Posted On 2014-09-17 In Francisco - Mensagem

A novidade do Evangelho

org. Todos dentro da Igreja, e muitos fora dela, fiéis ou não, têm recebido suas palavras claras e cheias de esperança, muito motivadoras, para assumir a responsabilidade que temos para construir um mundo conforme a vontade de Deus, na força do Espírito e no caminho de Cristo. Cardeais e bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, noviços e seminaristas, famílias, jovens e idosos, comunidades e instituições têm recebido a proposta de sair “às ruas”, de levar não uma esperança utópica, mas concretizada em atos, em projetos evangelizadores de vida do ser humano, esteja onde estiver; mesmo que na “periferia”, com todos os riscos e perigos envolvidos. Prefiro uma igreja acidentada porque sai a servir, do que uma Igreja enferma por fechar-se em si mesma, ele nos repete constantemente. Testemunho de tudo isso está disponível em schoenstatt.org onde, semana a semana, são apresentados textos que nos impulsionam em nossa própria peregrinação rumo ao jubileu de 2014. Sem dúvida, uma vez que somos Igreja, essas palavras também são dirigidas a todos nós. Como se alegria o Fundador com esse impulso missionário que nos é presenteado a partir do próprio coração da Igreja! (P. José María García)

Apesar dos nossos pecados, podemos repetir como Pedro: Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que Te amo.

Tweet @pontifex_pt, 13.09.2014

O vinho novo deve ser derramado em odres novos.  Eis a novidade do Evangelho.  O que o Evangelho nos traz?  Alegria e novidade.  Esses doutores da lei estavam fechados em seus mandamentos, em suas prescrições.  São Paulo, falando deles, nos diz que antes de que a fé chegasse – quer dizer, Jesus – todos nós estávamos custodiados como prisioneiros sob a lei.  A lei dessas pessoas não era má: custodiados, porém prisioneiros, à espera de que a fé chegasse.  Essa fé que tinha sido revelada no próprio Jesus.  A lei cuidava deles, porém como prisioneiros!  E eles estavam à espera da liberdade, a definitiva liberdade que Deus tinha dado ao seu povo com seu Filho.  Assim, a novidade do Evangelho é esta: é para resgatar da lei.  Um entre vocês pode me dizer: ‘Mas, Padre, os cristãos não têm lei?’.  Sim!  Jesus disse: ‘Eu não venho para abolir a lei, mas sim para fazê-la cumprir na plenitude’.  E a plenitude da lei, por exemplo, são as Bem-aventuranças, a lei do amor, o amor total, assim como Ele – Jesus – nos amou.  E quando Jesus reprova essas pessoas, esses doutores da lei, reprova-os por não terem cuidado do povo com a lei, mas de tê-lo feito escravo de tantas pequenas leis, de tantas pequenas coisas que deviam fazer.

Missa em Santa Marta, 05/09/2014

Coisas que precisavam ser feitas sem a liberdade que Ele nos traz com a nova lei, a lei que Ele sancionou com seu sangue.  E esta é a novidade do Evangelho, que é festa, é alegria e é liberdade.  É exatamente o resgate que todo o povo esperava quando estava custodiado pela lei, porém como prisioneiro.  É exatamente isso que Jesus quer nos dizer: a novidade, novidade; o vinho novo deve ser derramado em odres novos.  Não tenham medo de mudar as coisas segundo a lei do Evangelho.  Paulo distingue bem: filhos da lei e filhos da fé.  Para vinho novo, odres novos.  E por isso a Igreja nos pede, a todos nós, algumas mudanças.  Pede-nos que deixemos de lado as estruturas caducas: não servem!  E que tomemos odres novos, os do Evangelho.  Não se pode compreender a mentalidade – por exemplo – desses doutores da lei, desses teólogos fariseus: não se pode entender sua mentalidade com o espírito do Evangelho.  São coisas distintas.  O estilo do Evangelho é um estilo diferente, que leva a lei à plenitude.  Sim!  Porém, de um modo novo: é o vinho novo, em odres novos.  O Evangelho – disse também Francisco – é novidade!  O Evangelho é festa!  E só se pode viver plenamente o Evangelho com um coração alegre e com o coração renovado.  Que o Senhor nos dê a graça dessa observância da lei.  Observar a lei – a lei que Jesus levou à plenitude – no mandamento do amor, nos mandamentos que vêm das Bem-aventuranças.  Que o Senhor nos dê a graça de não permanecermos prisioneiros, mas que nos dê a graça da alegria e da liberdade que a novidade do Evangelho nos traz.

Missa em Santa Marta, 05/09/2014

Na realidade, diante de Deus somos todos pecadores e necessitados de perdão. Todos. Com efeito, Jesus disse-nos que não devemos julgar. A correção fraterna é um aspecto do amor e da comunhão que devem reinar no seio da comunidade cristã, é um serviço recíproco que podemos e devemos oferecer uns aos outros. Corrigir os irmãos é um serviço, e só será possível e eficaz se cada um se reconhecer pecador e necessitado do perdão do Senhor. A própria consciência, que me leva a reconhecer o erro cometido por outrem, recorda-me primeiro que eu mesmo errei e erro muitas vezes.

Angelus, 07/09

Por isso, no início da Missa somos sempre convidados a reconhecer diante do Senhor que somos pecadores, expressando com palavras e com gestos o arrependimento sincero do coração. Dizemos: “Tende piedade de mim, Senhor. Sou pecador! Deus Todo-Poderoso, confesso os meus pecados”. E não dizemos: “Senhor, tende piedade daquele ou daquela que está ao meu lado, pois são pecadores”. Não! “Tende piedade de mim!”. Todos nós somos pecadores e necessitados do perdão do Senhor. É o Espírito Santo que fala ao nosso espírito e nos leva a reconhecer as nossas culpas, à luz da palavra de Jesus. E é o próprio Jesus que convida todos nós, santos e pecadores, à sua mesa, congregando-nos das encruzilhadas das estradas, das várias situações de vida (cf. Mt 22, 9-10). E entre as condições que irmanam os participantes na celebração eucarística, duas são fundamentais, duas são as condições para ir bem à Missa: todos nós somos pecadores; e a todos Deus concede a sua misericórdia. Trata-se de duas condições que abrem de par em par a porta para entrarmos bem na Missa. Devemos recordar sempre isto, antes de ir ter com o irmão para a correção fraterna.

Angelus, 07/09

Depois da oração, Jesus escolhe os doze Apóstolos.  O Senhor disse claramente: “Não foram vós que me escolhestes.  Fui eu que vos escolhi!”.  Este segundo momento nos dá coragem: ‘Eu sou escolhido, sou uma escolha do Senhor!  No dia do Batismo, Ele me escolheu’.  E Paulo, pensando a respeito disso, dizia: ‘Ele escolheu a mim, desde o seio de minha mãe’.  Portanto, todos nós, cristãos, fomos escolhidos: assim são as coisas do amor!  O amor não vê se o outro tem o rosto feio ou bonito: ama!  E Jesus disse o mesmo: ama e escolhe com amor.  E escolhe todos!  Na lista, ele não tem ninguém importante – entre aspas – segundo os critérios do mundo: é gente comum.  Existe gente comum.  Porém, tem uma coisa – sim – é preciso enfatizar que todos são pecadores.  Jesus escolheu os pecadores.  Escolhe os pecadores.  E esta é a acusação que lhe fazem os doutores da lei, os escribas: ‘Este come com os pecadores, fala com as prostitutas…’.  Jesus chama a todos!  Lembremos a parábola das bodas do filho: quando os convidados não foram?  Quem é o filho, dono da casa?  Diz a seus servos: ‘Ide e trazei todos para minha casa!  Bons e maus’, diz o Evangelho.  Jesus escolheu a todos!

Missa em Santa Marta, 09/09/2014

O Senhor que caminha conosco é também o Senhor da paciência. A paciência de Deus. A paciência que teve com todas estas gerações. Com todas as pessoas que viveram a sua história de graça e pecado. Deus é paciente. Deus caminha conosco, porque Ele quer que todos nós cheguemos a ser conformes à imagem do Seu Filho. E desde aquele momento em que nos deu a liberdade na criação – e não a independência – até hoje continua a caminhar.  Hoje (na festa do nascimento de Maria) podemos ver a Virgem, pequenina, santa, sem pecado, pura, escolhida para se tornar a Mãe de Deus e também ver a história que está por detrás, tão imensa, história de séculos e nos perguntar: ‘Como eu caminho em minha história?  Permito que Deus caminhe comigo?  Permito que Ele caminhe comigo ou quero caminhar sozinho?  Permito que Ele me acaricie, me ajude, me perdoe, me leve adiante para chegar ao encontro com Jesus Cristo?’.  Este será o fim de nosso caminho: o encontro com o Senhor.  Hoje, esta pergunta nos fará muito bem. ‘Permito que Deus tenha paciência comigo?’.  E, assim, vendo essa grande história e também essa pequena localidade, podemos falar ao Senhor e, humildemente, pedir-lhe que nos dê a paz, essa paz do coração que somente Ele pode nos dar.  Que ele nos dá apenas quando permitimos que Ele caminhe conosco.

Missa em Santa Marta, 08/08/2014

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Evangelii Gaudium: Exortação Apostólica sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual (24 de novembro de 2013)


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