ARGENTINA, Pe. José María Iturrería •
No sábado, dia 14 de Outubro, vivemos um dia histórico em La Plata: celebrámos o 50º aniversário da Aliança de Amor do primeiro grupo da Juventude Masculina de La Plata, chamado “Tentáculo” em honra do primeiro Assessor da Juventude Masculina de La Plata, o Padre Guillermo Spelthahn, conhecido na altura como “El Pulpo” (o Polvo). Juan Pablo Catoggio e Claudio Fiorucci são membros desse grupo. —
Para comemorar este acontecimento tão especial, convocámos um encontro da JM de Todos os Tempos, ou seja, de toda a JM de La Plata das diferentes gerações, desde os primeiros que viveram os inícios no início dos anos 70, até à actual JM de 2023.
Paixão que transforma
Foi um maravilhoso encontro inter-geracional onde pudemos partilhar esta “Paixão que Transforma” e que não se desvanece com o passar dos anos mas, pelo contrário, continua viva e presente cada vez mais. Na sua Homilia, o Pe. Juan Pablo recordou-nos os inícios e ele próprio contou como ficou surpreendido ao ver que as mesmas expressões que identificavam a JM dos anos 70, como ser “soldados da nova legião de heróis” e “instrumentos guerreiros” da Mater, ainda permanecem na oração filial da actual JM. Ficou muito claro para todos nós que ser da JM não é “uma etapa da vida”, mas sim “um modo de vida” que permanece para sempre.
Pudemos partilhar testemunhos e anedotas, a celebração eucarística e um abundante jantar. Concluímos com um rito de renovação da Aliança de Amor em que, à sombra do Santuário, passámos de geração em geração, começando pelos primeiros, a tocha com o símbolo do fogo da Aliança, para entrarmos juntos no Santuário, renovarmos a consagração a Maria e a assinatura do Livro da Aliança, e terminando com a bênção de uma placa comemorativa destes 50 anos de vida da JM em La Plata.
Não faltaram as saudações de muitos países estrangeiros onde os JMs da Vida vivem actualmente e que não quiseram faltar à celebração. Assim, cada um dos Assessores da JM destes 50 anos enviou a sua saudação da Alemanha (Pe. Ángel Strada), do Chile (Pe. Marcelo Aravena), de Itália (Pe. Beltrán Gómez), do Paraguai (Pe. Pablo Mullín), de Tucumán (Pe. Ludovico Tedeschi), e o próprio Pe. Guillermo Carmona, que fez a primeira Aliança de Amor há 50 anos, esteve presente.
O encontro foi emocionante porque significou um reencontro para muitos JMs da Vida. Isso ficou registado em numerosos testemunhos que nos foram enviados nos dias seguintes e que eu gostaria de partilhar convosco aqui.
Viver a utopia de mudar o mundo
Este foi um encontro cheio de memórias e de esperança. Em cada abraço, entre anedotas e comentários (e apesar de “as neves do tempo terem prateado a minha têmpora” -Tango “Volver”-, e a de vários outros), reconhecemo-nos e voltámos a esses momentos de “calor juvenil”. Fazer parte desta JM, vivendo a utopia de mudar o mundo, continua a mobilizar-nos. Sem dúvida, foi essa a experiência que atravessou a minha adolescência e o sonho que ainda persigo e que me dá vida. Partilhando com irmãos de outras gerações, senti mais uma vez a fidelidade da Mater, que continua a atrair corações jovens, instrumentos dóceis nas suas mãos.
Ela continua a chamar-nos a responder com audácia e radicalidade à Aliança de Amor, tal como fez com os primeiros rapazes. E o ponto alto foi a renovação da Aliança de Amor como JM. Todos juntos, dentro do Santuário, passando a tocha uns aos outros e vibrando de diferentes formas com os cânticos de todos os tempos.
Fico a pensar na escolha providencial que recaiu sobre cada um de nós. Como diz a canção: “Para gritar ao mundo que nasceu quem há-de ser exemplo de vida. Para forjar, amanhã sob o sol, os pilares de uma nova sociedade”.
Marcelo Moviglia, JM de todos os tempos
Ela está sempre a guiar-nos para a sua casa
Obrigado pelo tempo partilhado, pela abertura de todos, pelos reencontros e por sentirmos com muita força que a Mater nos une e nos protege sob o seu manto. Apesar do tempo que passou, Ela está sempre a guiar-nos para a sua casa. Servus Mariae Nunquam Peribit.
Gustavo Zubizarreta, JM da Vida
Sinal da riqueza da Aliança de Amor
O encontro dos JMs de todos os tempos foi uma grande oportunidade para se ter uma perspectiva da grandeza do Movimento de Schoenstatt. É inegável que a história da JM está repleta de bênçãos, sinal da riqueza da Aliança de Amor. Ver as gerações anteriores partilhando com as mais recentes enche-me de gratidão e confiança; gratidão por tudo o que vivemos, e confiança de que a Mater é quem guia o nosso caminho e que, com os olhos fixos nela, a nossa Juventude manterá sempre viva esta Paixão que Transforma.
Pedro López Aguilar, JM universitário
Para mim, foi ver-me refletido num futuro
Para mim, foi ver-me refletido num futuro. Encontrar-me em todos aqueles que um dia pertenceram à JM (e que ainda pertencem, mas de um outro lado). É saber que a missão de Maria foi e é possível, porque com Ela, a paixão transforma-se e passa de geração em geração. Não são 50 anos desde a primeira Aliança, são 50 anos desde que um grupo de jovens rapazes escolheu um carisma e um modo de vida diferente que, hoje, continua a ser válido e quer permanecer em muitos de nós que vivemos a herança que eles nos deixaram.
Cris García Cortina, JM secundário
Há uma paixão que continua viva nos que nos antecederam, nos que estão agora e nos que virão
Para mim, como JM, é uma grande alegria viver estes 50 anos, com a consciência de sentir que estou a dar continuidade a uma história sagrada, de uma herança de fogo; onde cada geração a assumiu com a sua marca, mas sempre elevando bem alto os ideais das primeiras. Ao longo dos anos, temos comprovado que a Mater sempre foi fiel e sempre levou a sério o nosso propósito. Como Ela nos conduziu por caminhos vitoriosos mas também nos pediu uma entrega total no alto da cruz e da Carta Branca, e nós pronunciámos o nosso fiat. Nos nossos corações só há gratidão à Mater por nos ter escolhido como seus instrumentos, ainda que muitas vezes fracos e impotentes, mas que no final são seus. Foi muito emocionante renovar juntos, em comunidade a Aliança de Amor no Santuário e ver como, apesar dos anos, há uma paixão que continua viva nos do passado, nos de hoje e nos que virão. Talvez para outros seja uma tarefa demasiado audaciosa, mas não para nós; porque a Aliança exige de nós uma certa dose de heroísmo e de responsabilidade pela herança de uma “empresa santa”, sabendo que recebemos muito e não podemos dar menos do que tudo.
Fran Mauro, JM universitário
O fogo
A experiência do reencontro de todas as gerações da JM de La Plata foi incrível. Como acontece em qualquer lugar, depois de 50 anos de história e de tantas pessoas que passaram por ela, as diferenças geracionais são muitas, mas foi surpreendente e inexplicável sentir que havia algo que nos unia a todos. E esse “algo” materializou-se numa palavra que todos usaram quando partilharam o que significou para eles o seu tempo na JM: fogo. Apesar de todas as distâncias possíveis, de ideias, de idade, de gostos, de experiências, todos nos sentimos profundamente marcados pelo mesmo fogo que mudou as nossas vidas. Esse fogo foi a Aliança de Amor com Maria, a partilha entre irmãos, o desejo de lutar pelos mesmos ideais independentemente das diferenças. Esse fogo não só marcou cada um de nós, mas é a nossa identidade, o que nos dá pertença e o que nos une. O mesmo fogo que os primeiros JMs experimentaram nos anos 70 ao fundar o Ramo, foi experimentado pelos JMs dos anos 2000 e encarnado num Ideal que nos une a todos, atravessando a nossa história de ponta a ponta: “Comunidade de líderes, fogo da Nova Argentina”. O fogo sagrado que chegou aos primeiros foi passado de mão em mão, foi confiado de geração em geração. E hoje, esse mesmo fogo transforma-nos também a nós, e deixamo-nos incendiar por ele para transformar o mundo que nos foi confiado.
Fran Elisei, Chefe de Ramo JM
Paixão
No dia 14 de Outubro fui testemunha de um reencontro que reuniu diferentes gerações à volta do Santuário, no qual pude experimentar como a Mater marcou tantos com o fogo e como essa experiência nunca se apagou. De certa forma foi como ligar-se com o passado, através do testemunho vivo dos primeiros JMs que marcaram o caminho e com o futuro, ao ver-me reflectido nesse mesmo sentimento que não desiste apesar do passar dos anos e ao acreditar que muitos mais serão chamados a viver este carisma. Foi uma prova fidedigna da transcendência da vida da Aliança e do nosso ser JM, de saber que como dizia a personagem de Guillermo Francella no filme O Segredo dos seus Olhos: “o Homem pode mudar tudo menos a sua paixão”. Essa mesma paixão que um dia tomou conta de cada um de nós e nunca mais nos deixou, sendo o motor e o estímulo da nossa fé. Tantos momentos, pessoas, recordações, anedotas marcadas por essa paixão que identifica qualquer membro da Juventude e que nos faz, independentemente da nossa idade e mesmo sem nos conhecermos, compreender perfeitamente essa mística difícil de explicar.
Joaquín Morosi, JM Universitário
A promessa cumprida pela nossa Mater
Foi um prazer enorme ter podido participar nesta jornada histórica. Muitos de nós que estivemos presentes encontrámo-nos com um grande tesouro de recordações muito bonitas, e de contemplar a promessa cumprida pela nossa Mater na fidelidade à Aliança nesta JM, nestas novas gerações. Obrigado pelo convite e por nos permitir partilhar coisas boas para a construção do Schoenstatt eterno com o qual todos continuamos comprometidos.
Gustavo Moviglia, JM da Vida
Vídeo da Missa do Reencontro
Original: castelhano (22/10/2023). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal