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Posted On 2023-10-20 In Vida em Aliança

Construir a paz a partir do quotidiano, é também viver a Aliança de Amor

Por Rafael Mascayano, Chile •

Em várias conversas de schoenstatteanos surgiu espontaneamente a necessidade de rezar por tantos conflitos, guerras e situações de violência no mundo e nos nossos países, no entanto, numa delas surgiu uma bela pergunta: e o que podemos fazer no nosso dia a dia para sermos também, como nos chama o Papa Francisco, construtores de paz? O Papa Francisco chama-nos constantemente a construir pontes, não muros. —

O Padre Kentenich, em 18 de Outubro de 1914, em “A vida institucional, uma escola de sentimentos e de acção social”, dá-nos algumas pistas para vivermos esta Aliança de Amor, a partir do quotidiano:

  • “A guerra é uma poderosa missão popular, ou – aplicada a nós – um curso de exercícios muito eficaz”.
  • “A nossa auto-educação falhou até agora o teste da vida prática, tem um defeito grave; caso contrário, não estaríamos completamente indefesos perante as questões sociais”.
  • “E daqui resulta a conclusão convincente: …que o erro que cometemos tem de ser corrigido. Tenho de pôr toda a minha energia a educar-me para a compreensão social e para o trabalho social”.
  • “O espírito social é o espírito de amor, de bondade, de consideração pelos outros, de terna empatia pelas necessidades dos outros, de ajuda voluntária e delicada; numa palavra: o espírito de verdadeiro heroísmo sacrificial cristão”.
  • “Para adquirir o espírito social, devemos ser bondosos e atenciosos por princípio”.

E procurando alguma concretização, gostaria de propor algumas ideias para que, nestes tempos complexos, possamos ser construtores de paz nos nossos diálogos diários… (Capital de Graças? Auto-educação?) Talvez possam complementar cada um destes aspectos, com citações do Papa Francisco, com outras citações do Padre Kentenich, com acções que se aproximem da vossa situação pessoal. Desta forma, estaremos a construir um mundo onde Cristo e Maria estão presentes através do nosso testemunho.

1. Escuta activa:

  • Mostrar interesse: “Compreendo o seu ponto de vista e quero saber mais sobre ele”.
  • Perguntas de esclarecimento: “Pode explicar isso um pouco mais?
  • Reflectir sentimentos: “Parece que está frustrado. Sinto muito por isso”.

2. Empatía e compreensão:

  • Validar os sentimentos: “É completamente válido sentir-se assim”.
  • Reconhecer o esforço: “Agradeço o facto de ter partilhado a sua perspectiva”.
  • Mostrar compreensão: “Percebo porque é que se sente assim”.

3. Evitar julgamentos prematuros:

  • “Vou reservar os meus juízos de valor até termos explorado mais esta ideia”.

4. Manter o respeito mútuo:

  • Evitar ataques pessoais: “Concentre-se nas questões e nos argumentos, não nas pessoas”.
  • Reconhecer a participação: “Agradeça ao outro pelo seu tempo e pelas suas contribuições, mesmo que não concorde com elas”.
  • “Valorize sempre o outro como pessoa, como seu irmão”.

5. Perante opiniões divergentes:

  • Respeitar as diferenças: “Compreendo que temos opiniões diferentes sobre este assunto”.
  • Expressar a opinião pessoal com respeito: “Na minha perspectiva, acho que… O que é que tu achas?”
  • Evitar o confronto directo: “Podemos ter opiniões diferentes e mesmo assim aprender uns com os outros”.

6. Ser flexível:

  • Estar aberto à mudança: “Estar disposto a mudar de ideias se os argumentos apresentados forem sólidos e convincentes”.
  • Adaptar-se às ideias: “Estar disposto a adaptar as suas ideias com base em novos dados ou perspectivas”.

7. Evitar interrupções, ouvir a outra pessoa e não a si próprio:

  • Esperar que a outra pessoa termine: “Por favor, continue, quero ouvir toda a sua opinião”.
  • Não intervir: “Evite interromper enquanto a outra pessoa está a falar”.
  • Revezem-se: “Falem à vontade, não há pressa”.

8. Incentivar a colaboração:

  • Encontrar soluções em conjunto: “Em vez de se concentrarem na culpa, trabalhem em conjunto para encontrar soluções para os problemas”.
  • Valorizar os contributos: “Reconhecer e valorizar as ideias e os contributos de todos os participantes”.

9. Conversações de encerramento e de acordo:

  • Procurar convergências: “Mesmo que não concordemos em tudo, há algum ponto em que possamos concordar?”.
  • Terminar com uma nota positiva: “Agradeço esta conversa, deu-me muito em que pensar”.
  • Deixe a porta aberta: “Estou disposto a falar mais sobre este assunto no futuro, se assim o desejar”.

10. Incentivar a reflexão:

  • Podemos parar um momento (ou tempo) para reflectir sobre…?

Lembre-se que, na nossa pedagogia dos vínculos, o tom de voz, a linguagem corporal e o contacto visual são também componentes cruciais de um diálogo respeitoso.

Hoje, neste tempo sinodal, o Papa Francisco tem insistido na habilidade evangélica de “ouvir com atenção e mostrar interesse genuíno pelas opiniões dos outros”, uma tarefa fundamental para estabelecer uma atmosfera de respeito mútuo e, assim, trabalhar diariamente pela paz.

En torno a la mesa

Original: castelhano(18/10/2023). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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