DEZ ANOS DO PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCO, María Fischer •
“Hoje, a partir da sua pátria, continuamos a confiá-lo à nossa Mãe do Bom Ar e ao seu pai São José. É por isso que quisemos celebrar nesta catedral, a sua catedral, de onde nos deixou gestos e palavras que guardamos na memória e no coração”, disse o Cardeal Mario Aurelio Poli a 13 de Março de 2023 na catedral de Buenos Aires, dez anos após a eleição do seu antecessor, o Cardeal Jorge Mario Bergoglio, como Papa. —
Foto: AICA
“A Igreja que peregrina na Argentina expressa grande alegria pelo vínculo afectivo único que nos une ao Vigário de Cristo, que foi o nosso Cardeal Bergoglio durante mais de 15 anos”, acrescentou.
Nessa tarde de 13 de Março de 2013, eu estava no turno da tarde no centro de atendimento ao cliente do banco onde trabalhava na altura. Não tinha acesso à Internet nem a telemóveis, por isso confiava em ouvir algo em segundo plano quando falava com os clientes. A maior parte e todos os meus estavam a ver o jogo do Bayern de Munique. “Têm um papa”, disse, de repente, uma colega muçulmana. “Quem saiu?” pergunta alguém do outro canto. “Não apanhei o nome, alguém mais velho, de algum país, não sei…” Agora eu sei. É Jorge Mario Bergoglio, o dos taxistas de Buenos Aires. Há alguns dias publicámos a sua mensagem para a Semana Santa em schoenstatt.org. Comentei com aqueles que a iam traduzir para português e inglês: “Traduzam-na cuidadosamente, penso que estão a traduzir o futuro Papa”. Nunca teria imaginado como este novo Papa marcaria a minha vida e a missão de schoenstatt.org e muito menos que hoje, dez anos depois, estaria na sua catedral em Buenos Aires, para expressar gratidão – também em nome da equipa de schoenstatt.org, pelo seu papado, pelo seu serviço à nossa Igreja. Aqui estou eu, num dia quente e sufocante, nesta Missa pelo décimo aniversário da eleição do Papa Francisco, com o Cardeal Poli, concelebrada pelo Núncio Apostólico, 11 bispos e 15 sacerdotes, entre os bispos estava Monsenhor Jorge González, bispo auxiliar de La Plata, da União dos Sacerdotes de Schoenstatt. Havia muitos jornalistas e fotógrafos, mesmo dos grandes meios de comunicação, como a Reuters ou a AP. O coro com cânticos festivos populares e o órgão contribuíram para uma liturgia tão festiva quanto simples.
O Card. Poli na homenagem ao Papa: Francisco deixou muitos gestos e palavras nesta catedral
Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida
Na sua Homilia, o Arcebispo de Buenos Aires disse: “Neste novo aniversário da sua eleição como sucessor de Pedro, unimo-nos fervorosamente a toda a Igreja na oração pelo Papa Francisco e desejamos renovar a nossa fidelidade àquele que carrega sobre os seus ombros como bom pastor a comunidade universal dos fiéis”.
O cardeal destacou a “Exortação Apostólica programática” Evangelii Gaudium, o roteiro do Pontificado de Francisco: “Nela, o Papa expressou: ” Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo actual que à auto-preservação.“(E.G. 27). O Cardeal sublinhou: “A letra, o espírito e o carisma desse documento deram origem a um renovado impulso missionário e inspiraram um grande número de iniciativas pastorais em todo o mundo, fazendo-se eco do seu desejo de uma Igreja em saída. A projecção desta Exortação abriu e continua a abrir novos caminhos para a evangelização”.
Mencionou os Sínodos dedicados a duas prioridades pastorais no coração do Papa Francisco: a família e os jovens, com a sua mensagem aos jovens e a toda a Igreja: ” Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida“. (Christus Vivit, 1)
“Guiado pela lógica do Evangelho, que nos apresenta um Bom Pastor de cem ovelhas, o Papa convidou-nos várias vezes a ter uma visão ampla da marginalidade e da complexa diversidade que vivemos, porque, como ele disse nestes dias: ‘Jesus quere-os a todos dentro'”.
No final do sermão, convidou-nos a todos a fazer o que o Papa Francisco pediu a 13 de Março e continua a pedir: que rezemos por ele. Fizemo-lo, simplesmente, com uma Ave Maria e um Pai Nosso, enchendo a “sua” catedral com oração por ele.
Obrigado, Papa Francisco, por cada ano, por cada palavra, por cada gesto.
O Card. Poli na homenagem ao Papa: Francisco deixou muitos gestos e palavras nesta cátedra
Texto integral da Homilia (ES)
Original: castelhano (15/3/2023). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal
