ALIANÇA SOLIDÁRIA COM O PAPA FRANCISCO, Horacio Chávez •
Durante a visita do Papa Francisco ao Paraguai em 2015, calhou-nos servir os peregrinos que vieram ao seu encontro no Hospital Pediátrico de Acosta Ñu. Infelizmente, durante essa visita, só conseguimos vê-lo de uma forma fugaz, e ficámos com o desejo de passar um momento com ele. Quatro anos depois e a seguir a ter sido transformada a “equipa dos banhos” de então num grupo de famílias de Schoenstatt ao serviço da Pastoral dos Namorados em Tupãrenda, chegou o tão esperado momento.—
Em 2019 recebemos o grande presente e a bênção de Deus e da Mãe de Deus de podermos viajar para a Europa, em família, visitando várias cidades e com destino final no Santuário Original de Schoenstatt, no contexto de uma peregrinação do Paraguai por ocasião do Centenário de “Hoerde”.
Entre as cidades a serem visitadas estava, naturalmente, Roma, e concordámos que estaríamos lá na quarta-feira, 7 de Agosto, para a Audiência do Papa Francisco. Por isso, anteriormente no Paraguai, tentámos conseguir algum lugar para estarmos um pouco mais perto do Papa, mas não foi possível.
Chegámos a Roma na tarde de terça-feira, 6 de Agosto. Fomos, eu e a minha mulher Johana e as minhas filhas Anna Paula e Betharram ao Vaticano para tentarmos obter algumas informações sobre a Audiência de quarta-feira.
Soubemos que, durante o mês de Agosto, o Papa a realiza na Sala Paulo VI e o horário de abertura dos portões é às 7 h 30 da manhã.
Foi o momento de ouvir o grito dos Chavez
E a chipa e o mate?
Na quarta-feira, 7 de Agosto, estávamos a caminho do Vaticano de manhã cedo e chegámos aproximadamente às 5 h e 45 da manhã. Formámos uma fila e esperámos cerca de uma hora e meia para entrar e estarmos localizados ao pé do corredor de acesso do Papa à Sala Paulo VI. Às 9 horas em ponto, Francisco entra no local começando o seu percurso de saudações e onde os fiéis se aglomeram em direcção ao corredor central.
Ia cumprimentando e chegou à frente do nosso lugar. Gritei “Papa, somos do Paraguai” e ele aproximou-se com grande humildade, cumprimentou-me e disse: “E a chipa e o mate? Eu digo-lhe, gritando com emoção: “Eu não tenho, Santo Padre, mas temos tereré. Ele respondeu “Vamos beber” e esperou um pouco na minha frente, mas era impossível para mim alcançar o termo e o guampa (N.R.: Na América do Sul, o chifre do bovino usado como recipiente ou copo para beber), por causa da quantidade de pessoas que me esmagaram com as mãos e o corpo.
Quando ele se afastou, visto que não pude servi-lo, olhou-me nos olhos e disse “Deus te abençoe”.
Foi um momento de céu e, eu e a minha família chorámos. Ele começou a Audiência em todas as línguas e no final deu a bênção.
Partilhando um tereré
Quando voltou a sair da Sala Paulo VI, estava com um pouco de pressa, e eu voltei a gritar-lhe “Papa, o tereré” e, naquele momento, ele ouviu a minha voz e parou a marcha. Diz-me “Siiiim, tem-lo” e eu passo-lho para que ele lhe possa pegar. Foi assim que o Papa Francisco partilhou connosco um tereré.
Agradecemos a Deus e à Santíssima Virgem pelo dom da viagem, mas mais agradecidos por partilhar os momentos de céu. Francisco ficou à nossa frente durante algum tempo e a minha mulher pediu-lhe uma bênção para o Paraguai. Ele assim fez e também abençoou a nossa família.
O que podemos fazer para enriquecer os outros?
No final da Audiência, o Papa Francisco tinha dito:
O nosso tudo é o Evangelho, que manifesta o poder do Nome de Jesus que realiza prodígios.
E nós, cada um de nós, o que possuímos? Qual é a nossa riqueza, qual é o nosso tesouro? Como podemos enriquecer os outros? Peçamos ao Pai o dom de uma memória grata, recordando os benefícios do seu amor na nossa vida, para dar a todos o testemunho do louvor e da gratidão. Não nos esqueçamos: a mão sempre estendida para ajudar o outro a levantar-se; é a mão de Jesus que, através da nossa, ajuda o próximo a erguer-se!
Entre os banhos do hospital para crianças em 2015, o serviço pastoral aos noivos e o tereré com o Papa em 7 de Agosto de 2019, há um grande “Magnificat”, há um grande ciclo de estender a mão em serviço abnegado. O nosso tudo é o Evangelho.
Texto integral da catequese na Audiência Geral de 7 de Agosto de 2019