Posted On 2014-01-16 In Jubileo 2014

O 20 de janeiro e a radicalidade dos mártires – “Uma rede de santuários vivos”

ESPANHA, org. Em sua projeção pastoral para o mês de janeiro de 2014, Pe. Carlos Padilla, Diretor do Movimento de Schoenstatt da Espanha, oferece à família de Schoenstatt da Espanha e a todos os leitores de nossa página schoenstatt.org um impulso importante e atual a serviço da vida e da peregrinação jubilar. Seu ponto de partida é a oferta jubilar da Família de Schoenstatt da Espanha que consiste em formar uma rede de santuários vivos, uma rede de vida, uma rede missionária. Tudo vinculado com o aniversário do 20 de janeiro – a decisão do Padre Kentenich de renunciar a medidas humanas para evitar que fosse enviado ao campo de concentração de Dachau – e o impulso do Padre Francisco em Evangelii Gaudium a respeito de unidade e diversidade e como evitar o perigo da uniformidade.

Começamos com alegria nosso ano jubilar.

Faltam apenas nove meses para participar da grande festa de 18 de outubro. Agradecidos, cheios de alegria, caminhamos neste ano de graças que acaba de iniciar. Deus é misericordioso e nos mostra seu amor. O Santuário derrama suas graças que nos fortalecem em nossa aspiração à santidade. Queremos formar uma rede de santuários vivos como presente para Maria, no Santuário. Em 18 de setembro, nos consagraremos como santuários vivos, como Família de Schoenstatt da Espanha. Uma rede de vida, uma rede missionária.

Queremos que essa rede nos una como Família, para dar esse testemunho de unidade na Igreja. Diz o Papa Francisco em sua Exortação apostólica: “A diversidade tem que ser sempre reconciliada com a ajuda do Espírito Santo; somente Ele pode suscitar a diversidade, a pluralidade, a multiplicidade e, ao mesmo tempo, realizar a unidade. Em contrapartida, quando somos nós que pretendemos a diversidade e nos fechamos em nossos particularismos, em nossos exclusivismos, provocamos a divisão e, por outro lado, quando somos nós que queremos construir a unidade com nossos planos humanos terminamos por impor a uniformidade, a homologação”.

Queremos pedir a graça da unidade na diversidade. Formamos uma rede de vida unida pela força do Espírito Santo. Maria, no Santuário, nos une e nos presenteia a graça de permanecermos unidos em Cristo. Como, em nossas comunidades, estamos preparando essa consagração como uma rede de santuários vivos?

Que gestos de unidade quero presentear a Maria, no Santuário?

Neste mês de janeiro, acompanhamos o Padre Kentenich no passo do 20 de janeiro de 1942.

No cárcere de Coblenza, ele se abandonou confiante nas mãos de Maria. Sua liberdade interior nos convida a confiar, a deixar nossa vida nas mãos de Deus, a entregar a Ele o comando sobre nossa vida. Porque, como dizia o Padre Kentenich, “não queremos ser como aqueles que, se na oração sabem dizer muito sobre a entrega total, com certeza, juntam todos as fibras do mundo para fazer retroceder o carro, quando Deus começa a levar a sério nossa oração e faz conosco o que Ele quer”. (J. Kentenich, “Cartas do Carmelo”, 1941-42).

Queremos aprender a confiar. Neste tempo de crises, de dificuldades, voltamos a pronunciar nosso sim radical, nosso sim fiel. Nosso sim ao nosso caminho pessoal, à nossa vocação. Nosso sim à vida que nos cabe viver, com suas dificuldades e alegrias. Nosso sim às nossas debilidades e fortalezas. Nosso sim às nossas renúncias cotidianas, às nossas cruzes, aos momentos de júbilo. Nosso sim simples e corajoso, como o do Padre Kentenich, ao longo de sua vida. Como o sim dos mártires que souberam permanecer fiéis até o fim de seus dias, em meio às dificuldades e perseguições. Não se improvisa esse sim – educa-se. Unimo-nos, começando o ano, a tantos santos que, em momentos chaves da vida de cada um, foram fortes, pronunciaram com profundidade o sim mais importante da vida. Antes desse momento, tinham pronunciado o sim diário do amor de martírio, o sim cotidiano e simples, o sim que passa desapercebido, mas que exige uma grande coragem do coração.

Os mártires da Igreja nos ensinam a viver com radicalidade.

Os grandes ideais nos entusiasmam e o coração de enche de sonhos. Porém, é preciso viver o dia-a-dia, as dificuldades cotidianas e acabamos nos aburguesando. Deus nos pede a radicalidade de um coração que se entrega por inteiro, a radicalidade dos mártires. A Espanha é terra de mártires. Schoenstatt tem formado muitos mártires no amor. É nosso martírio, o do amor.

Dizia o Padre Kentenich: “Que cada dia seja uma brasa ardente que incendeie tudo o que de mundano e medíocre exista na alma e desenvolva todo o eterno e divino para, assim, ser uma chama ardente”. É o sim alegre que pronunciamos. Esforçamo-nos no pequeno, damos a vida e assim se forma nossa fidelidade. Deus nos fala no cotidiano. Pede a cada um de nós esse sim generoso e constante. O sim do amor que se faz renúncia e oferenda. O Fiat de Maria renovado a cada manhã e a cada noite. Ela conservava todas as palavras em seu coração. De Nazaré a Ein Karém, de Belém ao Egito, de Betânia ao Gólgota. Ela, ajoelhada, confiante, renova seu sim e permanece fiel e firme ao pé da cruz. No Santuário, Maria nos ensina a dizer sim a Deus. Ela nos forma, nos educa, nos presenteia um coração puro.

Somos radicais na entrega do amor? Temos um coração confiante e ancorado em Deus?


Original em espanhol – Tradução: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil

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