Posted On 2011-11-29 In Schoenstatteanos

Por que não o sacerdócio?

PARAGUAI, Santiago Luis Yegros Piris. Chamo-me Santiago Luis Yegros Piris; sou paraguaio, tenho 19 anos e quero ser Padre de Schoenstatt.

 

 

 

 

 

Não posso falar da história de minha vida nem de minha vocação, sem falar de Maria Santíssima. Minha relação com a Mater é realmente uma relação entre mãe e filho. Como meus pais ingressaram no Movimento Apostólico de Schoenstatt antes de eu nascer, fui criado tendo sempre a imagem de Maria Santíssima bem presente em minha vida, visitando o Santuário de Tupãrenda, Paraguai, e inclusive ajudando na construção do Santuário Jovem, embora não me recorde bem a esse respeito. É por essa razão que a figura da Mater sempre esteve mais próxima que demais imagens e presente em minha vida.

Minha relação com a Mater forjou-se realmente nas Missões Familiares

Minha relação com a Mater forjou-se realmente nas Missões Familiares, não obstante desde pequeno haver participado das missas em Tupãrenda (participar é uma forma de dizer, porque sempre que tinha a oportunidade, esquivava-me para ir brincar no parquinho). Juntamente com minha família, comecei a missionar em 2001, e esses cinco dias em que levamos a Mater a visitar seus filhos converteram-se em meu motor espiritual; a alegria que sentíamos nas visitas empreendidas aos diversos povoados foi o que realmente me vinculou a Deus e a Ela. Inclusive, posso afirmar que só encontrei a Deus pela primeira vez, missionando. Desde então, a Mater tornou-se minha educadora, como uma mãe com seu filho, bem determinada e exigente; não obstante amiúde me mimar com pequenos gestos de amor, apesar de eu o não merecer.

A loucura de amor

Ao lançar um olhar retrospectivo à minha vida, dei-me então conta de que o chamado ao sacerdócio já se me havia brotado há muito no ser, mas sempre em dimensão inconsciente. Hoje recordo-me de certos acontecimentos que me ajudaram ou encaminharam a tomar a decisão de dizer “sim” a esta loucura de amor, mas naquele momento não me havia dado conta disso. A primeira vez que ponderei realmente a respeito da vocação sacerdotal foi nos finais do ano transato.

Disse comigo e à Mater que havia chegado a hora de refletir seriamente qual seria então minha vocação. Porém, NUNCA havia pensado no sacerdócio. No primeiro instante em que disse ”Por que não o sacerdócio?”, brotou em mim um número sem fim de sentimentos e pensamentos. Medo, por um lado; surpresa, por outro. Recordo-me que tudo isso me provocou muito riso, porque mal podia crer que estava pensando seriamente na possibilidade de vir a ser sacerdote. Porém, o sentimento mais forte foi e ainda é a alegria. Uma alegria que não conseguia ocultar, a alegria de entregar tudo por amor a Cristo. E à medida que a ideia ia amadurecendo em mim, muitos me perguntavam por que razão estava tão feliz; e mais de uma pessoa me disse: “Nota-se que você está enamorado”; e eu ria, pois era verdade, mas ninguém imaginava de quem eu me havia enamorado.

Desde o primeiro instante que pensei conscientemente na vocação sacerdotal até o momento de dizer: “Sim, este é o meu caminho e vou abraçá-lo de corpo e alma”, transcorreram cerca de 6 meses de profunda reflexão diária sobre o assunto. Não foi uma decisão fácil, uma vez que reflito muito antes de tomar qualquer decisão, sobretudo quando se trata de algo sério e importante. Porém dei-me outrossim conta de que na vida nenhuma decisão é fácil de ser tomada. Muito me ajudou haver compartilhado com os meus amigos Palen e Negro as nossas dúvidas, alegrias, temores e demais sentimentos; e a Mater encarregou-se de colocar sempre alguém em meu caminho, quando eu necessitava.

Um presente gigantesco e imerecido de Deus

Um grande obséquio de Deus foi o modo como minha família acolheu minha decisão. Tenho 3 irmãos mais velhos (Ito, Dani e Guillo) e uma irmã caçula (Ame); meu pai chama-se Diogo; e minha mãe, Olga. Objetivamente falando, minha família é extraordinária. Sempre me apoiaram e continuam apoiando, embora no início hajam ficado um tanto surpresos , pois não creio que haja muitas pessoas que imaginem que alguns de seus filhos ou irmãos querem ser sacerdotes. Realmente isto foi e continua sendo um grande presente de Deus.

É importante frisar que a vocação é um presente gigantesco e imerecido de Deus; não somos dignos de recebê-lo; nem temos nada que os demais não tenham. Inclusive, pessoas há que são mais dotadas que nós para esta missão. Sem embargo, Deus tem seus planos. Certo estou de que Ele irá escolher outros tantos e outras também; e oxalá que todos nós possamos estar atentos ao chamado de Deus em nossa vida, não somente para o sacerdócio ou para a vida consagrada, senão outrossim para cada passo que trilhamos na vida. Deve-se sempre estar disposto a escutar e cumprir a Vontade de Deus.

Fonte: Revista Tuparenda, Paraguay

 

 

Tradução: Abadia da Ressurreição, Ponta Grossa, PR, Brasil

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