Posted On 2011-12-18 In Schoenstatteanos

Agora temos deveras um anjo no Céu…

ARGENTINA, Alejandro Vargas e Silvia Papaño de Vargas. Na quarta-feira 2 de novembro de 2011, Comemoração de todos os Fiéis Defuntos, San Luis, Argentina, experimentou uma terrível tragédia. Um trem de carga abalroou um ônibus em que viajavam alunas do Colégio Santa Maria, na passagem de nível de Zanjitas, a cerca de 70 km da capital. Meninas com idade compreendida entre 10 e 11 anos viajavam, em companhia de alguns professores, com destino a Cazadores, uma localidade situada na zona rural de San Luis, onde pretendiam missionar nas escolas. Queriam levar sua alegria a esta localidade; pessoas contaram que, pouco antes do impacto, se ouviu as crianças cantando. E finda esta ação apostólica, pretendiam fazer aí um dia de reflexão no término do ano letivo.

“A primeira santa da Família de Schoenstatt de San Luis”

Esta terrível tragédia causou vários feridos e a morte de seis crianças, entre as quais Luz María Bianciotti – no dizer do Padre Alan Sosa, membro do Instituto dos Sacerdotes Diocesanos de Schoenstatt – a primeira santa da Família de Schoenstatt de San Luis.

E seguramente o Padre Alan Sosa – um dos poucos que viu o corpo de Luz María, uma vez haver sido ele quem fez o reconhecimento do corpo – não se equivocou ao fazer este reparo. Luz María era a filha mais velha de Guillermo e Leonor, o casal dirigente do segundo grupo da Obra das Famílias, com o ideal de curso: “Os Escolhidos por Maria” e membros do grupo de casais fundadores da Obra das Famílias de San Luís, cujo ideal é: “Somos bem-aventurados”.

Guillermo e Leonor são um casal que tem sido sempre exemplo para muitos, mediante a educação de seus filhos na pedagogia do Padre Kentenich; agora mostraram uma fortaleza única, fortaleza essa que a Mater lhe concede manifestamente nestas árduas horas de dor.

Com fé inabalável

Muitos dos casais de diversos grupos da Obra das Famílias de Schoenstatt estiveram no Hospital de San Luis acompanhando-os e apoiando-os nas horas de espera. Foi uma espera terrivelmente longa, até que finalmente chegou a notícia de que nas ambulâncias que, desde o meio-dia, chegavam com os feridos em estado grave, não veio a sua Lucecita. Ela havia partido para a Casa do Pai, provavelmente no momento do impacto do trem.

Haviam, entretanto, transcorrido muitas horas depois de haveremos tomado conhecimento da catástrofe mediante a mídia. E posso testemunhar: Guillermo e Leonor não sucumbiram. Havíamos ido para consolá-los, e eles deram-nos, em cada momento, um exemplo de fé como raras vezes o vivenciamos. Sofriam terrivelmente, e, ao mesmo tempo, estavam fortes e firmes como poucos.

Mãe, contigo ocorreu o mesmo, outrora, aos pés da cruz

Depois do sucedido, o governo de San Luis decretou 48 horas de luto, e nosso Bispo Diocesano, Dom Pedro Daniel, disse que na noite de quarta para quinta-feira o velório das crianças seria na Catedral. O dia terminou com a missa de corpo presente, seguindo-se o sepultamento das meninas.

A primeira urna a deixar a Catedral foi a de Luz Maria, havendo sido sepultada no cemitério de São José. Toda a Família de Schoenstatt esteve presente: casais, missionários da Campanha, jovens, acadêmicas, bem como, Óscar e Miriam Tapia, nossos formadores de Mendoza, o Padre Ignacio, assessor diocesano do Movimento, e o Padre Alan Sosa Tello, membro do Instituto dos Sacerdotes Diocesanos de Schoenstatt. Todos eles acompanharam Guille e Leo e estavam profundamente impressionados com a fortaleza e resignação cristã deste casal.

Entre cânticos, orações e responsório, despedimo-nos de Lucecita; muitos com lágrimas nos olhos, pensando nos próprios filhos. Que dor, Mãe Santíssima! Tu nos compreendes, pois contigo ocorreu o mesmo, outrora, aos pés da cruz.

Ao despedirmo-nos na porta do cemitério, Guille disse-me, bem como, a Óscar e à Miriam: “Pedi a Nosso Senhor mais cruzes, e Ele me enviou esta”. Como é grande a fé deste irmão nosso.

“Monte Tabor”

O pior já passou? Talvez sim, talvez não. Lucecita está no Céu; nós, porém, ainda nos encontramos aqui na Terra; nós que a conhecemos e gostávamos dela; é óbvio que seus pais e irmãos, Paulina e Esteban, 7 e 8 anos de idade, que sentem muito a falta dela, sabem que ela está junto da Mater, a invocam conjuntamente, todas as manhãs, no Santuário-Lar e a saúdam antes de se deitarem: “Quem me procura, encontra-me no Santuário-Lar…”, assim afigura dizer-lhes Lucecita.

Estivemos muitas vezes no Santuário-Lar “Monte Tabor” e aí rezámos juntamente com Guille, Leo e Luz Maria; agora pedimos que nossa Família Schoenstattiana reze por ela e, sobretudo, por sua família, para que permaneça fiel e firme, um testemunho vivo de fé, esperança e amor.

Santa Missa no Santuário Original

Na Santa Missa, celebrada na Catedral, Dom Martínez, Bispo diocesano, pediu a Nossa Senhora “que fortalecesse e consolasse os pais e irmãos dos falecidos. Ela conhece a dor. Ela esteve aos pés da cruz de Seu Filho. Que intercedam por todos nós estes novos anjos! Uma das meninas tinha outrossim entre os dedos o terço, com que rezava.”

“O Pai Celestial chamou ontem, 2 de novembro, para junto de Si, oito anjinhos. Era meio-dia, quase a hora em que toca a campainha do colégio. Sem embargo, desta vez foi Deus Pai quem a tocou para chamá-las para junto dele, para um “recreio eterno”, na eterna Bem-Aventurança. Luz María, Julieta, Daira Rocio, Paula Lucía, Iara Melina, Virginia, Yesica Sabrina e Salomé: Roguem por San Luis e por nós”, assim terminou o prelado.

Ao receberem a carta do casal Vargas, María Cora e Marcelo Lescano, secretários nacionais da Liga das Famílias, enviaram-na a toda a Família de Schoenstatt argentina com o pedido “de uma cadeia de oração e que acendêssemos nossas velas da Aliança em nossos Santuários, Santuários-Lar e nichos, a fim de que, unidos na Mater e como aliados seus, pudéssemos iluminar, dar calor, vigor e esperança às famílias atingidas por esta tragédia e, sobretudo, à família de Luz Maria e à Família de Schoenstatt de San Luis. Na noite de 4 de novembro, já ardiam centenas de velas; e não somente na Argentina…

Na manhã do dia 5 de novembro, o Padre Francisco Sobral celebrou a Santa Missa “rumo a 2014” no Santuário Original, transmitida ao vivo por Schoenstatt-TV, de modo particular por alma de Luz Maria, por sua família, bem como, por todas as vitimas. “Estou vendo a gravação da transmissão e escuto o nome “Maria Luz” no prefácio…”, assim escreve Claudia Echenique. Ela tinha enviado a carta supramencionada para schoenstatt.org. Poucos dias depois da abertura do Ano da Corrente do Santuário, rezamos, como família, por alma de Luz Maria e de suas colegas de escola… e a elas.

 

Tradução: Abadia da Ressurreição, Ponta Grossa, PR, Brasil

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