Posted On 2011-08-01 In Artigos de Opinião

José Engling: “E assim”, uma esperança

Dra. Alicja Kostka. A decisão de parar o processo pela beatificação de José Engling, no momento, causou consternação entre seus devotos seguidores. Um grupo de pessoas responsáveis pelo site www.engling.pl perguntou se essa informação deveria ser publicada.

 

 

 

As pessoas na Polônia, onde se encontra a casa de José Engling hoje, se mostram descrentes quanto às possibilidades do avanço de seu processo de beatificação. A decisão das autoridades romanas competentes parece confirmar essa cautela. Eu só consigo sair da minha decepção, quando me lembro de uma frase de Horst Meyer, antigo amigo de José Engling, que agora pertence ao Instituto de Famílias de Schoenstatt. Ele cita um verso da “Oração do Dirigente”, do Pe. José Kentenich, no Rumo ao Céu, enquanto enfatiza as palavras “e assim”:

“José Engling também seja em breve canonizado e assim sejam vencidos todos os obstáculos que se opõem à eficácia de tua Obra e impedem ver com fé o plano do Pai” (RC 527)

A decisão de Roma neste Ano do Pai é um convite?

Por que nos chegou essa informação na metade do Ano do Pai? Podemos fazer essa pergunta por meio da Fé na Divina Providência. Para poder responder a essa pergunta, devemos mencionar a relação de pai e filho que existia entre o Pe. Kentenich e José Engling, assim como a fé do Pe. Kentenich e sua confiança que Schoenstatt é uma obra de Deus e, por isso, um presente para a Igreja.

Pe. Kentenich cita o Pe. Schulte que diz: “Engling, pessoalmente, acreditou firmemente no chamado especial de Schoenstatt. Essa fé foi o motivo de sua maneira específica de dizer as coisas, por sua certeza na vitória e sua forte consciência de missão. Sua inquebrantável convicção nessa missão especial lhe deu a força para suportar qualquer sacrifício, inclusive para oferecer sua vida à Mãe de Deus, pela realização dessa idéia […]” (Carta de 1954).

A beatificação de José Engling, pela qual o Pe. Kentenich sempre esperou “em um futuro previsível”, se manteve, em sua opinião, como a confirmação de Schoenstatt como obra divina. Assim como o Pe. Peter Wolf enfatiza, “Esta é a única maneira de entender a segunda linha, ‘e assim sejam vencidos todos os obstáculos’ (Rumo ao Céu, 167)“.

José Engling se mantém como exemplo para a cooperação de toda a família com a nova iniciativa divina e o novo jorrar de graças divinas sobre Schoenstatt (“Nada sem nós”). Nós o encontramos no início da história de Schoenstatt “como um modelo divino gigantesco que Deus […] utilizava constantemente como orientação para a formação e direção da família” (cf. Notas Crônicas para o Arquivo, 1957). Este modelo nunca perde a atualidade e nos recorda, neste tempo de preparação para o jubileu, das “Regras do Jogo” de Deus, com as quais ele seguirá fazendo seu trabalho. Talvez, nesse tempo de graças, nós devamos enfatizá-las.

O Terceiro Milagre da Noite Santa – com José?

No tempo do exílio do nosso Pai, José Engling é uma ponte para o Pe. Kentenich. Uma ponte que desenvolve a Corrente do Pai e que se mantém substancialmente pelo “filho”. O regresso de Milwaukee acontece – de acordo com as palavras do próprio Pe. Kentenich – por meio de Cambrai: em 12 de setembro de 1965, se inaugura o Santuário da Unidade, no lugar onde José Engling morreu. Um dia depois, o Pe. Kentenich recebe o telegrama que o chama de Milwaukee para Roma. Ao sair de Milwaukee, enquanto seu avião voa sobre a França ele, das alturas, conscientemente acena para José Engling, em Cambrai.

O “Segundo Milagre da Noite Santa” acontece por meio da cooperação de toda a família, que se mantém junto ao Pai, com lealdade filial. E se José sempre se manteve conectado acom o Pai, não se deveria também incluí-lo essencialmente no “Terceiro Milagre da Noite Santa” e aplanar o caminho do Pai para a Igreja? Agora que se espera um novo “Cor unum in Patre”, não deveria seu filho dar um passo mais forte adiante? A repentina pausa de seu processo não chama a atenção para ele – ainda que seja uma atenção de surpresa e desalento, mas como um convite para isso?

“Canonizai-o vós mesmos!”

Quando a família de Schoenstatt, na Praça de São Pedro, pede para João Paulo II pela beatificação do Pe. Kentenich, para a celebração do centenário de seu nascimento, o papa responde: “Canonizai-o vós mesmos!”. Por analogia, não podemos dizer hoje, com o olhar em José Engling e no estágio atual de seu processo, “Recomecem o processo!”, por meio do espírito de Engling? Não é este um convite para voltar a descobrir o espírito den José Engling e integrá-lo mais fortemente na maneira como pensamos, vivemos e amamos? Poderíamos, talvez, dar a ele uma nova forma, criativa e adaptada ao momento presente?

O que significa hoje em dia, o espírito de Engling? Vou tentar resumir em quatro pontos:
1. A realidade da Aliança de Amor com Maria. Convidá-la seriamente para a vida cotidiana, a viver e compartilhar tudo com Ela.
2. Uma vinculação filial com o Pai Fundador – um caminho para santidade pessoal.
3. Luta séria para nos confiarmos e confiar às pessoas que nos rodeiam e por quem temos responsabilidades, o modo como Deus quer nos ver (Ideal Pessoal).
4. Identificação com a missão de Schoenstatt e com a prontidão, como a de José Engling, para dar tudo por ela, inclusive a vida.

Pe. Kentenich diria sobre isso: “Viva o teu primeiro amor!”

Muitos de nós temos uma verdadeira amizade com José Engling e agora devemos atualizá-la, redescobri-la, fazê-la frutífera para o Kairós 2014. Nosso amigo que se pôs à prova nos surpreenderá e nos recompensará.

Em 2012 fará cem anos da chegada de José Engling a Schönstatt, vindo de Prositten. Ele não deve vir para Schoenstatt mais uma vez, por meio de nossa confiança filial em nosso Pai? Sua chegada poderia ser comparada com a primavera, como Pe. Kentenich explica: “Na primeira primavera da história de Schoenstatt, nele (em José Engling) o mundo floresceu com maravilhosa glória, e assim, junto a ele, outros cresceram lentamente e ganharam vida” (Carta de 1954). Não é o triênio o tempo mais adequado para preparar uma nova primavera como José e, como ele, com o Pai? Como José, poderíamos tomar posse da missão do Pai para levá-lo à Igreja, e assim, “beatificá-lo” em nossos pequenos grupos.

“Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9b)

Os participantes da “Conferência 2014” descrevem o Jubileu de 2014 com palavras coloridas. Uma delas se repete em diferentes idiomas e soa particularmente interessante. Diz: “tornar-se um pequeno Kentenich”.

Se em cada um de nós, em seu próprio estilo, se converter em um “kentenechiano(a)”, avivando o espírito do Fundador, dando-o uma oportunidade para que, com seu carisma, um “estilo de vida kentenichiano” se tornaria realidade em muitos âmbitos, com diferentes rostos e formas.

Nesse sentido, José Engling é o filho mais fiel do Pai. Ele disse sobre Engling: “Acredito que posso testemunhar pessoalmente [algo que nenhum de nós poderia fazer] que ele não somente anotou todas as idéias essenciais de minhas palestras e discussões, mas também as recordava fielmente e assimilava constantemente” (Notas Crônicas para o Arquivo, 1957). Os filhos e filhas fiéis do Pai, de modo semelhante a José Engling, não tem medo de ser “as flores preciosas da geração” (PJK), a fim de propagar o “aroma Kentenich” e de indicar para ele.

Não se inclui aqui o Evangelho da Oitava do Domingo da Misericórdia, desse ano, uma mensagem inspiradora e poética para todos nós que somos irmãos e irmãs de José Engling e filhos de nosso Pai? “Quem me vê, vê o Pai”.

Via Cambrai (e Prositten) até Roma!

Esse espírito vive ilustrado de modo expressivo nas imagens do Santuário de Eswars, na França. É uma expressão do programa de vida da União das Senhoras de Schoenstatt: “nas ruas deste mundo, em união espiritual, levar uma profunda vida espiritual!” Em 1966, as colocaram nas ruas de Eswars (hoje em dia, se encontram no cemitério de Eswars), à sombra do arbusto, onde José Engling escreveu seus últimos apontamentos em seu horário espiritual, horas antes de sua morte, e onde começou o seu último caminho. Trata-se de uma amostra perene da presença dessa comunidade em Cambrai/Eswars.

“Via Eswars, até Roma” dá a impressão de espera para que José Engling se envolva com a entrada de nosso Pai à Igreja, por meio de sua beatificação, da mesma maneira como o fez em seu retorno do exílio. Desde 1975, essa intenção esteve fortemente vinculada com o Santuário de Belmonte, o precursor do Matri Ecclesia, na Itália. Ele é uma cópia do Santuário de Eswars. Um curso de sacerdotes da União “descobriu” este símbolo antes da bênção do Santuário de Belmonte, em 2004 e, por meio dele, descobriu o ideal de seu curso. O caminho para Roma passa por Cambrai/Eswars: ao longo das ruas, em que se desenvolve a vida cotidiana dos schoenstatteanos. Essa forma moderna de santidade se personifica permanentemente em José e encontra o tempo todo a inspiração nele.

No entanto, esse caminho também passa por Prositten. José escreve em seu diário: “Tanto amor [que ele encontrou em sua família] deve reinar também em Schoenstatt”. Apesar do caos dos anos pós-guerra, seu lar se mantém como propriedade da Família de Schoenstatt. Mesmo que sua família já não esteja lá, essa casa ainda respira a atmosfera dessa família em que José cresceu. Ao mesmo tempo, é um símbolo simples da visão do Pe. Kentenich: Schoenstatt (a Igreja) – uma família, um lar. A simplicidade do exterior significa: com corações abertos para todos os que virão. Que nos unamos a José para preparar o caminho de nosso Pai para o coração da Igreja, o coração de Schoenstatt, mas também – e sobretudo – para os nossos corações. Logo acontecerão milagres.

Todas as citações, exceto as do diário, foram tirafas de uma coleção de textos feita pelo Pe. Josef María Klein, entitulada: “Pe. José Kentenich, José Engling, Textos Colecionados” (ainda não traduzida para o português).

Tradução: Filipe Araujo, Araraquara (Fonte: jumasbrasil)

 

Informacoes-acerca-do-Processo-de-Beatificacao-de-Jose-Engling https://www.schoenstatt.org/pt/news/628/55/Informacoes-acerca-do-Processo-de-Beatificacao-de-Jose-Engling.htm

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *