Posted On 2013-05-23 In Jubileo 2014

18.10.2014 – Uma peregrinação de unidade

Sarah-Leah Pimentel, Africa do Sul. À medida que a Família Schoenstatteana da Africa do Sul inicia a sua preparação logística para a peregrinação a Schoenstatt do próximo ano – somos quase cinquenta – tive várias conversas com as pessoas sobre a importância desta peregrinação na história da nossa Família Internacional Schoenstatteana.

 

Parece que existem duas perguntas que as pessoas aqui na Africa do Sul fazem (e quem sabe noutras partes do mundo também). A primeira questão é: valerá a pena ir até à Alemanha nesta peregrinação e estar em Schoenstatt no dia 18 de Outubro de 2014 quando, provavelmente, estará bastante lotado e eu poderei nem ter a oportunidade de ter algum tempo com mais calma no Santuário Original? A segunda questão está relacionada com a primeira: não será melhor ir a Schoenstatt noutra altura em 2014, quando ainda poderei receber as graças jubilares mas terei tempo para estar no Santuário Original e em todos os nossos lugares santos?

Não consigo imaginar estar noutro sítio que não o Santuário Original

Embora não me consiga imaginar noutro sítio que não no Santuário Original a 18 de outubro de 2014 e mal possa esperar por me encontrar com os milhares de outros peregrinos schoenstatteanos de todo o mundo, senti necessidade de me distanciar um pouco do meu próprio envolvimento nesta peregrinação e reconhecer que o meu entusiasmo é, talvez, fomentado pelas minhas experiências enquanto intérprete na Conferência 2014, momento em que os nossos corações se incendiaram ao imaginarmos como seriam as celebrações jubilares.

Para muitos de nós, esta peregrinação pode ser a única vez que visitaremos o Santuário Original – esse Santuário que tanto ouvimos falar desde que nos encontramos com Schoenstatt nos nossos países. Ir em peregrinação ao Santuário Original é, para muitos de nós, um sonho de uma vida, por isso é natural que se deseje que a experiência seja memorável e especial, para que nos anos futuros seja possível relembrar enquanto um tempo de profundo encontro pessoal com a nossa Mãe Três Vezes Admirável no lugar em que tudo começou.

Sim, o encontro pessoal é um elemento importante de qualquer peregrinação religiosa, uma vez que se espera que a experiência da peregrinação introduza uma mudança nas nossas vidas e na nossa relação com Deus. Não obstante, de muitas formas, esta peregrinação é muito diferente de outras peregrinações que possamos fazer a Roma ou à Terra Santa.

Dom e desafio para a unidade familiar

Antes de mais, nós já nos encontramos em peregrinação. Começámos a nossa peregrinação ao Santuário Original três anos atrás quando iniciámos a preparação espiritual, focando nas correntes de vida através da nossa Aliança de Amor: o santuário, o nosso pai e fundador e a nossa vocação missionária. Uma peregrinação ao Santuário Original – física ou espiritual – será a última etapa da nossa peregrinação, na qual celebramos o nosso “dom e desafio de unidade familiar” (Mensagem 2014). Se temos sido sinceros na nossa preparação espiritual, estes três últimos anos serão uma série de encontros pessoais com a nossa Mãe e Rainha, com quem selámos a nossa Aliança de Amor. E agora somos chamados a encontrar a MTA uns através dos outros.

Mais do que um encontro pessoal, a grande reunião de todos os filhos de Schoenstatt em torno do Santuário Original, em união com todos os que não poderem fazer a viagem, será a nossa oferta de amor à Mãe do Céu. A nossa peregrinação será a nossa oferta de amor mútua porque nos nossos encontros durante os dias em Schoenstatt e Roma, poderemos partilhar as nossas experiências pessoais sobre as muitas maneiras que vivemos a nossa Aliança de Amor nos nossos países. Será um tempo rico de troca e de encorajamento mútuo a perseverar no nosso percurso de Aliança e a levar o fogo destes encontros e partilhá-lo com a família schoenstatteana nos nossos países.

A segunda parte da peregrinação a Roma será uma oferta de amor à Igreja, onde reassumiremos o compromisso enquanto instrumentos ao serviço da Igreja una, santa, católica e apostólica cuja fé professamos. Será uma oferta, um presente, para todo o mundo, pois na medida que formos renovados, quereremos partilhar o tesouro da nossa Aliança de Amor com o mundo através da renovação de corações. No entanto, esta renovação requer sinais práticos e visíveis. Um dos sinais mais visíveis que frequentemente atrai pessoas é a unidade familiar que possuímos.

Contudo, a unidade familiar é também desafio. Houve momentos em que não vivemos em unidade uns com os outros. Por vezes, as nossas fraquezas humanas afastaram-nos. Alguns podem até ter saído das nossas fileiras porque lhe falhámos de alguma maneira. Noutros momentos perdemos de vista a visão profética do Pe. Kentenich da missão da nossa Família para o mundo. Lutas entre nós “diminuíram a força do amor” e que “o que uma das mãos construiu, logo a outra destruiu” (Consagração da Noite, Rumo ao Céu).

A nossa peregrinação enquanto ato de reconciliação

Estes desafios lembram-nos de que não podemos seguir rumo ao futuro sem entregar o nosso Movimento de novo e firmemente nas mãos da Mãe do Céu. A nossa peregrinação comum a Schoenstatt a 18 de outubro de 2014 será um ato de contrição, um ato de reconciliação entre nós e um momento de cicatrização de todas as mágoas passadas que possamos ter infligido mutuamente.

Neste sentido, a nossa peregrinação ao Santuário Original torna-se um ato de perdão e de recomeço. Iremos renovar a nossa Aliança de Amor com a nossa MTA e uns com os outros à sombra do Santuário Original como uma família internacional schoenstatteana. Assim começaremos a criar os fundamentos para os próximos cem anos. A partir do Santuário sairemos em unidade, libertos das “secretas reservas” que “cansaram e arrefeceram” o nosso coração.

Libertos destas correntes de escravidão seremos capazes de nos unir uma vez mais entre nós e com o coração da nossa Mãe, para podermos ouvir claramente de novo o que ela quer da nossa família para o próximo século.

Por estas razões, todos quantos pudermos, devemo-nos reunir à volta do Santuário Original a 18 de outubro de 2014, para que as palavras da oração do nosso fundador também sejam verdade em nós:

“No futuro será diferente

evitaremos todas as aparências;

seguiremos só o ideal

que nos ilumina por toda a parte.”

(Consagração da Noite, Rumo ao Céu)

 

Trad.: Maria Miguel V. Rocha, Aveiro, Portugal

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