P. Hans Peter Lechler. A festa da Sagrada Família deixa claro que o Natal não é apenas uma festa da família por razões “sociais” e emocionais. Isto é muito mais evidente na nossa Família de Schoenstatt! Já nos primeiros anos de Schoenstatt os congregados da Congregação Mariana – ou seja, aqueles que não puderam ir para casa nas férias de Natal – tentaram através do seu comportamento e das suas contribuições para as celebrações de Natal formar uma família. Além disso, o seu diretor espiritual, o Pe. Kentenich, mostrou-lhes o contexto espiritual do que é ser uma família.
Natal dos congregados no Colégio 1916-1917
No final de uma carta a Hans Blumer de 14 de janeiro de 1917, Albert Eise transcreveu uma carta de Karl Kubisch enviada à sua seção. Nela, ele informava sobre a celebração do Natal Sodário no Colégio, com palestras suas (“O Natal é a festa da Maternidade de Maria”) e do Pe. Kentenich (“O sentir a família implica o amor familiar e orgulho na família”). Eise escreveu:
O Pe. Kentenich apresentou o assunto da seguinte forma: No início das férias foi expresso um desejo que a festa deve aprofundar o nosso sentido de família. Este é composto pelo amor familiar e pelo orgulho na família. (…) Temos muitas razões para o orgulho na família, porque nós temos uma Mãe gloriosa, podemos estar orgulhosos dos nossos congregados que tombaram no campo de batalha, a nossa missão e [nosso] ser exaltados. Este orgulho deve tornar-se o nosso apoio nos momentos de tentação “.
Quem conhece o nosso fundador reconhecerá nos dois componentes do sentido de família a caracterização das principais paixões: “sensualidade e orgulho”, ou, a capacidade de dar-se a si mesmo e o desejo de conquistar. Assim, o orgulho na família não é um sentimento impróprio para ser evitada, mas para saborear apaixonado e grato pela felicidade da realização e conquista. Paralelamente ao desejo apaixonado de se dar a si mesmo, o “orgulho” não pode ser visto como uma luz negativa. Ambos têm de ser cultivados e enobrecidos.
A expectativa do Advento:
Um retrato de Maria só se revela a MTA gradualmente
Nas suas cartas , em novembro e dezembro de 1917, o representante do grupo de Albert Eise no Colégio, o organista congregado Willi Girke, mencionou cartões-postais e folhetos informativos em papel. Estes haviam sido emitidos pela Congregação desde julho de 1916. Impresso estava uma imagem oval da MTA e três pequenos poemas compostos pelo Pe. Kentenich , dois dos quais ainda são usados em Schoenstatt como orações e hinos : ” Mãe Três Vezes Admirável , ensina-nos , teus cavaleiros, como combater … ” e “Mãe com o teu divino Filho … ” (cf. Rumo ao Céu) . Em dezembro de 1917 cada congregado alistado no exército recebeu dez desses boletins informativos como um presente de Natal. Além de escrever em papel formato A5 , também havia cartas – de formato A6. Em 16 de julho de 1916 Rudolf Gross escreveu ao congregado ex- prefeito, Josef Fischer, sobre os textos alternativos ao lado da imagem da MTA , e mencionou o folheto recentemente escrito : “Nós escolhemos três textos : um ( … ) para os estudantes, um para as pessoas particularmente devotas de Maria, um para as famílias ( … ). De qualquer forma as áreas de trabalho foram desta forma definidas de forma muito clara ” . Assim, as três orações a Maria foram destinadas a diferentes grupos de pessoas, e o texto ” Mãe e Filho unidos no amor … ” foi especialmente elaborado para o apostolado familiar .
A pessoa por trás da “imagem do altar da Congregação de Estudantes em Schoenstatt, Vallendar no Reno” estava ainda no processo de se habituar com a existência da MTA! De qualquer forma, o título só aparece em alemão nesta publicação, que ainda não foi visto como o nome do quadro de Maria, muito menos da imagem de graças (como foi mais tarde dado como certo). Tudo estava ainda em desenvolvimento. Mesmo “Schoenstatt” ainda não era bem conhecido e era mencionado entre aspas.
Na primeira edição da revista MTA que apareceu em 5 de março de 1916, a Rainha da Congregação já era bem conhecida como “MTA na capela da Congregação” pelos congregados na frente de batalha. Qual era, portanto, a razão para o receio na publicação dos folhetos e cartões-postais? Eu não acho que tenha sido surpreendente, simplesmente tudo tem que crescer devagar! (A MTA sempre contou com os meios de comunicação para o seu trabalho pioneiro e missionário …) Falando em termos muito humanos: A Mãe de Deus teve de se aproximar lentamente da sua revelação – desde ser uma imagem simples, bonita e adorável de Maria à venda numa loja de velharias em Freiburg até se tornar a imagem de graças de um lugar de peregrinação para todo o mundo! Sem dúvida, bastante correto!
Que salto haverá em 2014?
Talvez, tendo também em vista as grandes celebrações do Jubileu de 2014, será assim: a nossa Mãe é novamente confrontada com um “salto na carreira”! Mãe Três Vezes Admirável: maravilhosa na colégio e na Congregação Mariana; maravilhosa na Família de Schoenstatt e no Movimento; maravilhosa numa escala global quando todos nós, a Igreja e o mundo, que lhe pertencemos, total e completamente, a retratamos em conjunto. Adicionada à nova imagem da MTA está uma nova imagem de Pai – de um conquistador audacioso e ousado como Colombo, que lidera o seu grupo de homens e mulheres cheios de vontade Mariana para conquistar, para atravessar o oceano para as margens de uma nova era, içando a bandeira da Rainha Maria Três Vezes Admirável de Schoenstatt! Será que iremos durante o Jubileu 2014 chegar a um porto, um armazém de suprimentos, entre os dois? E permitimo-nos então ser enviado para novas conquistas? Cheios de orgulho na família! Pai, Ahoy!
O nosso Pai está ao leme,
A vitória é certa
porque estamos cheios de orgulho e amor
e todos se entregam inteiramente!
“Tudo para todos” a ela pertencemos
e estamos à sua disposição.
Capitão, Ahoy! Feche as nossas fileiras!
O companheiro, a jovem, o teu filho!
Original: Alemão. Trad. José Cravo, Lisboa, Portugal
Dirección del autor: lechler@schoenstatt-patres.org
