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Posted On 2021-02-06 In Schoenstatt em saída

Pastoral do Surf

ARGENTINA, Pe. Santiago Arriola, União de Sacerdotes •

A Paróquia Padre Pio está localizada ao sul da cidade de Mar del Plata. Muitas praias e muitas ondas fazem parte do cenário vital das pessoas e famílias que participam nas comunidades. É por isso que as ondas e as praias também se tornaram parte do nosso ministério paroquial. —

A primeira iniciativa foi uma bênção de pranchas, na ponta da Baía de Waikiki, ao lado de uma imagem da Virgem de Luján. Uma imagem que tinha sido encontrada submersa por alguns mergulhadores tácticos na ponta daquela baía, e que depois foi colocada no local onde se encontra agora. Uma bênção levou à outra e hoje faz parte do calendário anual de bênçãos. Algumas destas bênçãos foram administradas pelo Bispo de Mar del Plata, Monsenhor Gabriel Mestre (que até partilhou algum tempo na água nadando com os surfistas e juntando-se à ronda clássica por detrás da rebentação, um gesto bem conhecido de fraternidade e comunhão no mar).

Aloha: um retiro para surfistas

Então, pouco tempo depois, surgiu o desejo de se fazer um retiro para os surfistas. Reunimos uma equipa com alguns jovens e adultos, alguns dos quais da Juventude Masculina e Feminina de Schoenstatt, e começámos a sonhar com isso. Porque era um sonho… um retiro para surfistas, com idas à água, tempos de oração, uma fogueira, fraternidade, e ondas. E isso aconteceu. Chamou-se “Aloha” (uma palavra havaiana usada para saudar, despedir e desejar amor e harmonia, muito apropriada à realidade do espaço que designava).

Foi incrível, do princípio ao fim de tudo, com aquele ar de presença e bênção de Deus, tudo muito natural, sincero e profundamente simples. Tudo era novo e belo. Entrámos juntos na água, divertimo-nos, fizemos uma fogueira na praia, bênção com água do mar, Adoração, momentos de reflexão e oração pessoal, momentos de partilha em grupo, vimos um filme, e fechámos com a Missa.

No ano seguinte veio Aloha II, e foi de novo uma experiência de imensa bênção!

E ainda estamos à espera do terceiro.

Nas margens do Mar com o Senhor

A outra bela e recorrente actividade da Pastoral do Surf acabou por ser a Missa na praia, também com muita simplicidade, na areia, aproveitando a prancha para Altar, com todo o seu simbolismo. Cantamos, rezamos juntos, partilhamos a Palavra. O local muda, de acordo com as condições meteorológicas e a previsão das ondas. Porque a Missa é quase sempre seguida de um bom mergulho na água partilhado com aqueles que se querem associar.

Durante este breve período da Pastoral do Surf, ficamos cheios de anedotas e coisas para guardar nos nossos corações, pequenas e grandes bênçãos que o Senhor nos foi presenteando e continua a presentear-nos ao longo do caminho. Lembro-me de uma Missa na praia em que, uma mãe, de repente, se juntou a nós e nos disse com emoção que o seu filho era surfista e tinha morrido naquele lugar. Para ela e para nós foi muito especial partilhar essa Missa, e colocar essa intenção no Altar, com aquele mar ao fundo, tão cheio de memórias e de afecto por aquele filho.

A Pastoral do Surf não é um espaço muito organizado, mas simplesmente a inquietação de partilhar juntos as ondas da fé e da vida, o desejo de crescer na experiência do encontro com Jesus, num cenário que, para o próprio Senhor sempre foi muito especial. Tantas cenas do Evangelho têm lugar na orla marítima… Ainda hoje!

Tem de se saber escolher a onda

A partir do surf e do mar podemos aprender muitas coisas sobre a vida e a fé. Navegar é como uma parábola de vida. Algumas destas belas lições que aprendemos e continuamos a aprender com cada novo mergulho são que “de fora tudo parece fácil” (na água e na vida); que “não se deve parar de remar” (na água e na vida); que “se deve saber escolher a onda” (na água e na vida); que “se deve saber sair da onda a tempo” (na água e na vida); e muitas mais.

O mar torna-nos humildes, porque não responde aos nossos desejos; dá-nos ondas quando quer, e as ondas que quer, não o podemos controlar à vontade. O mar torna-nos respeitadores face ao que nos excede e ultrapassa, ensina-nos a saber como nos retirarmos quando reconhecemos que, não vamos ser capazes de subir aquela onda. O mar abre-nos ao mistério, abre o horizonte do coração, alarga os pulmões da alma, acalma-nos com o seu balançar e a sua brisa, ensina-nos que estamos unidos para além de todas as diferenças, torna-nos contemplativos e por isso gratos.

Agradecemos a Deus por nos dar o dom de podermos partilhar a vida, a fé e as ondas; e esperamos, de braços abertos e de coração aberto, por qualquer pessoa que queira vir e partilhar algo desta experiência abençoada.

Fonte:  www.schoenstatt.org.ar, com autorização dos editores

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Original: espanhol (4/2/2021). Tradução: Lena Castro Valente, Lisboa, Portugal

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