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Posted On 2022-06-22 In Missões

Sair ao encontro dos necessitados nas suas casas, nos hospitais…nas ruas

COSTA RICA, Laura Constela, Obra das Famílias Oeste •

Tinha pendente a leitura a Carta que o Santo Padre enviou em Novembro passado para o V Dia Mundial dos Pobres. Como sempre, as suas Cartas e Encíclicas são uma verdadeira fonte de luz no caminho, e desta vez não foi diferente. Na Carta ele fala de muitas coisas, mas entre elas, “ir ao encontro dos necessitados nas suas casas, nos hospitais… nas ruas”. Fala de dar-se, escutar e entregar-se.

Algumas horas mais tarde, recebi uma mensagem de Anita Vega de Schoenstatt-Guanacaste…dizendo-me que o pároco da comunidade precisava de ajuda para a Semana Santa. Este padre, o Pe. Gonzalo, é o responsável por 20 comunidades e é o único padre.

Ele queria missões, esperemos que Missões Familiares e de Juventude. As portas estavam bem abertas para as reactivar, após uma pausa de quase dois anos devido à pandemia.

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Vencer o medo e pôr os pés ao caminho

Com as palavras da Carta do Papa Francisco ainda a ecoar na alma, muitos de nós assumimos a tarefa de pôr em marcha as missões da Semana Santa de 2022 com a ajuda de uma equipa maravilhosa. Colocámos tudo nas mãos de Deus e da Mãe, que removeram definitivamente os obstáculos, entre eles o medo de que ninguém se inscrevesse. A resposta foi clara, a Mãe e o Seu Filho queriam chegar às casas e comunidades desta área de Guanacaste, e os seus instrumentos não demoraram muito tempo a apresentar-se para cumprirem a missão.

Três senhoras do Ramo das Mães, que foram os anjinhos das missões da Semana Santa, levaram consigo as suas Peregrinas, prepararam deliciosos petiscos para partilhar com a comunidade e acompanharam as famílias nas visitas.

Na quarta-feira, os Jovens chegaram à Comunidade de 27 de Abril e mais famílias que incluíam desde adolescentes a um bebé de 9 meses de idade entre os missionários. A pequena aldeia de San Jose de Pinilla foi a comunidade designada para as visitas. Os nossos guias eram duas senhoras da comunidade que são missionárias da Mãe Peregrina na região. Começámos os dias com a oração, pedindo ao Espírito Santo que nos guiasse e à Mãe a Sua intercessão. Entre canções e uma overdose de alegria, estávamos prontos a sair da nossa zona de conforto para nos encontrarmos cara a cara com o Jesus sofredor. Este Jesus cheio de necessidades de saúde, não só físicas, mas também mentais e espirituais. Este Jesus derrotado pela vida e pelos problemas e que perdeu a esperança. Este Jesus sedento de um abraço, de uma oração e da alegria de uma canção.

Entre caminhos de terra e poeirentos, sob o forte sol de Guanacaste no meio da Semana Santa, fomos de casa em casa, convivendo alegremente com as outras famílias missionárias e com aqueles que nos acolheram nas suas casas. No entanto, enquanto caminhávamos de uma casa para a outra, também se prestava a pensar em Jesus e nas experiências dos Seus últimos dias; a meditar sobre o Seu sofrimento no Jardim das Oliveiras; a pensar no maior presente que nos deixou com a instituição da Eucaristia; a acompanhá-lo na Sua Paixão e Morte, e a celebrá-lo na Sua Ressurreição. Entre as actividades, houve tempo para a reflexão pessoal, um dos grandes dons da missão.

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De San José de Pinilla a Paso Hondo

Para além das visitas de casa em casa, o pároco atribuiu-nos tarefas durante as tardes, tanto em San José de Pinilla como em Paso Hondo, uma pequena comunidade onde o pároco dificilmente consegue chegar. No Domingo de Ramos e durante todo o Tríduo Pascal, nós missionários fomos enviados para ajudar na liturgia, proclamando o Evangelho, levando Jesus na Eucaristia, conduzindo o Lava Pés e as Estações da Via Sacra. Já há algum tempo que não podiam celebrar estas festas devido à falta de um padre e foi um verdadeiro presente colaborar para que tal fosse possível. São momentos que nos marcam, que nos fazem ver a necessidade absoluta de rezar pelas vocações sacerdotais e a importância do nosso compromisso como leigos para com a Santa Igreja.

Missionários ou missionados?

Fomos em missão e regressámos missionados. Missionados por causa do amor das famílias que nos acolheram. Missionados por causa do sorriso e da gratidão da pessoa que nos disse que ia começar a rezar o Terço depois de muitos anos sem o fazer. Missionados pela senhora cega que, sem poder ver, sentiu a presença da Mãe com Jesus na sua casa. Missionados pela esperança da mãe com o seu filho preso à cadeira de rodas. Missionados pelo exemplo das próprias famílias que o fizeram juntamente connosco pela sua dedicação, alegria e amor. Missionados pelos membros do Ramo das Mães e pela sua abnegação e calor humano. Missionados e orgulhosos da nossa Juventude, que montaram as suas missões juvenis com uma devoção e dedicação que nos encheu a todos de esperança!

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O que retirámos este ano das missões?

Levámos connosco um coração repleto de experiências únicas, com novos vínculos entre as famílias missionárias e com a comunidade. Um coração grato por fazer parte da Família de Schoenstatt, unido e representado na Missão pelo Ramo das Famílias, o Ramo das Mães, a Comunidade Militante Apostólica, a Mãe Peregrina, a Juventude Feminina e Masculina, todos procurando seguir o apelo do Papa Francisco para ser este verdadeiro Schoenstatt em saída.

Um coração comovido, porque temos a certeza de que Jesus e a Mãe estavam ali, caminhando ao nosso lado, como tantas vezes fizeram com os Seus discípulos naquelas ruas de pó e pedra, acendendo o fogo do Seu amor nos nossos corações e exortando-nos a partilhar a Sua mensagem de fé, esperança e amor.

Muito obrigado por tanto Jesus e Mãezinha!

Fonte: www.schoenstattcostarica.org Com autorização.

Original: espanhol (19/6/2022). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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