Posted On 2014-06-27 In Schoenstatteanos

Acho que o Pe. Kentenich está abençoando todo dia essa Campanha

BRASIL, Ir. M. Nilza/Karen Bueno. Este dia 27 de junho de 2014 recorda os 29 anos da volta ao Pai do Diác. João Luiz Pozzobon. A Campanha da Mãe Peregrina é o grande legado que ele deixou à Família de Schoenstatt e, mais ainda, à toda a sociedade, pois, enriquece a Igreja e colabora na renovação do mundo. É isso que diz o testemunho de Ir. M. Mariceli Dallaste, que ajudou como motorista do Diácono João por três anos.

Na primeira metade da década de 60, Pozzobon passou por uma cirurgia e, como não podia carregar peso, a Irmã o levava de carro pelos bairros de Santa Maria/RS e cidades da região. Por algumas vezes, Ir. M. Mariceli também ajudou Pozzobon a escrever os relatórios da Campanha, com as estatísticas. Enfim, ela participou do início da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt. Ela compartilha o que vivenciou em três anos, como colaboradora de Pozzobon:

“O senhor João Pozzobon foi um pai de família, um pai do povo e, podemos dizer também, um filho que viveu na sua simplicidade a Aliança de Amor com a Mãe. Através disso ele também conquistou um grande amor ao Pai e Fundador, a ponto de se considerar um ‘aluninho’ do Pe. Kentenich. Na vivência da Aliança de Amor, ele foi conquistando toda a grandeza da Obra de Schoenstatt.
Ele viveu intensamente cada dia, por isso trazia na lapela do casaco um pequeno símbolo, que indicava que ele seria ‘heroi hoje’: ele queria viver aquele dia inteiramente para a Campanha da Mãe. Para tudo o que era difícil, ele dizia: “Mas, isso é só para hoje!” Então, ele oferecia tudo para a Mãe de Deus, tudo para a renovação do mundo, para que a Mãe, com seu Filho, pudesse redimir o mundo, as famílias. A meta do Sr. Pozzobon era a salvação das famílias.”

“Nesses anos em que pude ajudá-lo, a cada manhã, eu ia buscá-lo em sua casa. O senhor João era uma pessoa impecável, completamente bem arrumado, como se fosse da alta sociedade. Ele se arrumava bem porque ia levar a Mãe de Deus às famílias. Pozzobon estava sempre de terno, de gravata, com o cabelo bem penteado, muito limpo. Uma vez, ele entrava no carro, me olhou e disse: ‘A Irmã pode achar que o pobre João nem troca de camisa. Mas, eu tenho três dessas camisas azuis’. Ele gostava de usar camisas com tom de azul claro e dizia: “Eu também quero ser pequena Maria!” Ele usava camisa azul por causa do manto da Mãe.
João Pozzobon entendeu a profundidade da religião, que Nossa Senhora não pode ser excluída da nossa vida. Ela deve formar a nossa vida no seu exemplo, no seu ser, como Mãe, como Educadora.

O olhar aos acenos da Providência

Ele vivia dia a dia, para essa grande missão, a Campanha. Durante a viagem, eu dirigia, nós conversávamos e ele me contava muitos detalhes de sua missão. Era sempre uma conversa religiosa, muito profunda: como a Mãe de Deus estava conduzindo a Campanha. Uma vez ele disse: ‘Acho que o Pe. Kentenich está abençoando todo dia essa Campanha. Sem a bênção dele, ela não estaria crescendo desse jeito’.

Pelas viagens que o senhor João fazia, às vezes ele ficava umas quatro semanas fora. Carregando a imagem da Mãe no ombro, para cá e pra lá, acontecia de, às vezes, rasgar a camisa no ombro, de tanto peso que a Mãe Peregrina tinha. Certa vez ele, estava em uma cidade e precisava, por causa disso, comprar outra camisa nova. Ele foi a uma loja e tinham várias camisas bonitas, do jeito que ele gostava, mas não eram do número que ele usava, não serviam para ele. Ele saiu de lá e foi pra outra loja, e também não encontrou.

Já numa terceira loja ele encontrou uma camisa, mas era cor-de-rosa. Ele pensou: ‘Cor-de-rosa eu não vou comprar, o que a Vitória (sua esposa) vai inventar com essa camisa?’. Mas não tinha outra. Pensou: ‘São poucos dias que eu fico aqui, vou comprar cor-de-rosa mesmo, por baixo do terno não aparece muita coisa’. Então, ele comprou a camisa e retornou para a casa da família onde tinha deixado a Mãe Peregrina.

Dias depois, ele me disse: ‘Sabe irmã, eu comecei a dar risada sozinho. Pensei, agora eu sei porque só a camisa cor-de-rosa me servia. Ela (Maria) queria que eu tivesse a camisa igual a blusa dEla’. Ouvindo-o, pensei assim: como o senhor João Pozzobon é simbólico! Em tudo ele via a condução da Divina Providencia.

Eram essas coisas pequenas que ele me contava no caminho, quando estávamos em curtas viagens.

Filialidade e amor à Igreja

O coração dele pulsava sempre na Mãe de Deus, na Aliança de Amor com Ela. Isso ele transmitia às famílias. Ele deixava a Mãe Peregrina com elas e quando ia buscá-la dizia para as crianças ‘mandarem um beijinho’ para a Mãe, e as crianças faziam isso. Essas crianças ficavam vinculadas, quantas vezes já as ouvi, hoje adultas, dizerem: ‘Aprendi a mandar um beijo pra Mãe de Deus com o João Pozzobon’.

Era visível o grande amor à Igreja que ele tinha. Ele pensava também na renovação do mundo por meio de Maria, o que o Fundador pregava. Por isso ele construiu as três capelinhas, a branca, a azul e a rosa. Enquanto João Pozzobon visitava as famílias, eu ficava ali, na capelinha, conversando com uma ou outra mãe, dando catequese para as crianças. Era muito bonito ver como ele construía essas capelinhas, com grande amor. Assim as pessoas cresciam também com esse amor a Igreja – porque aquela capelinha era para elas a Igreja, o lugar onde iam participar da missa de vez em quando e fazer as suas orações, principalmente rezar o terço. Por esse grande amor a Igreja, quando visitava uma cidade, ele sempre se apresentava primeiro ao bispo e ao pároco, dizendo quem ele era e pedia a benção para a Campanha. Ele era um homem abençoado por Deus, porque fazia tudo em dependência e com a permissão dos párocos e dos bispos das dioceses. Por isso nós podemos dizer também: ‘Ele amou a Igreja’.

Cada dia com a Mãe era um dia de festa

O senhor Pozzobon era muito natural, muito simples, alegre, sempre alegre, nunca o vi triste. Uma tristeza, para ele, se convertia em alegria, como no caso da camisa. Ele, certamente, em alguns dias, devia sentir tristeza, em algum momento, mas não demonstrava. Ele era uma pessoa sempre alegre, uma pessoa bonita, não era um homem ultrajado, de quem se tivesse pena. Ele chamava a si mesmo de ‘pobre João’, mas a postura dele era muito bonita, muito elegante. Cada dia com a Mãe de Deus era um dia de festa para ele, então dizia: ‘Devo andar bonito, bem vestido, porque estou carregando a Rainha’. Ele prezava muito por isso, a veste mariana: ‘Eu quero ser pequena Maria’. Ele se vestia bem porque achava que isso era do agrado da Mãe de Deus. Ele era um homem da ordem, tanto interior como exteriormente.

No caminho de volta para casa, ele me falava o que acontecia nas visitas, das conversas que tinha, das pessoas que lhe contavam dificuldades, das famílias que estavam sofrendo. O senhor João dizia para estas pessoas: “Agora a Mãe de Deus vai cuidar. Ela viu tudo isso!”

Eu guardo a imagem do Pozzobon como uma pessoa íntegra, fiel, mariana, ordenado interior e exteriormente. Penso que ele era assim, também porque era uma pessoa de comunhão diária”.

Fonte: www.maeperegrina.org.br

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