Posted On 2016-12-11 In Vida em Aliança

O sorriso mais pleno, há anos que não via uma Maria tão humana

PARAGUAI, Macarena Rivarola Angulo •

“Paci” – María Paz Angulo, uma das novíças paraguaias que recebeu o Vestido de Maria no domingo 13 de novembro no Santuário de Tuparendá – é minha prima irmã. A minha mãe e o pai dela são irmãos e temos, graças a Deus,  um vínculo familiar muito forte no nosso círculo sanguíneo. Mas creio, que isto ultrapassa todas as barreiras que poderiam chegar a existir num grupo determinado de vínculos.

Realmente para mim, e para toda a minha família, foi uma das coisas mais fortes que vivemos em toda a nossa vida. Uma mistura de sentimentos invadia-nos e acentuava-se à medida que a data se aproximava. E certamente tinha a sua dose de “dificuldade” o facto de que Paci, já “não ia ser Paci”, mas que se converteria em propriedade exclusiva de Cristo, deixando de lado uma realidade de vida à qual, desde que nascemos estivemos habituados. É preciso mencionar que a alegria e o Espírito de graça que tocava as portas dos nossos corações tinha uma sobredimensão no que respeita ao passado, já que toda a nossa família é muito unida e ativa em Deus (graças a Deus!)

Há meses que não a via. O último encontro que tivemos as duas, meses antes de ter anunciado a sua vocação, foi por questões de viagens e outras coisas.

Várias vezes na minha vida pude sentir plenitude espiritual graças a trabalhos apostólicos, que sempre se apresentam como um presente de Deus e de Maria na minha vida. Várias vezes também, fui testemunha da alegria que Eles oferecem a outras pessoas nas suas vidas, e que se vê no mais profundo dos seus corações. Esse Espírito Santo refletido num sorriso, num abraço, numa lágrima, numa oração de joelhos, num silêncio, várias vezes o testemunhei durante todo o meu caminhar com Cristo.

3

Abram as Portas a Cristo

Mas neste 13 de novembro, Tuparendá, testemunhou um Espírito Santo luminoso, que impregnava tudo, tal como nos dizia o Padre Antonio na sua homilia daquele dia.

A ansiedade corria à flor da pele, a mistura de sentimentos adquiria cada vez mais “densidade” em todos nós, com uma paz interior que nos dava esse primeiro “casamento” de um de nós, os netos dos meus avós, sabendo que era com o Ser mais importante e o único Superior a todos nós.

O repicar dos sinos, o cântico do coro como anjos de Deus, dava as boas-vindas às três bem-aventuradas da nossa amada Mater.

Assim como esse repicar, começavam as batidas do meu coração, com uma taquicardia de amor, graça, gozo, anelo e até poderia dizer inveja (saudável) por saber e querer sentir tão profunda alegria, por essa liberdade de escolher abandonar-se totalmente e eternamente ao Pai.

Ouvia-se o cântico “Abram as Portas a Cristo”, entrava a Imagem Peregrina, as flores, o incenso apoderava-se de todo o templo, o Espírito Santo submergia-se nos nossos corpos, apoderando-se de todos esses sentimentos contrários que podíamos ter. O vento soprou e foi nesse preciso momento, que vejo um véu elevar-se como se dançasse com todo esse contexto, e foi aí, que os meus olhos, tiveram esse contacto visual com o sorriso mais belo que pude ver em toda a minha vida!

1

Ela irradiava o ADSUM de Maria

Ela, só sorria, só irradiava o ADSUM de Maria, esse SIM que anseia para todos os seus filhos, ela levava-o com o orgulho mais puro, feminino, pleno, alegre, contagioso e com convicção acentuada. Era a Minha Paci, que continuava a ser a minha Paci mas potenciada ao céu, sem desconcentrações nem dúvidas, era a Maria mais humana que alguma vez vira.

Vestida de branco se apresentou, preparada como as mulheres prudentes, que anseiam ver o seu Esposo; mas creio que depois do ato propriamente, ao voltar a apresentar-se já com o vestido azul, parecia vestida com um branco puro espiritual ainda mais forte.

Ao ver o seu rosto, ao ver esse olhar cheio de alegria, de plenitude, cheia de Deus, cheia de Graça, todos os sentimentos “difíceis” se desvaneceram.

Realmente foi uma das experiências de Deus mais fortes, mais próxima d´Ele que pude ter na minha vida. Foi como se Deus me dissesse: “Maca, (sorrindo) sou eu, a Vide”.

Faltam-me as palavras, e sempre me vão faltar, para poder descrever todo o Amor impregnado nesta experiência tão próxima, que hoje se converte na recordação mais aveludada em suavidade e doçura, que guarda o meu coração, esse cofre de tesouros que Cristo fundou em mim.

Tudo me leva simplesmente a repetir as palavras que Paci, agora a Irmã Agustina, deixou marcadas no meu coração: sejamos todos sacrários de Cristo para os outros, e animemo-nos a dar esse salto que Ele nos pede a cada um, de acordo como a nossa Missão e Ideal Pessoal.

2

Original: espanhol. Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa, Portugal

Tags : , , ,

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *