Wie politisch soll Schönstatt, soll Kirche sein?

Posted On 2024-03-27 In Vida em Aliança

Quão político pode ou deve ser Schoenstatt?

ALEMANHA, Renate Siebenkäs • 

A celebração da Aliança em Marienberg, na véspera do dia de São José, tradicionalmente sempre uma celebração com São José… Mas para o presidente diocesano Martin Emge, não se deveria estar preparado para ouvir uma palestra deitado no banco. Eu daria o seguinte título a esta celebração da Aliança: Até que ponto o Movimento de Schoenstatt pode ou deve ser político? Será que o Pe. Kentenich queria um Movimento que se retira para o Santuário para rezar o Terço? Pessoalmente, fiquei simplesmente abalada por associar política a Schoenstatt. É lindo que me seja permitido moldar o mundo. —

O presidente diocesano centrou a sua Homilia no tema da justiça. Na Sagrada Escritura diz-se várias vezes que José era “justo”. Para a Bíblia, os homens eram “justos” quando colocavam a sua confiança em Deus, viviam de acordo com a Torah (os cinco livros de Moisés como lei de vida de Deus para o seu povo) e agiam para o bem dos outros (ver, por exemplo, o Salmo 112).

“São José é o primeiro homem a quem o Novo Testamento chama “justo”, e isto face ao seu Filho Jesus. O evangelista Mateus conta como José entra em conflito com a Torá, porque era público e notório que a sua prometida Maria trazia consigo um filho que não era seu. Ele decide separar-se dela em segredo, para não a denunciar publicamente. Teria, assim, seguido um caminho muito divulgado pela Igreja católica, ou seja, proclamar publicamente as regras da lei, mas em silêncio – “in camera caritatis” – ser misericordioso. Mas São Mateus relata como José passa por um processo de aprender a confiar nos seus sonhos e no mensageiro de Deus que lhe fala neles. Recebe publicamente Maria como sua esposa e torna-se assim o pai do filho alheio de que ela está grávida. José toma a decisão de que a mera obediência à lei é o caminho errado a seguir. Há um princípio de justiça que ultrapassa a letra da lei e tem em conta o bem comum. A sabedoria bíblica conhece esta justiça e contrasta-a com o comportamento dos ímpios, que muitas vezes invocam a lei escrita com o seu comportamento: “Quando se faz justiça, o justo regozija-se, e os malfeitores” (como o déspota Herodes) “são arruinados” (Prov. 21,15). “O justo tem em conta os direitos dos pobres” (Pr. 29,7). “José aprende que a justiça é mais do que a simples observância da lei escrita”, escreve o Pe. Ansgar Wucherpfennig SJ.

Justiça na Rússia?

Martin Emge começou por falar dos acontecimentos actuais: a “eleição” de Putin. Justa? Não foi uma eleição. Toda a gente sabia como ia acabar. Não havia alternativa, não havia outros candidatos.

E Navalny? Em 2021, correu o risco de ser novamente preso quando regressou à sua terra natal, a Rússia.

Navalny estava empenhado na liberdade, na liberdade de opinião, na justiça e no direito do seu povo a escolher com verdadeira liberdade e honestidade o que o seu coração decidisse.

Navalny, um homem corajoso e de confiança inabalável. Quando foi julgado em 20 de Fevereiro de 2021, referiu-se às Bem-aventuranças do Sermão da Montanha de Jesus: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça…”. Tirou força da sua fé em Deus para defender a justiça e lutar por ela. (Fonte: https://promisglauben.de/alexei-nawalny-bezog-kraft-aus-den-seligpreisungen-der-bergpredigt/)

Foi por isso que ele lutou, foi por isso que ele morreu. O Presidente dos Corações está morto. É um mártir político, explicou Martin Emge.

Justiça em Nazaré

Josef, Statue im Heiligtum der Verbundenheit

São José

A justiça leva-nos também a Nazaré. Ali, nas proximidades da Basílica da Anunciação, na “Casa do Justo”, uma congregação de freiras guarda um tesouro, um túmulo antigo, o túmulo do Justo. Poderia ser o túmulo de São José.

No texto da Escritura, ouvimos: “José, seu marido, que era um homem justo e não a queria denunciar publicamente”. Justo, no Antigo Testamento, significava viver em harmonia com Deus e com os homens. De acordo com as leis da época, Maria deveria ter sido apedrejada por esperar um filho ilegítimo.

A confiança de José em Deus é incrivelmente grande. Confiou na voz do anjo. Confiou que tudo estava a acontecer por direito divino. Que a sua mulher estava grávida e que precisava dele urgentemente nesta situação particular.

Ele colabora na educação deste menino. Jesus também precisa de alguém que o ensine a ser justo. Aprende-o bem com José, o justo.

José, lutador pela justiça, deixa-se guiar pelo anjo, deixa que Deus intervenha, abre-se à vocação da sua vida e escuta-a com atenção. José é alguém que se manteve incorruptível. Sempre aberto aos desejos de Deus.

E nós, hoje?

Também nós podemos orientar-nos como ele hoje. De que ponto de vista precisamos para o fazer?

Somos combatentes como Navalny e agora a sua esposa, ou como São José, ou como José Engling com o seu ideal de vida: “Quero ser tudo para todos e tudo para Maria”?

E José Kentenich?

Abrimos a boca quando há uma injustiça evidente no nosso ambiente imediato ou preferimos calar-nos?

A questão da justiça é o nosso tema, um tema muito importante do Movimento de Schoenstatt, da Família de Schoenstatt!

Um aspecto interessante: José Kentenich, o fundador, fundou ou deixou nascer muitas comunidades para a sua Obra: para sacerdotes, mulheres, homens, casais, jovens, diáconos, e todas eles com diferentes opções de compromisso e obrigações. Conhecemo-las todas? O Pe. José Kentenich queria que todos tivessem os seus direitos. Em nenhuma comunidade religiosa há tantas comunidades diferentes.

Sonho com um Schoenstatt que abre a boca

A Família de Schoenstatt precisa de pessoas despertas que percebam o que o outro necessita.

Martin Emge literalmente:

“Sonho com um Schoenstatt que não só abra a boca piedosamente, mas que diga as coisas que precisam de ser ditas. O Pe. Kentenich queria que rezássemos mais Terços ou que nos envolvêssemos, que assumíssemos a responsabilidade e abríssemos a boca como São José? Encorajemo-nos uns aos outros com uma confiança cheia de fé”.

O que me impulsiona e o que me faz reflectir

No caminho de regresso, as palavras da Homilia ressoavam em mim. A sua visão da justiça mexeu muito comigo e surgiram muitas perguntas.

Até que ponto o Padre José Kentenich queria que o seu Schoenstatt fosse político?

Ele próprio era muito político, fez frente a Hitler, caso contrário não teria acabado num campo de concentração. Defendeu também a sua Igreja e a consequência foi o exílio em Milwaukee.

Será que ele queria uma comunidade orante, que se retirasse para os seus Santuários para rezar o Terço?

E eu, como é que me empenho por amor de Deus, pela justiça?

O próprio Navalny impulsiona-me de uma forma totalmente nova. Reconheceu abertamente que a força para lutar pela justiça na Rússia veio da sua fé cristã.

Será possível que eu receba a força para lutar conscientemente pela justiça no meu ambiente, nas celebrações da Aliança, através da corrente de graças da renovação da Aliança de Amor com a Mãe Santíssima?

E agora torna-se real: Qual é a minha atitude para com os requerentes de asilo? Defendo-os quando são insultados?

São José, ajuda-me a usar o meu coração, os meus olhos, os meus ouvidos e a minha boca para a justiça e para reconhecer a vontade de Deus.

Marienberg

Original: alemão (23/3/2024). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

Tags : , , , , , , ,

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *