CHILE, Carmen Rogers. São 3h 34m em Cobquecura, mais precisamente, no epicentro do terremoto e tsunami, ocorridos em 27 de fevereiro de 2010, no Sul do Chile. Ao som de uma corneta, a Marinha chilena faz a abertura deste comovente ato de homenagem prestado aos 523 mortos e 24 desaparecidos, transmitido ao vivo, pela televisão, em rede nacional. O Presidente Sebastian Piñera, políticos e habitantes acendem velas ao redor de uma ermida, em que se pode ler claramente: Nada sem Ti, nada sem nós!
Não é a única vigília ocorrida nesta noite. Outras se realizam em Concepción, Talcahuano, Dichato, Maipú… com diversas matizes: acusações, explicações, justificações, oração, solidariedade.
A verdade? Esta é difícil de ser descoberta. Por razões legais, alguns edifícios, praticamente destruídos, ainda continuam de pé. Protestam habitantes; outros aplaudem.
A excelente rede rodoviária que herdamos dos governos anteriores já se encontra praticamente reconstruída; porém, muito há ainda para ser feito, uma vez haver este sido o quinto megassismo mais destruidor da história da humanidade.
Talvez o âmago mais importante de todas as explicações seja: “Fizemos tudo o que humanamente foi possível ser feito”.
Muito já foi feito; sem embargo, muito, mas muito há ainda para fazer.
Nada sem Ti, nada sem nós!
Mas, ali, no epicentro da tragédia, encontra-se um “Nada sem ti, nada sem nós” simples, forte e manuscrito. Na manhã seguinte, tais dizeres encontravam-se publicados na primeira página de todos os jornais do país. Esses falam da esperança depositada na Divina Providência; falam de ímpeto, de esforço, de perseverança, de paciência. É Cultura da Aliança e lema para a reconstrução, repetindo-nos assim as palavras proferidas, em certa ocasião, por um comentarista esportivo: Vamos, Chile! É possível fazê-lo!