Posted On 2015-01-31 In Artigos de Opinião

A Aliança de Amor, uma realidade arrasadora

mda. Esse 20 de janeiro de 2015 é um dia tranquilo, sem os milhares de peregrinos e peregrinas do mundo todo, sem câmeras nem equipamentos de transmissão”, afirmou o Dr. Peter Wolf, Diretor Geral do Instituto dos Sacerdotes Diocesanos, em sua homilia do 20 de janeiro, na Igreja da Santíssima Trindade, no Monte Schoenstatt. Convidou também os presentes a olharem com os olhos do Padre Kentenich “para os grandes dias do jubileu, para colocá-los na perspectiva do segundo marco”. O jubileu mostrou que “a Aliança de Amor é uma realidade arrasadora”, não como teoria, mas como vida que se experimenta.

A seguir, o texto da homilia de Mons. Dr. Peter Wolf, em 20 de janeiro de 2015

Querida Família de Schoenstatt, queridos irmãos e irmãs na fé,

o grande jubileu já passou e já começou um novo ano, um novo século da história de Schoenstatt. Nós nos incendiamos com o fogo juvenil dos jovens que correram com as tochas. Nós nos comovemos com a entrada da MTA na arena e, depois, com seu retorno para o Santuário Original. Estamos felizes pelo encontro com o Santo Padre e a grande celebração eucarística em São Pedro, Roma. Celebramos uma festa alegre e experimentamos um Schoenstatt internacional e familiar.

Hoje é para nós o primeiro 20 de janeiro depois do grande centenário. É um dia bem mais tranquilo, sem os milhares de peregrinos e peregrinas do mundo todo, sem câmeras nem equipamentos de transmissão. Imagino o dia de hoje como um convite da parte de nosso Pai e Fundador. Imagino que ele nos conduz ao seu lado, tal como Jesus fez com seus discípulos, depois de dias em que estiveram rodeados por muitas pessoas, depois de um tempo cheio de pregações e milagres, durante sua atividade pública.

Nosso Pai e Fundador quer nos convidar, neste memorável 20 de janeiro, a de forma retrospectiva, olhar com seus olhos os grandes dias do jubileu e a colocá-los na perspectiva do segundo marco. Os marcos de nossa história não são, como talvez o nome pudesse fazer pensar, marcas imóveis no caminho; pelo contrário, são agrupamentos de processos vitais e fontes de inspiração e de vida para os tempos futuros. As pedras são – parafraseando uma imagem de nosso Fundador em relação à rocha de Pedro – pedras peregrinas que não apenas marcam o caminho já percorrido de Schoenstatt, mas que também peregrinam conosco para nos mostrar o caminho, assim como o fogo e a coluna de nuvens na saída do Egito. Por isso, já estão presentes em cada fase de nossa história. Podemos descobrir esses marcos com fé providencialista, para torná-los nossos. Assim poderão, mais uma vez, nos iluminar e começar a agir. Para nosso Pai e Fundador, o 20 de janeiro e o segundo marco foram o início de um colocar-se totalmente na realidade do sobrenatural, e da solidariedade e do entrelaçamento de destinos da Família entre si com o Fundador. Aqui, nosso Pai e Fundador viu o eixo da história de nossa Família e esperava que a futura história de Schoenstatt girasse em torno do mesmo eixo.

1. Colocar-se sob a realidade do sobrenatural

A vivência central de nosso jubileu foi, sem dúvida, a presença perceptível da Mãe no Santuário. Um movimento visivelmente emocional cruzou as filas quando a imagem da MTA entrou na grande arena, levada sobre muitos ombros e quando depois foi levada de volta ao Santuário, novamente acompanhada por muitos. Esse momento santo alcançou igualmente os corações por sobre mares e continentes, através da televisão e internet. A Aliança de Amor é uma realidade arrasadora. Isto não é algo que, por assim dizer, tiramos do catecismo schoenstattiano; foi de fato uma experiência que se fez mais palpável no acontecimento do jubileu.

A celebração da Aliança de Amor foi, para muitos, o verdadeiro ponto culminante do jubileu e é, provavelmente, o marco mais duradouro no caminho rumo ao futuro. Nessa experiência, reflete-se o que nosso Pai disse em 20 de janeiro de 1042: que sua ação só é compreensível a partir “da realidade do sobrenatural”. Sobre isso construiu desde o começo e se fez muito claro para ele em seu passo do 20 de janeiro de 1942. E como somos sua família, ele nos desafia a construir também considerando a realidade da Aliança de Amor. A Aliança de Amor tem que ser sempre nosso centro, “nosso Ceterum censeo”, como nosso Fundador gostava de dizer. Considerando essa realidade sobrenatural, construímos com ele todos os planos e ações rumo ao futuro; a partir desse centro conseguimos a força e a confiança invencíveis.

2. Entrelaçamento de destinos da Família entre si

Muitos dos que participaram do jubileu contam que uma vivência que lhes deu muita alegria, naqueles dias, foi a experiência de uma comunidade internacional e familiar entre jovens e adultos. Todos foram atraídos e inspirados pelo mesmo centro, todos sentiram que participavam da mesma graça. Incontáveis pessoas trouxeram e levaram as grandes talhas com seu Capital de Graças. Isso não foi expressado apenas exteriormente com grandes talhas, mas algo que se podia tocar com as mãos. Alguns jovens dedicaram muitos meses da vida de cada um à Mãe, em seu Santuário. Quantas pessoas, voluntariamente, prestaram inclusive serviços bem insignificantes, dedicando para isso suas férias e seu dinheiro. Quantas pessoas trabalharam até o limite de suas forças, alguns inclusive mais além delas, preparando tudo o que era necessário. E outros ofereceram o não poder estar presentes. Ofereceram suas doenças; não poucos foram chamados à eternidade nos dias do jubileu. O céu se mostrou maravilhoso e acolheu essas contribuições, transformando-as em bênção. E isso não apenas na Alemanha e na Europa, mas também em todo o mundo, como em uma misteriosa rede, como vasos comunicantes onde a graça e a entrega à Mãe são intercambiadas.

Tudo isso está relacionado com aquilo que nosso Pai e Fundador, em 20 de janeiro de 1942, menciona como o segundo conceito chave: “o entrelaçamento de destinos entre os membros da Família”. Schoenstatt é um organismo, é muito além de uma organização externa: “Em Cristo Jesus estamos estreitamente unidos”. O “amor à Família” nos impulsiona a nos comprometermos uns pelos outros, e assim dar vida à nova imagem de comunidade, a respeito da qual nosso Pai e Fundador falou, depois de seu regresso de Milwaukee. Trata-se da imagem da Igreja renovada e solidária. Schoenstatt e a Igreja não podem desenvolverem-se sem grandes sacrifícios, sem um amor ardente que nos impulsiona.

Estamos dispostos a percorrer o caminho da entrega total? Naquele tempo, a Inscriptio foi a condição para a libertação do Pai e Fundador da prisão e do campo de concentração. Hoje, o viver essa solidariedade e disposição ao sacrifício é a condição para que o carisma de Schoenstatt posso abrir-se para a Igreja. Neste contexto, posso mencionar também o Santuário Matri Ecclesiae e o Centro de Belmonte, em Roma. Nosso Fundador o desejou e a Família lhe presenteou, quando ele completou 80 anos. Somente no espírito dessa solidariedade poderá ser terminado e converter-se em um sinal desse abrir-se para a Igreja. Isso só será possível se construirmos no espírito do 20 de janeiro.

3. Semelhança e incorporação ao Pai e Fundador

O jubileu foi uma vivência muito especial de família. Naqueles dias, experimentamos a MTA de forma muito real como Mãe; ali estavam os irmãos do mundo todo e também o Fundador estava presente. De seu coração surgiu Schoenstatt. Os livros da Ir. Doria a respeito da história inicial de Schoenstatt, os textos do Fundador publicados durante os anos do triênio preparatório e os textos sobre a Aliança de Amor permitem vislumbrar em que medida o Padre Kentenich foi e é instrumento escolhido pela Divina Providência para oferecer a Aliança de Amor ao mundo. Ele não está à margem, não é algo acessório; entre ele e a MTA estive algo especialmente válido – o “nada sem vós, nada sem nós”, uma bi-unidade inseparável. Schoenstatt é o coração ampliado do Pai e Fundador, do qual Nossa Senhora tomou posse ainda quando ele era uma criança.

Durante o jubileu, além da imagem da MTA, foi levado também ao Santuário Original o “Olho do Pai”. É uma indicação permanente ao Pai Celestial, do qual tudo flui. É um sinal da plenitude da Aliança de Amor em Deus Pai. Quem agora reza no Santuário terá sempre diante de si o mundo todo, todo o cosmo da Aliança de Amor. O olhar passa da imagem da MTA à cruz e ao tabernáculo; depois ao símbolo do Espírito Santo e de Deus Pai. A Mãe de Deus nos tem conduzido a Deus Pai e abriu para nós o maravilhoso mundo da filiação divina, que corresponde ao núcleo do Evangelho: Pai, venha a nós o vosso reino!

O instrumento para esse caminho e para essa graça foi o nosso Pai e Fundador. Durante os longos anos de peregrinação do símbolo do Pai, incontáveis schoenstattianos do mundo inteiro consideraram e receberam a visita desse símbolo como uma visita de nosso Fundador. Com muita gratidão, lembraram seu conduzir rumo a Deus Pai ou se entregaram a esse conduzir. Muitas vezes nosso Pai e Fundador chamou isso de “semelhança e incorporação” à pessoa do Fundador. Na aliança com o Pai segue o caminho rumo ao futuro, que tem seu eixo no 20 de janeiro de 1942. O dia de hoje quer nos libertar completamente para podermos participar de sua missão. Quer novamente iluminar o Padre Kentenich como Pai e centro unificador de nossa Família.

Amém.

Original em espanhol. Tradução: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil

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