Posted On 2011-03-21 In Artigos de Opinião

Quando miro sua imagem, vejo-o vivo ante mim

Ermita en Coronel DorregoPe. Javier Arteaga. Era uma manhã soalheira de finais de janeiro, em Coronel Dorrego, Província de Buenos Aires; chegamos com as Missões Familiares de La Plata. A capela do Colégio São José – nosso Santuário missionário – transbordava de anelos de missão; estávamos já dispostos a visitar as vizinhanças para levar a mensagem de Cristo e de Maria Santíssima. Depois de alguns cânticos e orações, dirigiu-se ao altar a Ir. Ligia – uma Irmã Franciscana de 90 anos de idade, cheia de vitalidade e de juvenilidade – dando-nos as boas-vindas, na qualidade de dona da casa, e expressando sua alegria de nossa presença e da presença da “Mater” – assim a denominou, tal como nós schoenstattianos denominamos a Mãe Três Vezes Admirável – em Dorrego. E voltando-se para o quadro do Padre Kentenich, disse: “Quando miro sua imagem, vejo-o vivo ante mim.”

 

 

P. José KentenichUm silêncio expectante a todos nos envolveu, e a Ir. Ligia contou-nos como o havia conhecido, quando jovem, na portaria de seu convento em Florencio Varela: “O Padre Kentenich tocou à campainha, e eu abri-lhe a porta. Aí estava Ele… com o olhar tranquilo e profundo; era reverente, muito reverente”. Depois contou-nos que o Pai Fundador já havia estado, em junho de 1947, em Dorrego, no mesmo colégio onde nos encontrávamos hospedados. Nossa surpresa e alegria eram cada vez maiores. Transcorridos alguns dias, visitamos o Santuário de nossa Mãe e Rainha do Povo, em Paso Mayor. Aí a Família de Schoenstatt relatou-nos a passagem de nosso Pai Fundador por esse lugar nos anos de 1948 e 1952, e outrossim nós vivenciamos sua presença viva. O Padre Kentenich havia-nos precedido nessas terras pampianas, e permanece presente na memória viva de seus filhos.

Presença pela vida e pelo testemunho de seus filhos espirituais

A mesma experiência, fizemo-la, ao visitarmos o Santuário do Pai em Nuevo Schoenstatt ou em tantos lugares, onde sentimos sua presença viva… Presença pela vida e pelo testemunho de seus filhos espirituais; uma presença que nos motiva a viver o ideal do homem novo e da santidade da vida diária; uma presença que nos convida a viver em Aliança de Amor com Maria Santíssima e que nos envia quais missionários seus. É uma presença que nos diz novamente: “No plano de Deus, nunca poderia eu existir sem vocês, nem vocês sem mim. Desde toda a eternidade, pensou-nos em uma aliança de amor”. (Nueva Helvecia, 1947)

Herança que é envio e missão

A partir deste vínculo, nascem laços paterno-filiais e laços fraternais; nasce um espírito de família. Ele é nosso pai, pois gerou-nos no seguimento de Cristo; abriu-nos o caminho da Aliança de Amor com Maria Santíssima; educou-nos na santidade e uniu-nos como família ao serviço da Igreja. Algo análogo diz outrossim São Paulo aos cristãos de Coríntio: “Porque, ainda que tenhais dez mil pedagogos em Cristo, não tendes, todavia, muitos pais, pois fui eu que vos gerei em Cristo Jesus, por meio do Evangelho. Rogo-vos, pois, que sejais meus imitadores.” (1 Cor.4, 15-16). Esta advertência de São Paulo aos Coríntios recorda-nos do pedido urgente de Jesus a seus discípulos: “Dei-vos o exemplo, para que, como Eu vos fiz, façais vós também.” (Jo 13,15) Esta é a herança que ele lhes deixou, uma herança que é envio e missão.. Assim também nos diz de novo o Padre Kentenich: “Vocês, à sua maneira, podem ajudar-me a levar a responsabilidade e partilhar a missão da Família.” (Pe. J. K., 31 de maio de 1949)

Carta de apresentação

Em 15 de setembro de 1968, Dom Tenhumberg, Bispo de Münster, Alemanha, disse à Família de Schoenstatt que nós somos “a carta de apresentação da santidade do Padre Kentenich”. Isto é, de fato, uma excelente imagem para descrever nossa responsabilidade ante a missão de nosso Pai Fundador. Somos “sua carta de apresentação”, pois de nós depende que sua missão seja, nos dias de hoje, “atrativa, legível e motivadora”.

Somos filhos espirituais e herdeiros do Padre Kentenich. Sem embargo, conhecemos a fundo sua vida, sua missão? Conhecemos seus passos por esta nossa terra e herança que nos deixou? Nosso vínculo com ele motiva-nos a ser “responsáveis” por sua obra? Espero de todo o coração que mediante a intensidade como vivemos a Aliança de Amor, mediante nosso alento para vivermos autentica e criativamente nossa missão, a Igreja e a sociedade recebam o que nós próprios temos recebido de nosso Pai Fundador. E, por outro lado, que aqueles que nos vêem possam dizer: “Vocês são, de fato, bons filhos espirituais e herdeiros do Padre Kentenich.”

E nesta caminhada rumo ao grande Jubileu de 2014, celebremos este ano da Corrente do Pai e vinculemo-nos mais profundamente a ele, para descobrir o que Deus nos ofereceu com sua vida, para crescer em santidade e levar a muitos irmãos a incomensurável graça da Aliança de Amor, selada com Maria Santíssima.

Pai, tua missão, nossa missão!

Tradução: Abadia da Ressurreição, Ponta Grossa, PR, Brasil

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