Pe. Javier Arteaga. Este 18 de Abril, dia da Aliança, estamos em pleno Tríduo Pascal, celebrando os dias mais importantes do ano litúrgico que actualizam o mistério da paixão morte e ressurreição de Jesus Cristo, Quem “com a Sua morte destruiu a nossa morte e com a Sua Ressurreição restaurou a nossa vida” (Prefácio Pascal).
Na Quinta-feira Santa começamos o Tríduo Pascal, dia em que Nosso Senhor Jesus Cristo, na Última Ceia, instituiu a Eucaristia e o Sacerdócio e, ao lavar os pés aos apóstolos, nos presenteou o amor fraterno. Não há Eucaristia sem sacerdote, como, tão pouco, pode haver amor fraterno pleno, sem Eucaristia ; ou seja, um amor que inclua realmente todos, inclusivamente o inimigo e, que tenha como fundamento, Deus que nos ama e nos faz partícipes da Sua própria Vida. Só o amor salva e nos reune numa só família de irmãos, e , essa acção amorosa parte da iniciativa de Cristo Jesus. Só Ele nos reune ao redor da Sua mesa e nos alimenta com a Sua própria Vida, deixando-nos como memorial e súplica à Igreja:”Façam isto em memória de mim” (1Cor 11, 25)
Junto à Cruz de Jesus estava a Sua Mãe e, desde aquele momento nossa Mãe também
A Sexta-feira Santa fala-nos da paixão e morte de Cristo. O grito saído dos Seus lábios, “porque me abandonaste”, contem toda a impotência do Homem perante a morte. Que sentido tem a vida? Que sentido tem tanta dor e morte? Mas a Cruz é árvore de vida. Nela triunfa a vida sobre a morte, o amor sobre o ódio, a verdade sobre a mentira. Por isso, desde o instante em que Jesus, o Filho de Deus, abraçou a nossa humanidade pecadora e destinada à morte, a Cruz converteu-se em sinal abençoado que nos mostra o camino para a vida, para a liberdade e para o amor. Por isso, a morte e, com ela, toda a dor moral e física que a precedem, não tem a última palabra. A última palavra tem-na Deus que ressuscitou Jesus. Abraçar o Crucificado é aprender com Ele, pois a cruz assumida e oferecida converte-se em poderosa fonte de vida, de liberdade e de amor. E, como sinal de consolo e esperança, junto à Cruz de Jesus estava a Sua Mãe e, desde aquele momento, nossa Mãe também.
Somos cristãos porque acreditamos que Jesus Cristo ressuscitou
A Vigília Pascal e o Domingo de Glória . No meio da noite brilha a Luz Santa do Círio Pascal, símbolo de Cristo Ressuscitado que, quebra a escuridão da morte. Nessa Noite Santa. renovamos a nossa Aliança Baptismal com Deus, nossa Vida. Cristo Ressuscitado é o objecto principal da nossa fé. Somos cristãos porque acreditamos que Jesus Cristo ressuscitou. O relato bíblico sobre a Ressurreição de Jesus é espantosamente simples e directo: Maria Madalena e a outra Maria encontraram-se no sepúlcro vazio, e “depois de ver o lugar onde estava” e compreender que “tinha ressuscitado como havia dito”, “atemorizadas mas cheias de alegría (…) foram dar a noticia aos discípulos”.
Três “pistas” de Ressurreição do Papa Francisco
O Papa Francisco dá-nos três “pistas” de ressurreição referente a este texto da Escritura:
1 – Não nos fechemos à novidade que Deus quer trazer à nossa vida! O Senhor é assim. Surpreende-nos sempre! Irmãos e irmãs: Não nos fechemos à novidade que Deus quer trazer à nossa vida! Frequentemente estamos cansados, desiludidos, tristes; sentimos o peso dos nossos pecados, pensamos que não conseguimos continuar. Não nos fechemos em nós próprios, não percamos a confiança, não nos resignemos nunca: não há situações que Deus não possa mudar; não há pecado que não possa perdoar se nos abrirmos a Ele!
2 – Deixamos a Vida entrar na nossa vida.”Quantas vezes precisamos que o amor nos diga: Porque é que procuras entre os mortos aquele que está vivo? Os problemas, as preocupações de todos os días, tendem a fechar-nos em nós próprios, na tristeza, na amargura… aí está a morte! Não procuremos, lá, aquele que está vivo! Aceita, pois, que Jesus Ressuscitado entre na tua vida; acolhe-O como amigo, com confiança. Ele é a Vida! Se até agora estiveste afastado d’Ele, dá um pequeno passo: Receber-te-á com os braços abertos”.
3 – Recordemos e anunciemos o bem que Deus fez por nós.”Recordai como vos falou estando ainda na Galileia (…) E, recordaram as Suas palabras (Lc 24, 6-8). Trata-se do convite a fazer memoria do encontro com Jesus, das Suas palavras, dos Seus gestos, da Sua vida; e é precisamente este recordar com amor a experiência vivida com o Mestre o que leva as mulheres a superar todo o medo e a levar o Anúncio da Ressurreição aos Apóstolos e a todos os outros (cf. Lc 24,9). Fazer memoria do que Deus fez e faz por mim, por nós; fazer memoria do caminho percorrido; e, isto abre de par- em- par o coração à esperança para o futuro. Aprendamos a fazer memória do que Deus fez na nossa vida!” (Papa Francisco, Páscoa 2013)
Abrir-se à novidade de Deus, receber a Vida que vem de Deus, recordar e anunciar as bençãos de Deus na nossa vida são atitudes do Homem e da Mulher “ pascais”, renovados pela graça de Deus. Mas, qual é o caminho para viver estas actitudes de Homens novos, em Cristo? Qual é o caminho para esse encontro de vida com Cristo?
Maria da Aliança, que nos educa e conduz à plena Aliança de Amor com o Senhor
O Pe. Kentenich, perante esta pregunta transcendente, respondia que o caminho é Maria, já que Ela foi constituída por Deus, modelo e modeladora do Homem e da Mulher novos que vivem em Aliança com Deus. A vida de Maria é comunhão plena com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, é entrega e serviço aos Homens de todos os tempos. Maria a “Cheia de Graça”, Maria da Aliança que nos educa e conduz à plena Aliança de Amor com o Senhor, que nos recorda sempre: “façam o que Ele vos disser” (Jo. 2,5)
Queridos Irmãos, nesta Páscoa, unidos a Maria, renovemos a nossa Aliança com Cristo e deixemos que Ele irrompa nas nossas vidas, com toda a Sua Luz e Vida, nos renove e renove as nossas famílias, a Igreja, as instituições, a Pátria e o mundo. Vivamos como aliados de Cristo e Maria e anunciemos – compartilhemos a bondade do Seu amor.
Do Santuário, desejo-vos um abençoado dia da Aliança e feliz Páscoa da Ressurreição
Pe. José Javier Arteaga
A TUA ALIANÇA, NOSSA MISSÃO!
Original: Espanhol – Trad : Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal
El P. Javier Arteaga es Director Nacional del Movimiento de Schoenstatt en Argentina, participante de la Conferencia 2014, y pertenece al consejo de schoenstatt.org
