Posted On 2014-01-19 In Jubileo 2014

Se trate de difundir essa Aliança de Amor, essa Cultura da Aliança

BRASIL, Ir. M. Nilza. Numa entrevista, para este ano de 2014, Pe. Alexandre Awi, Diretor Nacional do Movimento Apostólico de Schoenstatt, fala sobre o Ano da Graça, Centenário da Aliança de Amor: “Schoenstatt é um movimento que nasceu apostólico, nasceu destinado à missão. Portanto, é um Movimento que sai às ruas; filho da guerra, que vai aos campos de batalha, vai ao que hoje o Papa tem insistido como as “periferias existenciais”. Na exortação apostólica, Evangelium Gaudium, ele volta a falar e insistir: “Queremos ser uma Igreja missionária, uma Igreja que saia ao encontro das pessoas”.

Padre Alexandre, nós estamos vivendo o ano jubilar da Aliança de Amor e muitas vezes ouvimos: aproveitem esse ano jubilar, porque é o ano especial da graça, da Aliança de Amor. Como viver bem este ano jubilar?

Padre Alexandre: Acredito que viver o ano jubilar é aproveitar ao máximo tudo o que significa a vida em Aliança. Estamos celebrando os 100 anos da Aliança de Amor, esse é o nosso grande carisma. Portanto, o convite que a Família de Schoenstatt nos faz neste ano é para intensificar a nossa vivência da Aliança.

Quanto mais à gente poder aproveitar esse ano, para viver como se fosse o ano mais importante, o ano em que a Aliança vai realmente tomar ainda mais forma na nossa vida. O ano jubilar é um ano de intensificação da graça e da ação de Deus na nossa vida. Na verdade, se trata de fazer ainda melhor aquilo que nos já fazemos e talvez também tomar algumas iniciativas novas no sentido de difundir essa Aliança de Amor, essa Cultura da Aliança.

Portanto, acredito que o convite que nos é feito é justamente para entregar mais contribuições ao Capital de Graças, confiar mais na ação da Mãe de Deus, a partir do Santuário, visitar mais os Santuários de Schoenstatt, deixar-nos transformar mais pela força da autoeducação e do Capital de Graças, intensificar o nosso apostolado, procurar realizar vínculos mais profundos, viver uma Cultura de Aliança ainda mais profunda.

Se nós já devemos fazer normalmente, pelo fato de sermos schoenstattianos, com mais razão devemos o fazer neste ano. A graça como que vai encontrar um solo ainda mais fecundo, através da nossa entrega, da nossa dedicação, do nosso esforço por aproveitar a oportunidade que este ano jubilar nos concede.

Acredito que é um ano de intensificar aquilo que nós já fazemos e ao mesmo tempo tomar novas iniciativas, no sentido da difusão desse nosso carisma que é a Aliança de Amor com Maria, que é a Cultura da Aliança.

Como Diretor Nacional, que conselhos o senhor daria para uma boa celebração jubilar nas paróquias, nas dioceses, afim de que elas sejam realmente um momento de bênção da Aliança de Amor no dia jubilar de 18 de outubro?

Padre Alexandre: Em primeiro lugar que não esperemos o 18 de outubro para nos preocuparmos com isso. O ano todo deve ser um ano de preparação para o 18 de outubro. Por isso, começamos tão bem o jubileu (em outubro de 2013) com aquele tríduo, que foi realizado em milhares de paróquias no Brasil. Assim, toda a Igreja já foi entrando nesse clima do jubileu da Aliança de Amor.

As indulgências concedidas pelo Papa Francisco para os Santuários Filiais de Schoenstatt, os 22 que temos no Brasil, também são uma forma especial de vivermos este ano. Quem sabe será um ano para peregrinar de maneira especial aos santuários filiais. Organizar romarias próprias para receber essas indulgências, para poder vivenciar o lugar de origem, o lugar da graça que é o Santuário.

Também temos uma novena, que já está sendo distribuída por todo o Brasil. Uma novena que pode ser rezada nos nove meses anteriores ao 18 de outubro. Queremos começá-la especialmente no 18 de janeiro, por isso todas as paróquias, em todos os grupos de famílias que recebem a Mãe Peregrina, em todos os grupos do Terço do Homens Mãe Rainha, podemos aproveitar este ano jubilar para rezar durante nove meses esta novena. É um livrinho fininho, bem fácil de ser adquirido nos nossos santuários ou através da Campanha da Mãe Peregrina e, assim, muitos poderão participar desta graça, celebrar juntos este jubileu.

Outra coisa importante é, desde já, reservar um lugar especial para celebrar o 18 de outubro. Em alguns lugares não bastará o templo paroquial, talvez terá que ser algum lugar mais amplo, talvez as catedrais das dioceses. É tempo também de convidar os seus bispos, para que possam celebrar conosco essa festa. Não podemos esperar que a agenda do bispo se encha para convidá-lo. Temos que fazer isso desde já, para que assim o jubileu não nos pegue de surpresa e possamos ir preparando em todos os detalhes essa grande festa que celebraremos juntos em muitas dioceses, em muitas paróquias, no mundo inteiro em 18 de outubro de 2014.

Muitas vezes, durante a preparação do ano jubilar, ouvimos a expressão: “Fidelidade a origem”. No entanto, nós vivemos num mundo cheio de novas iniciativas, um mundo que não para. Que relação há entre a fidelidade a origem e o empreendedorismo criativo, como resposta para esse tempo que vivemos?

Padre Alexandre: Logo depois da morte do Fundador, o Padre Alex Menningen, que era o seu fiel seguidor e uma pessoa de confiança para a toda Família de Schoenstatt, cunhou uma expressão que tem a ver com essa sua pergunta, que é “Fidelidade Criadora”. Ao mesmo tempo em que nós devemos ser fiéis a nossa origem, fiéis a nossa historia, o Pai Fundador sempre dizia que nós devemos mergulhar na nossa historia, mergulhar na fonte, para poder assim viver nos dias de hoje. Essa fidelidade, justamente para não falsear a intenção originária, precisa ser fiel também ao tempo em que é vivido essa Aliança ou é vivido esse carisma.

Por isso o “criador” como expressão também desse nosso desejo e dessa nossa obrigação de responder as necessidades e as realidades do homem de hoje.

Na campanha da Mãe Peregrina, inspirada em João Luiz Pozzobon, desde o último encontro nacional, tem se falado de entender a Aliança de Amor a partir da origem ou viver a Aliança de Amor entendendo a origem. Eu acho que o João Pozzobon fez isso. Ele viveu plenamente a Aliança de Amor entendendo a origem e sendo fiel a essa origem: Fiel ao Capital de Graças, fiel ao santuário, fiel à autoeducação, procurando viver realmente o mistério de Schoenstatt na sua plenitude.

Mas, isso não pode ficar no passado e deve ser vivido hoje, nas circunstâncias do presente. Viver isso na nossa paróquia, viver na nossa família, na nossa comunidade, com o mesmo ardor, com a mesma consciência do mistério de Schoenstatt, mas nas circunstancias de hoje. Acho que esse é o grande desafio que nós temos: Ser criativos, para que a mensagem de Schoenstatt continue sempre original, sempre com a força atualizada para o homem e para o mundo de hoje.

O lema que acompanha os três últimos anos de preparação para o jubileu é: “Tua Aliança, Nossa Missão”. No último Congresso de Outubro, o senhor deu ênfase dizendo que “Tua Aliança” refere-se à Mãe de Deus, mas, refere-se também ao nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich. Trata-se daquela Aliança que ele selou com a Mãe de Deus, no dia 18 de outubro de 1914. Como fazer da Aliança do fundador a minha Aliança?

Padre Alexandre: Sem duvida, o carisma de Schoenstatt, vem a partir do seu fundador, da experiência que ele teve com a Mãe de Deus na sua vida, no santuário, na sua historia. Portanto, se eu quero viver plenamente essa aliança com a Mãe de Deus, é sempre muito positivo, muito recomendável, que olhemos para a pessoa do Fundador e peçamos a graça de viver essa aliança com o mesmo espirito com o qual ele a viveu.

No Congresso de Outubro, nós falávamos que, ao longo da historia de Schoenstatt, houve certas atitudes com que o Pe. Kentenich viveu, que marcaram também essa historia, especialmente nos seus marcos históricos: a luz divina, a confiança divina, a força divina e a vitoriosidade divina. Acredito que podemos pedir também neste ano jubilar a graça de viver a Aliança de Amor sob essa mesma luz, sob essa mesma confiança, com essa mesma força e na certeza também da vitória, como o fundador a viveu ao longo de toda a sua vida.

Quem sabe este ano é um ano também para intensificar, então, a nossa oração diretamente ao Fundador, pedindo a graça de viver como ele viveu. E, quem sabe, para alguns, pode ser a oportunidade de selar uma aliança filial com ele, como já está também na historia e na tradição da nossa Família de Schoenstatt, e assim pedir que esse ano jubilar seja vivido com o mesmo ardor, com as mesmas características com que ele viveu essa Aliança, ao longo da sua vida.

Parece-me que o vínculo com o Fundador nunca pode ser algo forçado. Tem que ser por uma graça. O ano jubilar pode ser uma ótima oportunidade para suplicar esta graça e para intensificar a nossa vinculação com o Pai e Fundador. Afinal de contas, “Tua Aliança”: a Aliança do Pai – Aliança dele com a Mãe, Aliança da Mãe com ele –  esta é a nossa missão!

O Padre Kentenich viveu a Aliança de Amor com a Mãe de Deus. Não basta viver a Aliança com a Mãe de Deus? Para que esse vinculo especial com o Fundador?

Padre Alexandre: Todo Fundador é portador de um carisma e, junto com o carisma, ele tem também essa missão para o mundo de hoje. Sem dúvida, o vínculo ao Fundador é parte também do carisma de Schoenstatt. Schoenstatt é um movimento pedagógico, que valoriza os vínculos humanos, que valoriza os transparentes humanos do atuar de Deus.

Deus não quer chegar à nós diretamente, somente. Ele pode chegar de uma maneira direta. Mas, o mais típico do católico, o mais típico da piedade cristã, é vincular-se com Deus através de seres humanos. Daí o valor que damos à Maria, como plenamente humana, e aquela que também tem o lugar de intercessão mais diretamente junto a Deus e mais diretamente junto aos homens.

Assim também o vínculo ao Fundador é parte do nosso carisma, porque nele nós vemos um transparente do atuar de Deus. Experimentamos assim a Deus, que quer que nós cheguemos a Ele através dos seus transparentes, através das suas causas segundas, como fala-se na teologia escolástica, na teologia que Santo Tomás desenvolveu tão claramente no Ocidente.

Então, nós queremos realmente chegar a Deus através também do Pe. Kentenich. Não só do Pe. Kentenich, mas de todos os que tem função de paternidade e de maternidade em nossa vida, pois esse é o caminho que Deus tem para chegar até nós. Ao intensificar o vínculo com o Pai-Fundador, nós temos também a possibilidade de entender e viver melhor o carisma que ele nos deixou. Porque acreditamos que a missão do Pai é a missão de Maria e a missão de cada schoenstattiano é a missão do Pai, a missão que ele recebeu e carismaticamente transmitiu para toda sua Família de Schoenstatt.

O senhor conviveu tão perto do Papa Francisco, trabalhou com ele. O que esse ano jubilar de Schoenstatt e nossa espiritualidade tem para oferecer para a Igreja, nesta época de Papa Francisco?

Padre Alexandre: O Papa Francisco tem acentuado muito algumas idéias que são muito conaturais à espiritualidade de Schoenstatt. No Congresso de Outubro, tive a oportunidade de destacar especialmente duas delas: A ideia da cultura da Aliança e a ideia da missão.

Schoenstatt é um movimento que nasceu apostólico, nasceu destinado à missão. Portanto, é um Movimento que sai às ruas; filho da guerra, que vai aos campos de batalha, vai ao que hoje o Papa tem insistido como as “periferias existenciais”. Na exortação apostólica, Evangelium Gaudium, ele volta a falar e insistir: “Queremos ser uma Igreja missionária, uma Igreja que saia ao encontro das pessoas”.

Schoenstatt faz isso! E o faz, especialmente, através de nossa cultura da Aliança, que é a outra forma de se referir ao que o Papa Francisco chama de “cultura do encontro”. Uma cultura, um ambiente, marcado por vínculos de fraternidade, vínculos de amor, em que as pessoas se abrem umas às outras, onde se cultiva a proximidade. Assim também Schoenstatt têm cultivado a Aliança, não só com a Mãe de Deus, mas uma Aliança que se projeta em vínculos de fraternidade, de solidariedade, de amor, de encontro, também em relação ao nosso próximo, em relação à natureza, em relação ao mundo e à sociedade.

Então, vivendo plenamente a cultura da Aliança de Amor, com o espírito missionário, espírito apostólico, nós estamos vivendo, à partir do nosso carisma, aquilo que o Papa Francisco pede que toda a Igreja viva neste novo tempo.

Muito obrigada, Padre Alexandre, por esta mensagem para nós, Família de Schoenstatt do Brasil. Que a Mãe de Deus sempre abençoe a sua missão como sacerdote, a sua missão pessoal, também a sua grande tarefa e responsabilidade como Diretor Nacional do Movimento de Schoenstatt no Brasil.

Padre Alexandre: Muito obrigado… Deixo também uma saudação especial para cada filho de Schoenstatt espalhado por todo esse Brasil e desejo à todos um ano jubilar muito abençoado, um encontro ainda mais profundo com a Mãe de Deus, no seu Santuário, e uma renovação nas forças da origem, na força da Aliança de Amor.

 

Audio

Fonte: www.maeperegrina.org.br

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