ARGENTINA, Dr. Carlos Eduardo Ferré/mda. A eleição de Jorge Bergoglio como Pontífice da Igreja Católica produziu um benéfico impacto na mesma e também na sociedade mundial. Foi o acontecimento do ano 2013 e, sem dúvida, irá ser recordado como o verdadeiro início do século XXI. Ao cumprir-se o primeiro aniversário da eleição do Papa Francisco, surge o convite a uma celebração e reflexão no Colégio Máximo de San Miguel (da Companhia de Jesus) que foi a sua casa na Argentina durante toda a sua atuação como Jesuíta. A iniciativa chega como um projeto de distintos grupos da Igreja e da sociedade civil que constataram a importância histórica do Pontificado de Francisco e pretendem acompanhar o processo de mobilização que ele está a impulsionar. Alguns membros do Movimento de Schoenstatt vinculados à Jornada social e à juventude estão a aderir a este projeto, coordenado pelo Dr. Carlos Ferré, Diretor do Centro de Estudos da Doutrina Social da Igreja “João Paulo II” da Argentina, autor do livro “O santo social” e membro da União das Famílias de Schoenstatt. Tudo está incluído no título programático: Geração Francisco”.
Porquê celebrar e encontrarmo-nos?
A eleição do Papa Francisco constitui um facto transcendente na vida da Igreja de todo o planeta, em particular, do continente latino-americano. Estas circunstâncias merecem a nossa reflexão e causam-nos alegria.
Francisco iniciou o seu papado como Bispo de Roma e inclinou-se perante o povo para receber a sua bênção antes de o abençoar como pastor. Os seus gestos e palavras mostraram-nos que nos encontrávamos perante uma mudança oferecida pela Providência, uma liderança pela qual a sociedade ansiava. Um condutor que é coerente, que faz o que diz, que prova com a sua vida que o que propõe é possível, que o poder é serviço para materializar a dignidade do homem e dos povos.
Francisco convoca a um processo de mobilização que vem acompanhado de uma proposta de unidade, recuperando o povo o seu lugar de protagonista como sujeito ativo da mudança. Os seus atos tiveram resultados surpreendentes e imediatos, os quais são genuínos porque começaram pelo coração dos mobilizados.
Geração Francisco – “porque as palavras e as ações de Francisco estão a gerar algo novo”
Com a ajuda de Deus, pretendemos fazer em nós mesmos o caminho para a simplicidade. Por isso, sentimos que a nossa vocação laical e a nossa responsabilidade batismal estavam prontas para assumir o desafio e pusemo-nos a caminho, denominando esta intenção de “Geração Francisco”. Este nome teve a sua origem na reflexão dos mais velhos, que viram em Francisco o melhor expoente da sua geração, nos jovens, que perceberam que a sua geração ia estar marcada pela ação de Francisco como começo de uma nova etapa histórica. Em todos, porque as palavras e ações de Francisco estão a gerar algo novo.
O nosso nome “Geração Francisco” tem toda a provisoriedade que caracteriza o caminho, a marcha, a peregrinação junto ao povo peregrino. Não é para criar uma nova instituição mas para indicar uma referência, um sinal de identidade que possa ser assumido por qualquer um que esteja disposto a encarar a missão.
Uma verdadeira cultura de encontro
O nosso empenho irá centrar-se em encontrar os pontos de contacto que encorajem o diálogo de grupos e pessoas que queiram ajudar a criar uma verdadeira cultura de encontro, que estejam dispostos a sair de si mesmos para chegarem às periferias existenciais, que estejam convencidos de que se pode recriar a política, a economia e as relações da comunidade em torno do diálogo, da aceitação do outro, da construção partilhada, com um povo que é garantia da unidade na diversidade, porque acreditamos que o Reino de Deus já está verdadeiramente entre nós.
Por isso, como promotores deste encontro, provenientes de distintas províncias do nosso país, decidimos contactar e convocar todos aqueles grupos e pessoas que tenham uma apreciação semelhante da situação e que queiram aproveitar esta oportunidade que Deus nos está a oferecer.
Do mesmo modo, queremos incentivar um processo de difusão da sua palavra e dos seus gestos e pôr em marcha as ações a que nos encoraja, com as acentuações que ele nos propõe. Por isso decidimos iniciar a tarefa e juntarmo-nos, como primeira etapa deste processo, no primeiro aniversário do seu pontificado, para festejar com alegria e refletir como prosseguir.
Temas do encontro
A temática do encontro de 15 de março – que é um ponto de partida para um caminho ainda a definir – apoia-se num documento de trabalho elaborado pelos iniciadores de “Geração Francisco”, destacando o momento da mudança fundamental, o “regresso do Vaticano II” com toda a força, e o fenómeno do “povo mobilizado a partir do coração”, o que em termos Kentenichianos se chama “corrente de vida”. A opção surge em ir mais além, procurando “estar na rua” e concretizar a opção pelos “prediletos de Francisco”, os pobres em todo o sentido, com obras concretas, pois: “A opção pelos pobres assume uma dimensão real que vai para além de toda a especulação ideológica. Francisco conhece os pobres e demonstra sem artifícios quem são os pobres, afugentando especulações ilusórias que durante muito tempo tentaram dissimular a mensagem de um dos sinais messiânicos, que a Boa Nova era anunciada aos pobres.
Francisco propõe um anúncio evangélico “sin glosa”, quer dizer sem interpretações, porque os gestos e as palavras de Jesus são demasiado eloquentes.
Nós, com a ajuda de Deus, pretendemos fazer em nós mesmos o caminho para essa simplicidade. Começamos a refletir acerca de que não há missão nem vocação que possa prescindir de um contacto direto com os humildes, com os últimos, com os “descartáveis” como lhes chamou em Aparecida.”
A aliança solidária com Francisco
Porquê esse projeto, pergunta-se a Carlos Ferré numa entrevista com schoenstatt.org. “É preciso unir esforços a partir dos espaços com maior acento de carisma, porque os institucionais, sejam da Igreja no seu conjunto ou dos Movimentos e Ordens são muito lentos e em alguns casos (infelizmente não são poucos) com evidentes sinais de resistência à mudança. Não falando dos estão decididamente contra.
Abandonar a segurança do que se sabe fazer para fazer coisas novas causa pânico a muita gente e, embora não o demonstrem, tendem a manter as suas agendas habituais onde repetem o que fizeram nos últimos anos.
Há pouco tempo, numa reunião com um proeminente arcebispo argentino dizia-nos que Jesus Cristo é o mesmo de ontem, hoje e amanhã (verdade que sem dúvida partilhamos) mas a mensagem final era dizer-nos que nada havia mudado na Igreja…”
Emocionou-o e encantou-o encontrar a mesma inquietação de assumir a graça de renovação que vem com Francisco no texto escrito pelo Padre Carlos Padilla “Cem anos de caminho, um olhar sobre Schoenstatt”, e especialmente a proposta do Pe. José María Garcia (ambos de Madrid) da aliança solidária com Francisco, no seu artigo Temos um Papa valente e sem complexos para construir uma cultura de encontro, de diálogo, de aliança bem como noutros momentos, especialmente durante a CIEES2013 em Costa Rica.
Pois, como diz o documento de trabalho, “O nosso empenho irá centrar-se em encontrar os pontos de contacto que encorajem o diálogo de grupos e pessoas que queiram ajudar a criar uma verdadeira cultura de encontro, que estejam dispostos a sair de si mesmos para chegarem às periferias existenciais, que estejam convencidos de que se pode recriar a política, a economia e as relações da comunidade em torno do diálogo, da aceitação do outro, da construção partilhada, com um povo que é garantia da unidade na diversidade, porque acreditamos que o Reino de Deus já está verdadeiramente entre nós.”
“Dedicaremos todo o tempo que pudermos”, disse Carlos Ferré, “para conversar e sonhar como fazemos da Aliança solidária com Francisco uma prioridade para o nosso Movimento e todos os homens de boa vontade que queiram participar.”
Como participar
Para los que quieren (y pueden) participar en el encuentro el 15 de marzo: Con el objeto de facilitar la organización, los que deseen inscribirse deberán llenar la ficha de inscripción adjunta y remitirla a generacionfrancisco@gmail.com con comprobante o datos del depósito/transferencia que ahí se indica.
Para todos los demás, Claudia Echenique del dreamteam de schoenstatt.org estará presente con corazón abierto, bloc de notas y camera.
Original: espanhol. Trad: Maria de Lurdes Dias (artigo), Lena Castro Valente (documento, convite), Portugal
