Posted On 2014-04-11 In Schoenstatteanos

Olhar para Deus e para tudo o que acontece de forma pessoal e simplesmente experimentá-lo na vida prática

ALEMANHA, fma. Todos lhe chamavam “o OB” ou “o Obi”, porque tinha um nome muito comprido. O conselheiro espiritual. Ludwig Obereisenbuchner, rocha schoenstatteana do bispado de Augsburgo e do Centro de Schoenstatt de Memhölz, foi chamado ao lar, à casa do Pai. O funeral realizou-se no dia 28 de março, às 14 horas, em Marinszell, onde foi pároco pela última vez. O pároco Obereisenbuchner pertenceu no início dos anos sessenta ao Conselho Diocesano para a Família. Nesse tempo, entregou-se por inteiro à Mãe de Deus em Aliança de Amor, como presente para o futuro Centro de Schoenstatt, em Memhölz e para o regresso do Padre Kentenich do exílio. Mais tarde, foi o pároco Obereisenbuchner, durante muitos anos, presidente da Associação Registada Josefwerk, encarregada do Centro de Schoenstatt de Memhölz.

A atuação do pároco Obereisenbuchner foi muito abençoada, tanto em paróquias, como no Centro de Schoenstatt de Memhölz. Estava dotado com uma marcada capacidade para o artístico, unida a uma grande abertura para tudo o que era técnico e as possibilidades que se abriam para a pastoral e o trabalho no Movimento. Foi o orientador das comunidades jovens, mais tarde da Liga das Mães e, até ao final, foi como uma história viva da construção. No dia das portas abertas, 40º aniversário da bênção da casa, no ano de 2013, fez uma bonita apresentação, que foi muito bem acolhida. A primeira pedra da casa, o tabernáculo e o quadro da MTA, assim como muitas outras coisas, foram criadas por ele.

Fascinado pela fé prática na Divina Providência

Todos os que o conheceram, mesmo que pouco, sabiam do que gostava especialmente de Schoenstatt: a fé prática na Divina Providência. Esse era o seu mundo. Isso foi, também, o que lhe deu até aos seus últimos dias uma certa alegria de viver e o que lhe conservava o humor.

Uma vida contada em recordações

Uma vida como o do pároco Obereisenbuchner não cabe no formato de uma pequena biografia. Uma vida assim conta-se com recordações e impressões pessoais.

Desde há dois anos que padecia de fibrose pulmonar. Nos últimos meses, movia-se cada vez mais, com o andador elétrico, mas estava, como sempre muito animado e de bom humor, quando durante as últimas semanas contactei com ele por telefone ou por correio eletrónico. Na semana passada, surgira-lhe uma infeção pulmonar aguda. Hoje chegou o momento de poder regressar ao lar. “Alegramo-nos agora do céu?” pregou vigorosamente na nossa última peregrinação ao Santuário. Muitas vezes ouvi falar dele, nestes últimos dois ou três anos, como se dispunha, consciente com determinação a enfrentar a última hora. As peregrinações ao Santuário que organizava com a Ir. Martina, eram ideia sua e era para ele, junto com o acompanhamento espiritual, “uma questão de honra” bem como desenhar os convites, o programa e a documentação fotográfica.

Referiu a Ir. Ingrid-Maria Krickl, Diretora de peregrinação em Memhölz.

O pároco Obereisenbuchner foi durante muitos anos, décadas, encarregado da Juventude Masculina precisamente no tempo da ausência do Fundador e da nova organização. O padre Bader tinha deixado uma herança, que faltava orientar em direção a Schoenstatt. “OB” foi para a Juventude Masculina o garante da fidelidade a Schoenstatt naquele tempo difícil. Naquela altura, era pároco em Penzberg e apoiava a Juventude Masculina em todos os aspetos. Sempre esteve atualizado no que se refere à técnica. Estava sempre presente e trabalhava ativamente nos grupos (Conselho diocesano para a Família e a Associação Registada). Contribuía com os seus dotes artísticos, por exemplo com um símbolo do Pai para a paróquia de Nordendorf. Os sacerdotes da sua geração estavam preparados para o Movimento de Schoenstatt e mais além.

Her Drexler conhecia-o e apreciava-o desde os seus tempos de juventude masculina de Schoenstatt.

Eu vivi desde 1988 a 1992 em Martinszel,l com Obi, assim chamávamos ao meu pároco. O que se segue está ainda vivo na minha memória: interessava-se muito pela técnica. Na casa paroquial havia uma impressora. Ali, imprimia pessoalmente os folhetos para a paróquia, mas também a publicidade para o teatro da juventude de Martinszell. Valorizava muito uma liturgia solene e o trabalho dos acólitos. Nos dias de festa estavam presentes mais de 40 acólitos no altar (naquela altura só rapazes). Recordo ainda com agrado aquelas missas com coro, com autêntico e solene lava-pés na Sexta Feira Santa. O pároco Hatosch (Instituto dos Sacerdotes) era um dos seus acólitos. Dizia de si próprio que era muito impulsivo. Parece que quando lhe batiam, em criança, reagia com fúria. Era importante para ele dizer que por Schoenstatt, quer dizer, pela Virgem, lhe tinha sido oferecido um caráter equilibrado. Quase até ao final participou nos sucessos de Schoenstatt. Respondia com frequência, pessoalmente, aos nossos boletins escolares, que distribuíamos por e-mail. Em seguida, a resposta ao convite para a bênção do nosso edifício anexo: “Cara Sra. Immler: Obrigado de coração pelo convite para 26.10.2013. Lamento não poder participar, neste momento, por motivos de saúde, mas em espírito e oração estarei presente e estou extremamente grato pelo seu compromisso. Que o colégio traga muitas bênçãos. Com a minha saudação sacerdotal e a minha bênção, seu Ludwig M. Obereisenbuchner, pároco”

Para Renate Immler, de Kempten, ele era alguém que aceitava e acompanhava novos projetos.

Captar e comunicar a vida era a sua força

O pároco Leonhard Erhard descreve o caminho em Schoenstatt e o atuar em Schoenstatt do seu irmão Ludwig Obereisenbuchner:

Apesar de ter estado próximo dele durante estes dois anos de sofrimento, fiquei muito impressionado de que em poucos dias tenha vindo a falecer. O seu caminho pessoal em Schoenstatt e a sua atividade têm para mim algo de exemplar ao compará-lo com o Fundador.

Perdeu os seus pais na infância, e apesar de ter sido acolhido pelos avós, surgiu-lhe uma curiosidade pela mãe, que sensibilizou o jovem adulto para o quadro da MTA e o papel da mãe em Schoenstatt. Sendo estudante de teologia entrou em contacto com Schoenstatt numa pregação em Ingolstadt, com o pároco Otto Maurer, quando Heinz Dresbach falou sobre a fé na Divina Providência. Ver a Deus e o que acontece de forma tão pessoal e poder experimentá-lo de maneira singela na vida prática, como fez o Padre Kentenich converteu-se no núcleo pessoal da sua fé. Assim, ensinou os seus jovens irmãos a abrir portas, para que pudessem chegar a ser homens de Deus.

Encontrar-se com Schoenstatt e sentir-se chamado, no tempo de exílio do Padre Kentenich, era uma distinção da Virgem com o espírito de Deus. A sua maneira de fazer perguntas polémicas sobre a maneira de pensar do Fundador para chegar até ao fundo da capacidade de decisão, fez dele um sólido suporte da vida quando colocou o seu serviço sacerdotal à disposição dos grupos: nos primeiros anos, em Penzberg, com a juventude feminina, depois juventude masculina de Schoenstatt e mais tarde, cerca de 24 anos, a Liga das Mães.

Pertence à rocha do centro diocesano, que fez a Inscriptio com o Conselho da Família em 20.01.62 em Dachau, para a libertação do Fundador e para a autorização de construção de um santuário diocesano. Viveu de maneira simples toda uma vida de fortaleza. O núcleo da Família de Schoenstatt na diocese de Augsburgo, consta de muitos jovens de então, quando ele era dirigente.

Com as suas qualidades artísticas e a sua força criativa introduziu, desde o início, no seu acompanhamento das almas todas as possibilidades dos meios técnicos. Impressionava os rapazes e alegrava muita gente e paróquias, quando se podiam levar um boletim ou um livrete de peregrinação.

Captar a vida e comunicá-la era a sua força e a alegria de toda a família diocesana. As pegadas da sua vida, começando pela capela da casa de Memhölz, convidam-nos mediante êxitos e celebrações a segui-lo no seu caminho rumo ao Céu.

Original: Alemão – Trad.: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

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