Santuario de Belgrano

Posted On 2023-10-30 In Vida em Aliança

Deus vive na cidade: 60º aniversário do Santuário de Belgrano

ARGENTINA, Gabriela Sarquis/Claudia Echenique •

No dia 18 de Outubro, o Santuário de Belgrano, Tabor de Maria, Coração da Cidade, celebrou seu 60º aniversário com uma Missa presidida por D. Alejandro Giorgi, Bispo Auxiliar de Buenos Aires e Vigário Episcopal da zona de Belgrano, e concelebrada pelo Pe. Guillermo Carmona, Assessor da Família de Belgrano, pelo Pe. Pablo Pérez, Director Nacional do Movimento de Schoenstatt, por ambos os Padres de Schoenstatt e por vários sacerdotes diocesanos convidados. Muitas Irmãs de Maria acompanharam a Família de Belgrano, entre elas a Superiora Provincial, Irmã Cecília Maria, e as Superioras do Sanatório Mater Dei e do Colégio Mater. —

Santuario de Belgrano

Lenços azuis e brancos atados com intenções, expressões de gratidão e ofertas

Ao dar as boas-vindas ao Bispo, o Pe. Guillermo Carmona referiu-se a ele como “um filho de Maria, pela sua vinculação ao Santuário; um pastor, pois é o que é para esta comunidade de Schoenstatt; e também o sentimos como um irmão, pois estamos muito ligados à sua pessoa”.

Entre os concelebrantes estavam também o Pe. Pablo Bocca, palotino e pároco da paróquia de São Patrício, à qual pertence o Santuário; o Pe. Rodolfo Capalozza, também palotino e muito próximo do Santuário e da Juventude Masculina; e dois sacerdotes da União dos Sacerdotes, os padres José María “Pepe” Vallarino e Adolfo Losada.

O Pe. Carmona recordou o sacerdote palotino que benzeu o Santuário em 18 de Outubro de 1963. Era o Pe. Alfie Leaden, “um amigo, um irmão, tão próximo de nós, que foi morto no que é conhecido como o massacre do dia de S. Patrício, em 4 de Julho de 1976. Agora, de novo do céu, ele dá-nos a sua bênção a todos, para que este Santuário seja, como ele disse em 18 de Outubro de 1963, uma fonte de muita graça e unidade para todos nós”.

O Padre Guillermo também agradeceu às Irmãs de Maria pela sua presença e fidelidade no local há mais de 60 anos, pela cordialidade que sempre ofereceram e por todo o Capital de Graças que oferecem diariamente a toda a Família.

Um pastor com forte ligação ao Santuário e à comunidade

No início da Homilia, D. Alejandro Giorgi comentou que estas celebrações o fazem estudar para estar bem informado e conhecer melhor as comunidades que visita. E para isso recorreu à história que há vários anos ouviu à Irmã Christvera, quando ela ainda vivia em Belgrano.

Ficou a saber que as primeiras Irmãs que viveram em Belgrano eram enfermeiras e foi assim que encontrou mais uma ligação com esta comunidade. É de notar que D. Giorgi é médico. Destacou também a figura do Pe. Alfie Leaden pelo seu Capital de Graças de martírio.

Quantas pessoas passam por aqui sem se aperceberem de que há uma Mãe que as acolhe

Por fim, fez uma confidência: antes de ser Bispo, foi formador no Seminário de Buenos Aires. “Sempre que tinha um problema sério, importante, ou quando me sentia angustiado, vinha ao Santuário. Vinha meio camuflado para passar despercebido em busca de um lugar tranquilo… e saía transformado. Isso aconteceu-me muitas vezes durante os 30 anos que estive no seminário, e não sabia porquê. E um dia alguém me falou das três graças dos Santuários de Schoenstatt e eu disse: “É isso que eu sinto cada vez que vou ao Santuário“. E penso em quantas pessoas passam e vêem um lugar bonito, sem se darem conta de que há uma Mãe que silenciosamente as abriga, transforma e envia.

Agora, como Bispo, tenho mais problemas e mais necessidades, e continuo a vir ao Santuário, mas agora as Irmãs já se dão conta porque já me conhecem.

Santuario de Belgrano

Que bonito que a Mãe de Deus viva aqui

Neste lugar, onde hoje se encontra o Santuário, há vestígios do Padre José Kentenich, pois ele esteve e viveu nesta casa em mais de uma ocasião. Quando as Irmãs escreveram ao Pe. Kentenich em 1961 para lhe dizer que estavam a planear construir uma Ermida na propriedade, o fundador de Schoenstatt escreveu-lhes de volta e disse: “Não uma Ermida, mas um Santuário para a cidade”. É um lugar de graças único, onde se respira a Mãe de Deus e, através dela, Jesus. Este lugar, como disse D. Giorgi, é o pulmão, o reino da Família e Tabor de Maria, Coração da Cidade, Capital de Graças na cidade. Aqui a Mãe de Deus abriga-nos, transforma-nos e envia-nos. A Mãe de Deus vive no Santuário. Ele é a porta de entrada para o céu.

As palavras do então Card. Jorge Mario Bergoglio no Primeiro Congresso Regional de Pastoral Urbana (Buenos Aires, 25 de Agosto de 2011):

“Deus vive na cidade e a Igreja vive na cidade. A missão não se opõe a ter que aprender sobre a cidade, as suas culturas e as sua mudanças – ao mesmo tempo que saímos para lhe anunciar o Evangelho. E este é o fruto do próprio Evangelho, que interage com o solo em que cai como semente. Não só a cidade moderna é um desafio, mas todas as cidades, todas as culturas, todas as mentalidades e todos os corações humanos foram, são e serão um desafio”.

Abraçar o Santuário

No final da Missa houve um abraço ao Santuário com lenços azuis e brancos atados com intenções, agradecimentos e ofertas que os peregrinos foram escrevendo desde o dia 18 de Setembro nas suas visitas ao Santuário.

Em cada detalhe da festa, toda a dedicação das Irmãs que ali vivem, com a Superiora da Casa, Irmã Cecília, o Assessor, Padre Guillermo Carmona, do Conselho, da equipa pastoral e de tantas pessoas que colaboraram para que o dia 18 de Outubro fosse uma verdadeira festa. Todos estes preparativos foram coroados por uma novena, com um vídeo que foi enviado diariamente via WhatsApp, preparado pelos diferentes Ramos do Movimento de Schoenstatt presentes no Santuário.

Após a Santa Missa, houve uma celebração familiar e fraterna com um vídeo, cantos e partilha.

O lema deste ano é: “Com Maria, Família a partir do Santuário, lar para a cidade“.

Santuario de Belgrano

<strong>A fé ensina-nos que Deus vive na cidade</strong>
A fé ensina-nos que Deus habita na cidade
no meio das suas alegrias, anseios e esperanças,
e também nas suas dores e sofrimentos.
As sombras que marcam o quotidiano das cidades,
a violência, a pobreza, o individualismo e a exclusão
não podem impedir-nos de procurar e contemplar o Deus da vida
mesmo nos ambientes urbanos.
As cidades são lugares de liberdade e de oportunidades.
Nelas, as pessoas têm a possibilidade de encontrar mais pessoas,
interagir e conviver com elas.
Nas cidades é possível experimentar laços de fraternidade, solidariedade e universalidade.
Nelas o ser humano é chamado a caminhar cada vez mais para o encontro com o outro,
a conviver com os diferentes, a aceitá-los e ser aceite por eles.

Documento de Aparecida  

 

Vídeo do 60º aniversário do Santuário de Belgrano (por Mabel Mattar)

Original: castelhano (29/10/2023). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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