos, Francisco - Mensagem, Igreja - Francisco - movimentos

Sejamos simples como estas crianças

PARAGUAI, por María Fischer, da redação de Schoenstatt.org •

Foram, como em tantas outras ocasiões, os momentos mais emotivos desta “maratona de amor” do Papa Francisco no Paraguai: os encontros com os seus prediletos: as crianças, os pobres, os doentes, os presos, os idosos, os da periferia.

Foi enorme a expectativa no e em frente ao Hospital Pediátrico Acosta Ñu. Nos arredores, madrugaram desde as três da manhã para ver o Papa.

O Papa deu como exemplo a “confiança”, a “alegria” e a “ternura” das crianças doentes que visitou no Hospital Pediátrico Acosta Ñu, nos arredores de Asunción, a capital do Paraguai.

“Isso é o que a Igreja quer, que sejamos simples como as crianças”, disse durante a primeira visita do seu segundo dia no Paraguai, onde conversou com quatro meninas que tinham feito uma operação de transplante de coração e reuniu-se em privado com outras 90 crianças que continuam hospitalizadas.

Enquanto falou com eles, os seus familiares e pessoal médico (deixando de lado, uma vez mais, o seu texto preparado), aproximaram-se umas crianças, abraçaram-no, e por um momento um deles ofereceu-lhe a sua credencial, sussurrando-lhe: “para que te lembres de mim”…

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“Vem ter connosco

A visita ao Hospital Pediátrico Acosta Ñu fez parte do programa; mas não a visita, na tarde do mesmo dia, ao Centro da Fundação San Rafael em Asunción, visitando de surpresa doentes com Sida e doentes terminais. Este Centro acolhe gratuitamente doentes terminais de cancro e sida, também idosos, que recolhem das ruas, ou que são rejeitados pelos seus familiares ou pelas instituições públicas. Fazem-no a fim de os acompanhar a morrer dignamente, com todos os Sacramentos. Acolhe, para além disso, crianças doentes e abandonadas, órfãs e em situação de risco. Oferece educação escolar básica e ateliers profissionais a crianças e jovens de escassos recursos.

Desde manhã, as pessoas esperavam com esperança e confiança… Indescritível o júbilo quando, no final, se anunciou: O Papa vem ter connosco.

O Papa Francisco entrou na capela do Centro, rezou perante uma imagem da Virgem e ofereceu-lhe rosas brancas.

Depois dirigiu-se a um salão onde se encontravam cerca de 30 pacientes, incluindo doentes de sida e casos terminais.

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“Adiantou-se à guarda vaticana e, no centro da sala, começou a abençoar três crianças doentes, falou com toda a gente, todos cantavam”, relatou emocionado o Padre Aldo Trento, Sacerdote da Fraternidade San Carlos Borromeo pertencente ao Movimento Comunión y Liberación, diretor da Fundação. O Papa saudou afetuosamente dois pacientes adultos, um com sida e outro com espondilitis anquilosante, uma doença degenerativa que o deixou quase cego.

Com uma emoção transbordante de amor a Cristo presente nos pobres e doentes recebemos o Papa Francisco na nossa Clínica Divina Providencia. A alegria chega aos nossos corações profundamente. Obrigado Padre Aldo Trento, porque ao ensinar-nos a amar a Cristo presente nos pobres e doentes tivemos esta experiência única nas nossas vidas”, lê-se no Twitter da Fundação.

As ruas mais próximas encheram-se de jovens que, inclusivamente, treparam às árvores para ver o Papa “como no tempo de Jesus”, comentaram na TV do Paraguai.

“Soube-se no ultimo minuto que vinha, não estava no programa oficial, saltou a agenda”, explicou o Padre Aldo Trento. “Para mim foi um milagre, disse-me ‘vá em frente e obrigado’. Emocionou-me porque quando há obras grandes o diabo põe a mão e o facto do Papa me ter dito isto, é um grande consolo”, disse. “Precisava disto, é como se Jesus me tivesse dito força”, acrescentou com lágrimas nos olhos. rafael1

Uma criança aproximou-se…

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As crianças: desde a sua chegada ao aeroporto, que o Papa deixou que as crianças se aproximassem…

Foi num destes momentos que um deles se aproximou para oferecer ao Santo Padre uma estampa de João Pozzobon, iniciador da Campanha da Mãe Peregrina, prototipo do Schoenstatt em saída…

Texto das palavras do Papa Francisco ao sair do Hospital Pediátrico

Encontramos una cena onde Jesus se zangou. Zangou-se outras vezes, mas houve uma em que se zangou muito. E zangou-se com os que mais gostava, com os Apóstolos. Jesus zangou-se uma vez com os Apóstolos, e sabem porquê?:porque não deixavam que as crianças se aproximassem. Para Jesus as crianças são muito importantes, até ao ponto, de nos dizer a todos os adultos, os que já somos grandes “Se no vosso coração não vos tornardes como as criancinhas não entrarão no reino dos céus”. Que lindo! Ou seja, o que quis dizer-nos Jesus com isto? Tornarmo-nos humildes como as crianças, espontâneos como as crianças (em referência a uma criança que se aproximou): que não teve vergonha de me trazer este bolo, com toda a espontaneidade! Sem artifícios. As crianças são simples, são alegres. Isso é o que quer Jesus, que nos tornemos como as crianças. Assim, aprendamos com a zanga de Jesus para que não se zangue connosco como se zangou com os Apóstolos.

E outra coisa. Este é um hospital onde muitas crianças sofrem e eu quero dizer-lhes, mães e pais, que rezo por vós, e rezo pelos vossos filhos, para que Nossa Senhora esteja muito perto de vós, para que Jesus dê saúde aos vossos filhos e que vós tenhais essa força e essa constância que somente têm os pais e as mães. Obrigado!

Assim que… Também quero agradecer a todos os que trabalham aqui neste hospital, ao pessoal. ¡Trabalho tão sacrificado! Médicos, enfermeiros, enfermeiras, funcionários, todos, para quê?: para que uma criança se cure. É tão importante uma criança na vida! Muito obrigado a todo o pessoal deste hospital. E também agradeço ao capelão o que faz para acompanhar a cada família, a cada criança.

E agora vou lhes dar a bênção a todos, aos que estão aqui, aos que estão mais longe e aos que estão lá dentro.

(Em referência a outra criança que se aproximou) Disse-me: “Ofereço-te a minha credencial para que te lembres de mim”. Isto é o que Jesus quer de nós! Sejamos simples como esta criança!

Vamos rezar a Maria, à Virgem de Caacupé.

E peço-lhes que rezem por mim.

Original: espanhol. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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