Posted On 2015-10-16 In Artigos de Opinião

Como vivemos o Capital de Graças?

Padre Oscar Saldivar •

Publicamos uma palestra do Pe. Oscar Saldívar pronunciada em Tupãrenda durante a novena de preparação para a grande festa do 18 de outubro, dia no qual quase toda a Família de Schoenstatt está ao serviço dos milhares de peregrinos que chegam a essa festa ao Santuário.

Queridos irmãos, querida Família:

Este quarto dia de preparação para a festa do 18 de outubro em Tupãrenda coincide com a memória de Nossa Senhora do Pilar. “Segundo uma antiga e venerada tradição a Santíssima Virgem Maria, apareceu em Zaragoza sobre una coluna ou pilar, ao apóstolo Santiago, animando-o na sua evangelização por terras espanholas (…) Sob o seu patrocínio, em12 de outubro de 1492, teve início a evangelização da América.”[1]

A recordação desta devoção mariana pode-nos ajudar a refletir hoje em como vivemos o capital de graças.[2]

Assim como Maria deu alento ao Apóstolo Santiago no seu trabalho evangelizador, Ela anima-nos hoje no nosso trabalho evangelizador: a tarefa de ajudar a”que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra (para que) nenhuma periferia se prive da sua luz”[3]; a tarefa de colaborar, como aliados de Maria, na construção da nossa pátria como Nação de Deus.[4]

Constância no amor

Na oração dos fiéis do dia, pedimos a Deus que, pela intercessão de Maria, nos conceda “fortaleza na fé, segurança na esperança e constância no amor.”[5]

As contribuições para o capital de graças da nossa querida MTA são uma concretização desta “constância no amor”, são uma concretização da constância na Aliança de Amor.

Pela Aliança de Amor com Maria fazemos um intercâmbio de corações com Ela… Entregamos-lhe o nosso coração e Ela entrega-nos o seu. Entregar o coração significa entregar a nossa interioridade, a nossa história pessoal e familiar, as nossas alegrias e tristezas, as nossas capacidades e fragilidades. Resumindo, entregar o coração é entregar o nosso núcleo pessoal.

E um coração oferecido manifesta-se numa vida oferecida. Quando fazemos cada ato da nossa vida com a intenção de o fazer por amor a Maria, então vivemos a nossa Aliança, então a nossa vida é “oferenda permanente”[6] a Maria, e com Ela a Deus.

Vivemos o capital de graças como constância no amor, como concretização de amor, como oferenda de amor.

Amor orientado para a evangelização

O nosso amor a Maria orienta-se sempre para o apostolado, para a evangelização.

O nosso Pai e Fundador e os primeiros congregados tinham uma consciência clara disso. Para eles a primeira contribuição para o capital de graças era a própria auto-educação, o “trabalho silencioso na área do espírito” [7] O trabalho sobre a própria personalidade, ou seja, o colaborar com Maria para que nos assemelhe a Jesus e nos torne instrumentos aptos para o Reino de Deus.

Este trabalho sobre a própria personalidade oferece-se no Santuário pela fecundidade das ações apostólicas que Maria vai suscitando. O capital de graças, por isso, é sempre apostólico e comunitário.

Finalmente contribuir para o capital de graças da Mater com os nossos oferecimentos é um estilo de vida. A constância no amor a Maria faz com que que encarnemos estas palavras do Rumo ao Céu: “o que sou e o que tenho, te ofereço como dom de amor” (Rumo ao Céu 16).

Assim, as contribuições para o capital de graças não são atos isolados ao longo do nosso dia; o contribuir para o capital de graças deve chegar a converter-se numa constante atitude de vida, uma atitude que marque todo o nosso dia. “Tudo te ofereço como dom de amor.”

E entregando tudo por amor descobrimos que somos felizes entregando o nosso coração; somos felizes não guardando-nos mas dando-nos; somos felizes escutando a Palavra de Deus e praticando-a no amor (cf c11, 27-28).

Que Maria, a bem-aventurada que escutou a Palavra de Deus e a praticou, nos conceda ser constantes no amor, ser constantes em oferecer tudo como um dom de amor no Santuário. Amen.

[1] CONFERENCIA EPISCOPAL ARGENTINA, Misal Romano Cotidiano. Versión castellana de la 3ª edición típica latina y los Leccionarios I-IV (CEA – Oficina del Libro, Buenos Aires 2011), pág. 2242.
[2] Es el tema del cuarto día de la Novena en preparación a la fiesta del 18 de octubre en el Santuario de Tupãrenda.
[3] PAPA FRANCISCO, Evengelii Gaudium 288.
[4] El ideal nacional de la Familia de Schoenstatt en Paraguay es Nación de Dios, corazón de América.
[5] MISAL ROMANO, oración colecta de la memoria de Nuestra Señora del Pilar.
[6] MISAL ROMANO, Plegaria Eucarística III.
[7] P. LOCHER et al. (Editores), Kentenich Reader, Tomo I. Encuentro con el Padre fundador (Editorial Nueva Patris S.A., Chile 2011), págs. 140-146.
Original: espanhol. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

 

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