Posted On 2013-08-13 In Vida em Aliança

REMAR MAR A DENTRO: Vamos a Púglia!

ITÁLIA, Federico Bauml. Vinte amigos, sete dias, uma peregrinação, férias, uma viagem a um lugar magnífico, dentro e fora de nós.

 

 

 

 

Vamos a Púglia!

“O que faremos neste verão?” é a pergunta clássica que cada grupo de jovens de faz quando se aproxima a gostosa estação; pergunta cuja resposta nem sempre é fácil. Há os que querem ir para o mar, os que querem ir para a montanha, os que amam viajar para lugares mais afastados e os que, ao contrário, preferem ficar mais por perto.

Precisávamos de uma experiência forte, que pudesse satisfazer nossas exigências, para finalizar um ano muito intenso e de muito trabalho para todos.

A pergunta que surge imediatamente depois é: “Para onde vamos?”. Bela pergunta esta. A escolha deste ano foi Púglia; geograficamente falando, a ‘ponta’ de nossa belíssima bota; um lugar mágico, super colorido, de sons, de mar e de belezas tão extraordinárias que um livro não seria suficiente para descrever todas elas. Uma escolha baseada na generosidade daqueles que nos oferecem hospitalidade, a oportunidade de conhecer um lugar belíssimo e a vontade de estarmos juntos, ainda que – talvez – um pouco apertados, mas juntos.

O desejo de estarmos juntos e o imenso trabalho dos organizadores, antes e durante nossa peregrinação (para quem enviamos um renovado e infinito ‘obrigado’) fizeram que nosso ‘caminhar’ se convertesse imediatamente em ‘sciamu’ (‘vamos’, em dialeto de Púglia).

E, assim, mochila nos ombros, mala nas mãos, carros e vans carregados como se fôssemos passar dez anos fora de casa, partimos e, depois de tantas coisas, chegamos ao destino.

A virtude

Virtude (em latim ‘virtus’, em grego ‘areté’) é a disposição de ânimo que se orienta para o bem, a capacidade de um homem de se sobressair em algo, de cumprir certo ato de maneira perfeita.

Em nossa peregrinação, buscamos aprofundar seis virtudes, que, a cada dia, nos têm acompanhado durante esta semana. Temos aprendido a ter confiança, a confiarmos e entregarmo-nos uns aos outros e a nós mesmos; temos entendido que coragem e humildade são as duas faces da mesma moeda; que, sem perseverança, não conseguiremos resultados; que o serviço e a aceitação desinteressados são o único modo de conseguir a verdadeira riqueza e que cada um de nós deseja ser livre; que liberdade não é a ausência de obrigações ou limites – é a possibilidade de escolher.

Voltamos dessa experiência um pouco mais amadurecidos, sem dúvida mais enriquecidos e, talvez, um pouco mais despreocupados e leves (não fisicamente, pela quantidade de comida – muito, muito boa, que nos oferecida diariamente).

Se virtude de fato significa ser capaz de se sobressair em algo, então podemos nos definir virtuosos, porque nos superamos nos divertindo, sorrindo, adaptando, cuidando uns dos outros, confiando e nos entregando e em tantas coisas menores, comuns, mas, ao mesmo tempo, extraordinárias.

DUC IN ALTUM!

Literalmente, Duc in altum significa ‘navegar mar adentro’. Essa motivação não apenas nos acompanhou em toda a peregrinação, mas foi também nosso norte, nosso modo de ser, nossa aspiração máxima.

Padre Kentenich falava da confiança, aspirava ser como o filho do marinheiro que, apesar de ser consciente do perigo que corre quem viaja para o mar, nunca perde a esperança, porque sabe que seu pai está ao leme.

La barca, el viento, el mar, las olas: han sido nuestros fieles compañeros en este viaje, en el que hemos comprendido que mar adentro se puede llegar de varios modos y que cada uno está llamado a hacer su parte, a llevar su ola en el mar. No nos compite a nosotros saber donde nos llevará el viento ni con cuanta fuerza soplará, está en nosotros hacer que la barca navegue siempre, y está en nosotros hacer que todos remen en una misma dirección.

A barca, o vento, o mar, as ondas: foram nossos fieis companheiros nesta viagem; compreendemos que se pode chegar de várias formas no vasto mar e que cada um é chamado a fazer sua parte, levando sua onda ao mar. Não compete a nós saber para onde o vento nos levará nem com quanta força soprará; cabe a nós fazer a barca navegar sempre e que todos remem na mesma direção.

Pode-se ir mar adentro com um sorriso, com um esclarecimento depois de uma incompreensão, com uma passo adiante e, também, porque não, com um passo atrás; pode-se ir mar adentro cantando à viva voz dentro de uma Kombi ou olhando as estrelas; nos momentos de deserto e nos de melancolia; transformando um portal em uma pequena capela; adaptando-se a ritmos que não são seus; respeitando as escolhas e os trabalhos dos outros, sem desanimar quando tudo parece errado, levando sempre conosco também aqueles que, seja qual for o motivo, não puderam estar presentes.

Pode-se ir mar adentro confiando nossos dias a Maria e a Jesus, porque eles são, sem dúvida nenhuma, nosso solo firme no céu.

Pode-se ir mar adentro quando somos conscientes de que o verdadeiro desafio começa agora, quando o entusiasmo ‘do grupo’ diminui e cada um de nós será chamado a enfrentar as próprias ondas no timão de sua barca.

Levantamos a âncora, a barca (Giurky, como a chamamos) zarpou, e nós estamos a bordo… Remando mar adentro!

Tradução: Maria Rita Fanelli Vianna – São Paulo / Brasil

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