Posted On 2012-02-12 In Jubileo 2014

No dia 19 de novembro de 2011, a peregrinação mundial rumo a 2014 passou pelo Paquistão

Agathe Hug. No dia 16 de setembro de 2011, a Agência de Notícias “Fides” escreveu, entre outrem: ” Paquistão: Bispos exigem a abolição da lei da blasfémia. A Comissão “Justiça e Paz” da Conferência Episcopal do Paquistão exige do governo a abolição da chamada lei da blasfêmia. Esta infringe os direitos das minorias e promove amiúde o abuso de poder por parte da polícia e de políticos poderosos. Os prelados convidam os Observadores da ONU sobre a tolerância religiosa a ver o abuso e a violência contra as minorias religiosas. A comissão exige do governo um âmbito legislativo que garanta o respeito e os direitos das minorias”.

Uma vida árdua para as minorias religiosas

Já no início de março de 2011, foi assassinado em um atentado o ministro para as minorias religiosas, Shahbaz Bhatti; foi o primeiro católico que desempenhou o cargo de ministro para as minorias e o único cristão no gabinete de Asif Ali Zardari. Bhatti votou em prol de uma reforma da lei da blasfémia, existente desde 1986; abraçou a causa em prol de Asia Bibi, condenada à morte, e, por isso, foi assassinado por um grupo de Taliban denominado ”Tehrik Taliban Fidayan Mohammad Punjab”.

Pouco tempo antes do ocorrido, em janeiro, foi assassinado Salman Taseer, o governador de Punjab, província paquistanesa mais importante. Taseer havia abraçado a causa em prol de uma cristã condenada à morte por causa de blasfémia; foi o próprio guarda-costas que o assassinou. No Paquistão, clama o conflito pela lei da blasfémia que prevê a pena de morte de quem ofenda o Islamismo E pobre daquele que está “do lado equivocado”. Põe em risco sua própria vida.

E, em 26 de outubro de 2011, a Rádio Vaticano, remetendo-se à edição italiana da Agência de notícias “Ansa”, informa: ”Paquistão: Pelo menos, 700 moças cristãs são obrigadas anualmente a converter-se forçosamente ao Islamismo. Esta informação provém de um relato da Comissão Asiática para os Direitos Humanos. As cristãs são sequestradas ou abusadas por homens mulçumanos. Por pressão ou devido a uma gravidez indesejada, as mulheres são obrigadas a converter-se ao Islamismo e a contrariar matrimônio com esses homens. A reportagem descreve o fenômeno como uma espécie de “purificação ético-religiosa” que ocorre entre a indiferença das forças da ordem e dos tribunais locais”.

E no dia 29 de outubro de 2011, a Rádio Vaticano emite uma notícia da Agência Fides: “O partido governamental “People’s Party” exige uma merecida justiça para minorias religiosas. Isto escreve o partido em carta aberta, publicada pelo serviço de Fides neste sábado. As minorias religiosas vivem em perigo, assim diz a carta. Nessa são outrossim mencionados juízes que abraçaram corajosamente a causa em prol das minorias religiosas. Na carta é particularmente tratado o caso do assassinato do Governador de Taseer, Mumtaz Qadri, condenado à morte, e é dirigida a Khawaja Muhamimad Sharif, procurador de Qadri no processo de apelação e ex-juiz do Tribunal Supremo de Lahore. A carta foi outrossim enviada, para seu conhecimento, às altas autoridades do país, entre as quais, ao Presidente do Supremo Tribunal do Paquistão, bem como, ao Presidente da Câmara de Deputados e do Senado, aos governadores de todas as províncias, à Comissão dos Direitos Humanos e a demais organizações cívicas”. (Fides)

A lista de informações é mais extensa. Sempre se trata de minorias religiosas. A religião desempenha um papel importante nesta república islâmica.

Um milhão de cristãos

O Estado do Paquistão nasceu em 1947, das regiões com maioria mulçumana da Índia britânica, ao passo que as regiões com maioria hinduísta ou outras populações maioritárias, bem como, da maior parte da Cachemira predominantemente mulçumana permanecem na atual Índia. Em 1956, o Paquistão proclamou-se como a primeira república islâmica do mundo. A antiga região tornou-se independente em 1971, adotando o nome de Bangladesh.

O Paquistão é o nono estado maior da Ásia, sendo como uma cunha entre o Afeganistão e a Índia. Além disso, comparte fronteiras relativamente pequenas com a China e Irão.

No extremo norte do Paquistão, no Hindudush, Karakorum e Himalaia encontram-se as três montanhas mais altas da Terra, marcando os limites do país com a Ásia Central.

O Islamismo é a religião do Estado, professado em diversas formas. A maior parte dos paquistaneses pertence a uma denominação ortodoxa. E entre todos os mulçumanos vivem cerca de 1 milhão de católicos em 6 dioceses e uma vigaria apostólica. No Paquistão, a Igreja Católica Romana marca presença desde o séc.XVI.

Desde a morte de Benazir Bhutto, aumentou a opressão contra o Cristianismo; continuamente sucedem massacres na população cristã. A causa dos abusos dos islamistas é a vigente lei da blasfémia – veja-se em cima – assim como os chamados decretos hudud; casas de cristãos e outrossim igrejas têm sido alvo de destruição.

O Arcebispo de Karatschi, D. José Cordeiro, foi nomeado o primeiro Cardeal do Paquistão pelo Papa Paulo VI, em 1973. Em 16 de fevereiro de 1981, o Papa João Paulo II visitou o Paquistão e, em 2004, recebeu o Presidente Pervez Musharraf em uma audiência particular. Em Yuhannabad, um bairro de Lahore, foi edificado o Seminário São Francisco Xavier, um instituto para estudos filosóficos. Encontra-se afiliado à Universidade Pontífice Urbaniana de Roma. Em 1990 foi fundado o Seminário de Punjab, mediante a Conferência Episcopal do Paquistão (Catholic Bishop’s Conference of Pakistan, PCBC). A Igreja Católica subsidia a St. Patrick’s High School em Caratschi. Desde 2011, Edgar Peña Parra é o núncio apostólico no Paquistão.

Pobreza, catástrofes e vontade de viver

Estes são números sóbrios em um país, cujo número populacional se encontra avaliado em 200 milhões de habitantes. A densidade populacional média perfaz, pelo menos, 1888 habitantes por km2 – um tanto mais que na Suíça, mas um tanto menos que na Alemanha. A população encontra-se, porém, distribuída de forma extremamente irregular. Enquanto cerca de ¾ da população vive nas planícies férteis do rio de Punjab e do Sindh, as regiões das altas montanhas, situadas no Norte e no Este, assim como, a região seca são escassamente povoadas. Os desertos de Thar e de Belutschistan são, em grande parte, desabitados. Em Belutschistan, vive, em 40% da superfície do Paquistão, menos que 5% de sua população; em contrapartida, o Punjab que nem sequer constitui um ¼ da superfície, tem mais da metade da população. O grau de urbanização é ínfimo. Em 2004, apenas 34% dos paquistaneses viviam nas cidades.

Em 2010 e 2011, devido às dramáticas catástrofes de enchentes, que, segundo a opinião de muitos peritos, foram provocadas pelo homem, o Paquistão tornou-se manchete dos jornais do mundo inteiro. Foram devastadas florestas inteiras, de sorte que o clima desértico e desertos se estenderam. Em suma: só apenas 4% do Paquistão é arborizado. E a mudança do clima foi radical.

A Mãe Peregrina de Schoenstatt em um camião?

E como sempre, surge a empolgante pergunta: Schoenstatt também se encontra no Paquistão? E a resposta é surpreendente: Sim, Movimento Apostólico de Schoenstatt também se encontra em terras paquistanesas. Na Imagem da Mãe Peregrina, a Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt visita os paquistaneses; e aí ela tem, pelo menos, um Santuário-Lar… Algumas pessoas na Alemanha recordam-se de uma reportagem exibida há alguns anos no noticiário, sobre a fuga de pessoas em camiões. Atrás do para-brisa, vê-se que um homem tem nos braços a Mãe Peregrina de Schoenstatt. Não se tratava de fantasia. As investigações sobre a procedência desta Imagem Peregrina apontaram para a Alemanha, mais precisamente, para Irmgard Herbrand, membro da União das Mães de Schoenstatt. E ela relata como chegou a Mãe Peregrina de Schoenstatt ao Paquistão… e que Ela ainda se encontra em terras paquistanesas.

A presença da MTA em terras paquistanesas

“Ao longo de quarenta anos, até sua morte, ocorrida em dezembro de 2004, minha irmã foi religiosa no Paquistão; e durante vinte e cinco anos, a Irmã Maria Beatriz viveu sob a minoria ética dos parkaris no distrito desértico de Sindh, situado no sudoeste do país.

Em 1998, veio gozar férias à Alemanha, e o Céu dispôs que, precisamente, nessa ocasião, a Irmã Marié falasse a respeito da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, no Centro de Schoenstatt de Essen-Kray. E assim pudemos participar conjuntamente deste encontro. Minha irmã ficou logo entusiasmada com a Campanha. Sem embargo, sua alegria foi ainda maior quando, no final do encontro, a Irmã Marié lhe ofereceu uma imagem da Mãe Peregrina.

De Essen para Badin

Quando chegaram as férias a seu término, e minha irmã teve de regressar ao Paquistão, a Imagem da Mãe Peregrina partiu igualmente como companheira para o distante Paquistão, mais precisamente, para Badin, para o meio da região do povo Parki. Aí a Imagem da Mãe Peregrina de Schoenstatt, com seu filho, conquistou o coração dos simples habitantes do deserto.

A pedido de minha irmã, enviei-lhe, no dia 29 de abril de 1999, outras cinco imagens peregrinas para o Paquistão. Do mesmo modo como em tantos outros países, Ela peregrina pelos lugarejos do deserto, sendo uma imagem para quinze famílias. Vezes há que surgem certas dificuldades na entrega, pois cada família gostaria que a Mãe Peregrina de Schoenstatt ficasse mais tempo em seu lar.

Todos os parkaris estão convictos de que Nossa Senhora lhes salvou a vida

Em meados de maio de 1999, caiu por sobre o sudoeste do Paquistão um terrível temporal. Um violento ciclone com tempestade e torrentes de chuvas quase imagináveis bramiam por sobre o distrito de Sindh. Outrossim a região da colônia dos Parkaris foi arduamente atingida por tal catástrofe. Milhares de miseráveis cabanas rebocadas com argila foram destruídas e subterraram pessoas, animais e utensílios domésticos debaixo de seus escombros. Contudo, mediante a admirável providência de Deus não morreu família alguma da tribo dos parkaris, enquanto tantas pessoas de outros lugares circunvizinhos perderam a vida.

Outrossim as seis imagens da Mãe Peregrina de Schoenstatt resistiram a esse inferno, em parte de modo miraculoso. Assim me contou minha irmã Maria Beatriz por telefone: “Em um povoado perto de Badin, uma família conseguiu fugir de sua cabana, antes de esta desabar; mais tarde, encontrou-se intata em um nicho a imagem da Mãe Peregrina de Schoenstatt. Na cidade de Badin, durante a tempestade, um senhor estava sentado e rezava em casa, juntamente com a família, com a Mãe Peregrina de Schoenstatt estreitada contra o peito. Sua casa, já antiga, permaneceu quase intata; porém as casas vizinhas ficaram em parte destelhadas ou destruídas. No fim de seu relato, minha irmã assegurou-me de que Nossa Senhora os protegeu-os e lhes salvou a vida.

Rainha da Província do Paquistão

No dia 7 de outubro de 2004, festa de Nossa Senhora do Rosário, ocorreu na Casa de Formação de São José, para as postulantes e noviças das “Filhas da Santa Cruz”, situada em Lahore, Punjab, uma festa toda singular em honra de Nossa Senhora.

O convento do Centro, juntamente com a Irmã Maria Beatriz – entretanto ela havia sido nomeada provincial – coroou a imagem da MTA sob o título: “Rainha da Casa de Formação e da Província do Paquistão.

Infelizmente minha irmã faleceu pouco depois deste evento, em uma cirurgia cardíaca a que se submeteu na Alemanha. Depois de sua morte, o contato com as religiosas paquistanesas tornou-se escasso. Da nova provincial, tomamos então conhecimento, durante um encontro na casa-mãe da congregação em Lüttich, Alemanha, de que as imagens da Mãe Peregrina de Schoenstatt continuam a peregrinar de povoado em povoado, de família em família. A festa da coroação continua a fazer parte da programação da festa de Nossa Senhora do Rosário.

Assim pôde a Irmã Maria Beatriz ser instrumento nas mãos de Nossa Senhora, a fim de que a Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt pudesse entrar no Paquistão; e rezo para que doravante a MTA mantenha sua mão protetora sobre o povo parkari, tão necessitado.

Irmgard Herbrand
União das Mães, 12º Curso

E na Santa Missa em aliança com o Paquistão rezamos pelas intenções do povo paquistanês. A Aliança de Amor vincula-nos.

 

Tradução: Abadia da Ressurreição, Ponta Grossa, PR, Brasil

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