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Posted On 2021-11-07 In Vida em Aliança

E tudo por causa de um almoço…

ESPANHA, Lena Castro Valente •

À saída da visita à Catedral de Oviedo – de onde partia o primitivo Caminho de Santiago – pôs-se a questão: Onde almoçar? Eu queria fazê-lo ali mesmo em Oviedo numa Sidreria mas, o meu marido tinha outra ideia. —

É, realmente extraordinário, como a Mãe utiliza até as trivialidades da nossa vida quotidiana para Se manifestar e, nos conduzir aonde Ela achar necessário. Com que finalidade? Só Ela sabe… e, quem sabe, nós também num futuro mais próximo ou afastado.

O meu marido queria voltar para Gijón e, almoçar num restaurante onde estivera hà 9 anos durante o IV Encontro Ibérico dos Ramos dos Homens de Schoenstatt. Parecia tão importante para ele que, resolvi anuir. Lá fomos em busca do dito restaurante e, estacionámos o carro numa rua onde se via um pátio rodeado por umas grades  e, lá dentro uma torre com a imagem de S. João XXIII, à esquerda uma casa baixa e, ao fundo, um edifício um pouco mais alto do “Colégio Virgen Mediadora”. “Eu já estive aqui, disse-me ele, tivemos aqui uma reunião, lembro-me bem”. Lá seguimos o nosso caminho até ao restaurante.

No caminho de volta para o carro…

ermidaDepois do almoço passámos, de novo pelo, mesmo local a caminho do carro… “Creio que isto aqui é uma Paróquia – não se vendo, no entanto, qualquer edifício que se assemelhasse à imagem que temos de uma igreja -, disse-me o Helder tentando reavivar ao certo as lembranças daquele local. “Também havia uma Ermida que, me parece que, estava um pouco abandonada segundo me disse o Jesús”. Continuámos a caminhar ao longo da rua em busca da tal Ermida. Ao fundo quando acaba um pequeno parque que, se estende desde o pátio com a torre até uma estrada, o meu marido começou a subir uns degraus toscos, contornámos uns arbustos densos e, de repente, ela ali estava… a Ermida.

Muito bem cuidada e, com sinais de vida… As velas acesas e o Terço falam-nos de histórias reais de amor, confiança e abandono… Em frente dela estão dois bancos de ferro que, nos transmitem a certeza de não ser um local de passagem mas, um ponto de paragem  e oração…

É sempre uma emoção quando nos encontramos frente à nossa Mãe… para mais, sem o termos buscado e, por isso, o encontro é recebido como um presente Seu…

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Breve história da Ermida de Viesques

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Por trás dos arbustos

Fiquei a saber que, assim se chama, esta Ermida, pois está localizada em Viesques- Gijón.

Pelo ano de 1990 chega a Mãe Peregrina a algumas Paróquias de Gijón. Em 1997 graças a alguns casais de Madrid que, viajaram às Astúrias formaram-se: um grupo de casais e, mais adiante um de Juventude e, outro de Profissionais. Em 2008 a Juventude de Schoenstatt de Espanha saiu para missionar nas Astúrias – Avilés, Colunga e Viesques-Gijón. Esse é o ano da construção e consagração da Ermida.

Agora a exercer funções em Portugal – o Pe. Juan Barbudo que, acompanhou a Missão conta-nos que, houve um milagre. “Quando os missionários foram fazer a preparação das actividades o Pároco, Pe. Juan José Deniz convidou-os a estabelecerem nos terrenos da Paróquia um cantinho para Nossa Senhora…(lembremo-nos que estamos em terras da Padroeira de Espanha, a Santina venerada em Covadonga e, entronizada nesta Paróquia do lado de fora à direita da porta da igreja).Logo começaram a sonhar com uma Ermida e, puseram mãos à obra indo bater às portas pedindo ajuda dentro da Paróquia. De não terem nada, passaram a ter tudo o que precisavam, não sem antes terem de reforçar as contribuições ao Capital de Graças. Vigílias de Adoração, peregrinações nocturnas aos alicerces, conquista do terreno dormindo à intempérie. Um construtor ofereceu todos os materiais e, outro sinal da Providência, o chefe da Missão estudava Arquitetura e elaborou todo o projecto. Começaram a limpar o terreno no dia 23 de Julho e, no dia 28 de Julho estava pronta para a bênção.

Um parentesis

ermidaAbro aqui um parentesis para falar do, então jovem, Jesús Cedeira que, encabeçava a pequena Família de Schoenstatt da Paróquia e, que teve um papel dinamizador em todo este processo e no desenvolvimento de Schoenstatt. Jesús é um exemplo de vida quer, como pessoa quer, como homem de fé. Nasceu como uma doença congénita (doença de Werning Hoffmann), que, o impede de ter qualquer movimento do pescoço para baixo… isso é para ele um impedimento? NÃO. Tem um Doutoramento em Psicologia, é um ás com o computador, é Leitor na Paróquia, responsável pela Pastoral da Saúde… participou no III Encontro Ibérico dos Ramos dos Homens em 10 e11 de Abril de 2010 em Pozuelo e, ofereceu-se logo para acolher o Encontro seguinte em Gijón e Covadonga o IV Encontro dos Ramos dos Homens que decorreu nas Astúrias em 21 e 22 de Abril de 2012 e, foi todo organizado por ele incluindo um guião de 38 páginas…esteve presente em Aveiro no I Encontro Mundial dos Homens de Schoenstatt… Tem uma vida tão plena que, há uns atrás num testemunho enviado para o Chile, diz: “…Adoro viver. Nunca estou amargurado ou aborrecido. No meu amor pela vida, a Fé jogou um papel primordial, acompanhando-me, de forma infusa, em todos os momentos mais importantes da minha vida. A minha doença não conseguiu travar o meu desejo de viver, e sempre consegui superar as inúmeras dificuldades que se me têm apresentado com a força moral que me vem da Mãe do Céu (..)Como católico praticante, repudio a eutanásia…” Conheço-o a ele e aos seus maravilhosos pais que, se têm que deslocar sempre com ele, o Padre de Schoenstatt, Miguel Lencastre, chamava-lhes “a sagrada família”.

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