Posted On 2019-08-28 In Aliança solidária

O CELAM ergue a voz pela Amazónia

AMAZÓNIA, Maria Fischer •

“Na Bolívia estamos a sofrer uma tragédia ambiental sem precedentes. Precisamos das vossas orações”, escrevem Alexandra Kempf e Roberto Henestrosa de Santa Cruz de la Sierra. Parte da floresta amazónica, dois terços da qual no Brasil, está a ser consumida pelas chamas, mas muito mais rapidamente do que nos últimos seis anos. O que originalmente começou em território brasileiro chegou agora às regiões fronteiriças com o Peru e a Bolívia. Na região de Santa Cruz, onde dentro de poucos meses um novo Santuário de Schoenstatt será abençoado, houve dezenas de incêndios florestais. —

A Amazónia arde. Arde no Brasil e na Bolívia… Apenas algumas semanas antes do Sínodo sobre a Amazónia.

A Conferência Episcopal Latino-Americano (CELAM) manifestou preocupação com a gravidade da tragédia dos incêndios florestais em muitas partes do mundo, especialmente na Amazónia. Os Bispos consideram que “os incêndios que consomem grande parte da flora e da fauna do Alasca, Gronelândia, Sibéria, Ilhas Canárias e, particularmente, da Amazónia” têm um impacto de “proporções planetárias”.

Solidariedade com os Povos Indígenas e com  a Amazónia

“A esperança pela proximidade do Sínodo Amazónico, convocado pelo Papa Francisco, está agora manchada pela dor desta tragédia natural”, e expressam a sua solidariedade com os povos indígenas que habitam este querido território: “Expressamos-lhes toda a nossa proximidade e unimos a nossa voz à deles para clamar ao mundo por solidariedade e pronta atenção para deter esta devastação”.

A mensagem dá conta da importância da Amazónia para a vida do planeta, mas também dos efeitos que a acção humana tem sobre este território: “Já o Instrumento de Trabalho do Sínodo adverte profeticamente: “Na selva amazónica, de vital importância para o planeta, desencadeou-se uma profunda crise por causa de uma prolongada intervenção humana, onde predomina uma ‘cultura do descarte’ (LS 16) e uma mentalidade extrativista. A Amazónia é uma região de rica biodiversidade, multi-étnica, pluri-cultural e pluri-religiosa, espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja”.

Apelo aos governos da região e à comunidade internacional

“Exortamos, prosseguem os Bispos do CELAM, os governos dos países amazónicos, especialmente o Brasil e a Bolívia, as Nações Unidas e a comunidade internacional a tomarem medidas sérias para salvar os pulmões do mundo. O que acontece com a Amazónia não é apenas uma questão local, mas global. Se a Amazónia sofre, o mundo sofre”.

Recordando as palavras do Papa Francisco, gostaríamos de “pedir, por favor, a todos aqueles que ocupam cargos de responsabilidade nos âmbitos económico, político e social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: [que] sejamos guardiões da Criação, do projecto de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do meio ambiente; que os sinais de destruição e morte não acompanhem o caminho deste nosso mundo” (Homilia no início do ministério petrino, 19 de Março de 2013), concluem os Bispos latino-americanos na sua mensagem.

O Instituto de Investigação Ambiental da Amazónia (IPAM), publicou na passada terça-feira (20/8/2019) uma nota onde informa que este ano 2019 registou um aumento dos incêndios em cerca de 60% em relação ao mesmo período de 2018. Mais da metade foi registada na região amazónica. Uma das causas é o desmatamento e as queimadas. Em países como a Bolívia, Paraguai e Peru, há incêndios há semanas com milhares de hectares consumidos.

Que Deus tenha piedade da Amazónia, da Bolívia e do Chaco paraguaio, que também sofrem com os incêndios. Numa Aliança Solidária – rezemos pela Amazónia.

 

Original: espanhol (24/8/2019). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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