“Por uma Igreja Sinodal” – Reflexões em Aliança, Paz Leiva •
Os Bispos estão a preparar-se para iniciarem um novo Sínodo a 9 de Outubro. O documento preparatório para a XVI Assembleia Extraordinária foi publicado com o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão” com um decálogo “para caminhar juntos”, que podemos aplicar ao Movimento de Schoenstatt, à Família, e às nossas comunidades. —
“Como é que este ‘caminhar juntos’ que permite à Igreja anunciar o Evangelho, de acordo com a missão que lhe foi confiada, se realiza hoje a vários níveis (do local ao universal) e que passos nos convida o Espírito a dar para crescermos como Igreja sinodal? Esta é a questão fundamental que impulsiona e orienta o Documento Preparatório do Sínodo sobre a Sinodalidade, apresentado a 7 de Setembro no Vaticano.
A primeira coisa que me impressionou no documento foi esta frase: “nenhum ser humano é indigno aos olhos de Deus e a diferença instituída pela eleição não é uma preferência exclusiva, mas um serviço e um testemunho de dimensão universal”.
Estamos a começar bem. E digo-o muito a sério: ter sido escolhido não é uma preferência exclusiva, obriga-nos a prestar um serviço e um testemunho “de dimensão universal”. Estamos aqui para servir (em todos os campos possíveis).
III. TOMAR A PALAVRA
Todos estão convidados a falar com coragem e parrésia, ou seja, integrando liberdade, verdade e caridade.
Como promovemos, no seio da comunidade e dos seus organismos, um estilo comunicativo livre e autêntico, sem ambiguidades e oportunismos?
E em relação à sociedade de que fazemos parte?
Quando e como conseguimos dizer o que é deveras importante para nós?
Como funciona a relação com o sistema dos meios de comunicação social (não só católicos)? Quem fala em nome da comunidade cristã e como é escolhido?
Todos estão convidados a falar com coragem e parrésia, ou seja, integrando liberdade, verdade e caridade.
Como promovemos, no seio da comunidade e dos seus organismos, um estilo comunicativo livre e autêntico, sem ambiguidades e oportunismos?
E em relação à sociedade de que fazemos parte?
Quando e como conseguimos dizer o que é deveras importante para nós?
Como funciona a relação com o sistema dos meios de comunicação social (não só católicos)? Quem fala em nome da comunidade cristã e como é escolhido?
Gosto particularmente do terceiro ponto do Decálogo: “tomar a palavra“, porque é sempre complicado fazê-lo, fazer-se compreender, falar claramente, sem ofender, mas sem renunciar à liberdade de ter a sua própria opinião. O documento fala de “integrar liberdade, verdade e caridade”, de “comunicação livre, autêntica, sem duplicidade de critérios ou oportunismo”.
Verdade, coragem e palavra
“Verdade, coragem e palavra” é tratado na comunicação kentenichiana, que aprendemos com o Padre Tilmann Beller.
Dizer sempre a verdade. A verdade que incendeia os nossos corações não deve ser escondida, ela deve sair de nós, iluminando e movendo os outros. Estamos aqui para servir. Essa verdade deve ter um valor para o nosso interlocutor. Estamos aqui para acender a vida no outro, não para impor a nossa opinião ou um único pensamento. Para nos expressarmos precisamos da palavra certa, por isso precisamos de deixar espaço para o Espírito, para nos deixarmos iluminar. Estamos aqui para ser testemunhas.
A partir desta página sabemos que temos uma grande tarefa à nossa frente, por isso não deixamos de comunicar e deixar espaço para opiniões diferentes, que nos enriquecem e complementam. É por isso que “tomamos a palavra”.
Estamos conscientes da nossa obrigação de prestar um serviço e um testemunho “de dimensão universal”.
Só assim, integrando liberdade, verdade e caridade, poderemos caminhar juntos como Movimento de Schoenstatt, como Família, como comunidade.
Documento preparatório para o Sínodo sobre a Sinodalidade
Página do Sínodo sobre a Sinodalidade (ES, IT, EN)
Original: espanhol (12/9/2021). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal