EM POUCAS PALAVRAS, Pe. Joaquín Alliende Luco. “Não há nenhuma instituição que possa mostrar uma sucessão de dirigentes máximos tão qualificados, durante os últimos 160 anos, como o pode fazer a Igreja Católica, na lista dos Seus Papas” (Cardeal Brandmüller SJ Presidente da Congregação Pontifícia de Ciências Históricas). Esta afirmação tem, desde este 27 de Abril, sustentáculo próprio: João XXIII e João Paulo II estão canonizados.
Viveram ambos o Concílio Vaticano II, Ao convocá-lo, João XXIII deu uma viragem de leme secular. Desde o início chamou-lhe “um novo Pentecostes”. Do anterior ambiente , uma pequena amostra : as Religiosas de Roma, segundo o recente Sínodo, não podiam andar sózinhas na rua. Como mínimo duas. Isto quer dizer que, para qualquer trabalho missionário, a Igreja, apenas, dispunha de metade do seu contingente de Consagradas. Os outros 50% ocupavam-se em vigiar as suas irmãs…
Para além de ser tão liberal, João XXIII era de uma grande humanidade. Por exº: dialogava facilmente com os gondoleiros de Veneza. E, riam juntos. Homem de oração contagiosa, falava do Céu como quem fala dos seus familiares mais próximos … Tinha a ternura de ancião robusto. Com uma frase, transformava a grandiosa Basílica de S. Pedro, numa casa camponesa de Bérgamo.
O abanão conciliar fez saltar muito estuque. Pôs à mostra muita injustiça social. Dinamizou e desconcertou. Redescobriu a Bíblia e os Padres da Igreja.
João XXIII e o Pe. Kentenich, coincidem numa denúncia básica : roupagens já decrépitas, falta de oxigénio. E, uns imperativos : Escutar o “espírito positivo do tempo”. Dar atenção ao desgarrado grito de orfandade universal. E, além disso : Ouvir a África aprisionada em algemas abomináveis , e a velha Ásia ignorada, e uma América Latina, onde um das Caraíbas cantava a um messias aqui encarnado.
A aurora seria muito diferente da da noite anterior…
Original: Espanhol – Tradução : Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal
Pe. Joaquín Alliende
Muito obrigado por ter escrito este “EM POUCAS PALAVRAS” sobre S. João XXIII. De tudo o que, dele conheço, o senhor soube como ninguém retratá-lo em tão poucas palavras.O seu artigo é um tributo a um homem “tão grande”; que, por isso mesmo,hoje já é Santo… é que, em tudo o que tem rodeado este dia 27, ele tem sido tratado como “parente pobre” da canonização … S. João XXIII é um orgulho para a Igreja e para a Humanidade.
Lena Castro Valente