Posted On 2014-05-11 In Artigos de Opinião

Olho – Não des-encarnar o 18.10.14

EM POUCAS PALAVRAS, Pe. Joaquín Alliende Luco. 1934: As Irmãs de Maria solicitam ao nosso Pai poder fundar o ramo de adoração. Grande surpresa: a sua primeira resposta é negativa. Argumenta que ‘pelo seu carisma, Schoenstatt focaliza-se em adorar o “Deus da vida”, o Deus da história. Outros centram-se no “Deus dos altares”. É certo que é um único Deus e Senhor’. Mas o Pe. Kentenich privilegia o encontro existencial com esse Deus que surge no acontecer, na biografia concreta dos batizados.

O Deus da Bíblia é um Tu que irrompe, que pulsa e orienta até fisicamente o real. Por exemplo a Igreja, em Lourdes, pesquisa os milagres físicos. A Encarnação do Verbo não tem nada de abstrato (o ventre materno de Maria começou a aumentar, talvez, já na casa da sua prima Isabel).

Do domingo de 18 de outubro não percamos nenhum detalhe. Nada é trivial. Tudo fala. David Perera incitou-me a ler o texto completo da prática fundacional. Depois sublinhei a vermelho frases que tinham caído no esquecimento. O histórico, o histórico palpitante, conforma uma delicada linguagem do Deus vivo, que tem geografia, calendário, hora e minuto.

O atual edifício da Faculdade Teológica dos Padres Pallottinos tinha sido transformado, naquele tempo, em hospital militar. O texto completo narra a dor imensa de uma mãe, que visitava ali o seu filho ferido. O pregador de 18.10.14 faz alusão a essa dor com palavras fortes, manchando de vermelho a nossa Ata Fundacional. Durante mais de meio século, ao ler o documento, saltámos âncoras na história. Isso empobreceu-nos. O texto tornou-se mais etéreo, abstrato. Sem querer, des-encarnámos algo da sua historicidade eloquente e valiosa, e com isso, o des-marianizámos. Nos profundos encontros com o Deus vivo, não há detalhes. Porque também são humanos, são históricos. Tudo é maná para o futuro.

Original: Espanhol – Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

0 Responses

  1. Lena Castro Valente says:

    O grande perigo que atinge todas as Fundações é o de, com o correr do tempo, se afastarem do pensamento original do Fundador. Mas como a Obra é de Deus e o Fundador o Seu instrumento, Ele próprio se encarrega de fazer surgir aqui e ali Faróis com a sua missão de guiar e lançar luz… Missão de profeta, sorte de profeta… mas, isso é outra história!!!!!!!
    Obrigado Pe. Joaquín Alliende e, porque não publicar em Schoenstatt.org a versão original integral da Acta de Fundação?????
    Seria um serviço e um presente do Jubileu.
    Lena Castro Valente

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