Posted On 2013-10-28 In Jubileo 2014

Um caleidoscópio multicolor e multigeracional, que só ELA pode convocar

PARAGUAI, Julio Giménez. Tupãrenda, 18 de outubro de 2013, a 99 anos dessa sementinha de mostarda chamada Aliança de Amor com a Mãe e Rainha, numa pequena capelinha, no vale de Vallendar, entre montes, num pequeno lugar chamado Schoenstatt (belo lugar) um grupo de jovens conduzidos por um desconhecido e jovem sacerdote, sela uma estranha “Aliança de Amor” com a Virgem. Alguns – os que tenham tido conhecimento – poderiam perguntar-se quem eram estes jovens, dirigidos por esse sacerdote para se atreverem a aliar-se com a Mãe de Deus. Quem os autorizou? Como podem sentir-se à Sua altura para tal insolência?

A 99 anos desse passo liminar, de uma era a outra da sociedade e da humanidade, encontramo-nos agora com uma frondosa árvore, ou melhor com um bosque de pródigas árvores de mostarda, que se expandem pelos quatro pontos cardeais do globo terrestre, com raízes cada vez mais profundas e projetando-se rumo ao céu, rumo à pátria celestial, em forma de milhares e milhões de contribuições para o capital de graças provenientes dos seus filhos, das mais diversas nacionalidades, condições sociais e idades.

O Pórtico do Ano Jubilar

Na Santa Missa das 20.00h em Tupãrenda, neste 18 de outubro de 2013, numa noite fresca, iluminada por uma esplendorosa lua, num céu cheio de estrelas, movia-se uma multidão pelo maravilhoso local: alguns orando perante a Cruz da Unidade, outros nos diversos stands, outros no Santuário, outros no jardim do Padre Kentenich, as crianças no parque de diversões, alguns casalinhos de mãos dadas, enfim um caleidoscópio multicolor e multigeracional, que só ELA pode convocar. O Pórtico do Ano Jubilar, por onde todos queríamos passar, não só pela promessa da indulgência plenária, mas também porque queríamos “atar-nos, ligar-nos”, a um histórico da família.

Tomarmos conta do presente do Santuário Original

Na homilia, o P. Tommy falou sobre a “boa nova” que significou o grande presente que nos deu a MTA no dia 22 de setembro passado por intermédio dos Padres Pallottinos, que resolveram finalmente entregar ao Movimento de Schoenstatt o Santuário Original, algo inesperado, mas que se tornou possível por esses insondáveis desígnios da Providência.

Disse-nos que de facto, é um presente, mas que isso implica a grande responsabilidade de tomarmos conta do presente, de o cuidar, de o proteger, de o fazer frutificar, e de não ficarmos simplesmente sentados, descuidando essa “Fonte santa de graças”.

Também disse que este ano jubilar não só tem de se caracterizar por festejos cheios de luz e cor, mas também por tratarmos de imprimir maior radicalidade ao nosso testemunho levando-o ao lar, ao trabalho, à política, à cultura em geral, impregnar a nossa visão schoenstattiana em toda a sociedade, transmitir todo o legado pedagógico e espiritual do Pai e Fundador.

Abrir a porta do novo entusiasmo

A verdade é que, no meu caso particular, ia uma vez mais a Tupãrenda num 18 de outubro é certo, mas sem ter muitas expectativas, pensando para mim mesmo que se repetiria o de todos os anos, com tudo o que significa a imensa multidão, a maioria movida por uma profunda e autêntica fé, simples e toda entregue à MTA, mas o P. Tommy e o início do Ano Jubilar moveram a minha fé muitas vezes infiltrada por um racionalismo que nos faz cambalear e até duvidar de algumas das nossas práticas. Mas nessa homilia encontrei a faísca, o click, o “enter”, que me fez ingressar de novo nesse mundo, nessa dimensão espiritual que me recorda as palavras de um grande líder europeu dirigidas a um grande escritor latino-americano: “Você pertence a esse mundo que eu amo”. Sim, esse pórtico, essa memória e retrospeção aos 99 anos passados, essa homilia representou para mim a chave para abrir a porta do novo entusiasmo, talvez por essa forma inflamada de falar do P. Tommy, que captava com a força da sua convicção, com a interpelação direta, abertamente, vibrando e digamos mesmo exaltado, transmitindo-nos a todos a sua força e convidando-nos a sair da nossa acomodação, da nossa Kaigué (preguiça), que algumas vezes chega até ao desespero. Dizia para mim mesmo: Nde valé Pa’i ore tyvyró hagu’a peichaité pevé.(vale a pena Padre, mexer connosco até este ponto). E Nandejara há Tupãsy (estão os que valem mais do que ele: Deus e a Virgem).

Nas trincheiras da nossa sociedade

Chamava-nos a atenção para uma bonita noite de lua cheia, como se a nossa yasy (lua) se unisse em homenagem à Rainha Três Vezes Admirável.

Dizia-nos também que assim como os heróis congregados levaram para as trincheiras de uma cruel e impiedosa guerra a sua vocação e a sua convicção pela fé em Cristo e na Mãe e Rainha, devíamos também fazê-lo nas trincheiras de uma sociedade hedonista e relativista, cada vez mais afastada de Deus e da transcendência.

Uma das suas mensagens mais fortes foi que devemos ser, utilizando termos modernos, Mater Star, estrelas da Mãe e Rainha, irradiar Maria, transmitindo os flashes luminosos da sua fidelidade ao seu Filho Jesus Cristo, para que a Igreja seja cada vez maior e melhor.

Com estas reflexões, que apenas são um pálido reflexo do que foi o 18 de outubro de 2013 em Tupãrenda, despeço-me não sem antes agradecer ao Padre Kentenich, que com a sua obra atraiu para Deus muitos que iam por outros caminhos.

FOTOGRAFIAS

 

October 18, 2013 – Tuparenda

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Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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