Posted On 2015-01-15 In Francisco - Mensagem

Os céus abertos

FRANCISCO EM ROMA. O último Ângelus, antes do início da viagem do Papa Francisco ao Sri Lanka e Filipinas, teve como centro a festa do Batismo do Senhor que, como explicou o Santo Padre, conclui o tempo de Natal. Por isso, destacou , “um cristão e uma comunidade que estão “surdos” à voz do Espírito Santo, que o conduz a levar o Evangelho aos confins da terra e da sociedade, convertem-se também num cristão e numa comunidade “muda” que não falam e não evangelizam”. Com o acontecimento do Batismo de Jesus terminou o tempo dos “céus fechados” – explicou o Santo Padre – que indicam a separação entre Deus e o homem como consequência do pecado. “Os ‘céus abertos’, pelo contrário, disse, indicam que Deus deu a sua graça para que a terra dê o seu fruto. Deste modo, a terra transforma-se na morada de Deus entre os homens e cada um de nós tem a possibilidade de encontrar o Filho de Deus. Podemo-lo encontrar realmente presente nos sacramentos, especialmente na Eucaristia. Podemo-lo reconhecer no rosto dos nossos irmãos, em particular nos pobres, nos doentes, nos reclusos, nos refugiados que são, a carne viva do Cristo sofredor e a imagem visível do Deus invisível”.

TEXTO COMPLETO DA MENSAGEM DO PAPA

Queridos irmãos e irmãs, bom dia.

Hoje celebramos a festa do Batismo do Senhor, com o qual conclui o tempo de Natal. O Evangelho descreve o que aconteceu nas margens do Jordão. No momento no qual João Batista confere o batismo a Jesus, o céu abre-se. “A seguir – diz S. Marcos – ao sair da água, viu que os céus se abriam” (1,10). Recordamos a dramática súplica do profeta Isaías: “Se tu abrisses os céus e descesses” (Is 63,19). Esta invocação foi escutada no acontecimento do Batismo de Jesus. Assim terminou o tempo dos “céus fechados”, que indicam a separação entre Deus e o homem, como consequência do pecado. O pecado afasta-nos de Deus e interrompe a relação entre a terra e o céu, determinando assim a nossa miséria e o fracasso da nossa vida. Os céus abertos indicam que Deus deu a sua graça para que a terra dê os seus frutos (Cfr. Sal 85,13). Assim a terra converteu-se na morada de Deus entre os homens e cada um de nós tem a possibilidade de encontrar o Filho de Deus, experimentando todo o amor e a infinita misericórdia. Podemo-lo encontrar realmente presente nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia. Podemo-lo reconhecer no rosto dos nossos irmãos, em especial nos pobres, nos doentes e nos reclusos, nos refugiados: eles são a carne viva de Cristo sofredor e imagem visível de Deus invisível.

Com o Batismo de Jesus não só se abrem os céus, mas Deus fala novamente fazendo ressoar a sua voz: “Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência” (Mc 1,11). A voz do Pai proclama o mistério que se esconde no Homem batizado pelo Percursor.

Depois, a vinda do Espírito Santo, em forma de pomba, permite a Cristo, o Consagrado do Senhor, inaugurar a sua missão salvífica, que é nossa salvação. O Espírito Santo – o grande esquecido nas nossas orações: nós frequentemente rezamos a Jesus, oramos ao Pai, especialmente quando rezamos o Pai Nosso, mas não rezamos, frequentemente, ao Espírito Santo, é verdade. Não? É esquecido. E temos necessidade de pedir a sua ajuda, a sua fortaleza, a sua inspiração – o Espírito Santo que animou inteiramente a vida e o ministério de Jesus, é o mesmo Espírito que hoje guia a existência cristã, a existência de um homem e de uma mulher que dizem e que querem ser cristãos. Pôr a nossa vida de cristãos e a missão, que todos recebemos em virtude do batismo, sob a proteção do Espírito Santo, significa redescobrir a coragem apostólica necessária para superar fáceis comodidades mundanas. Pelo contrário, um cristão e uma comunidade “surdos” à voz do Espírito Santo, que nos impele a levar o Evangelho até aos confins da terra e da sociedade, tornam-se também um cristão e uma comunidade “mudos” que não falam e não evangelizam. Mas, lembrem-se disto: rezar frequentemente ao Espírito Santo para que nos ajude, nos dê a força, nos dê a inspiração e nos faça seguir em frente.

Que Maria, Mãe de Deus e da Igreja, acompanhe o caminho de todos nós batizados; nos ajude a crescer no amor a Deus e na alegria de servir o Evangelho, para dar assim sentido pleno à nossa vida.

SAUDAÇÕES DO PAPA AO FINALIZAR A ORAÇÃO MARIANA

Queridos irmãos e irmãs,

Saúdo-vos a todos, romanos e peregrinos!

Com muito gosto saúdo um grupo de estudantes dos Estados Unidos da América, como também a Associação de Laicos Amor Misericordioso. Há tanta necessidade hoje de misericórdia, e é importante que os fiéis laicos a vivam e a levem aos diversos ambientes sociais. Continuem, nós estamos a viver o tempo da misericórdia, este é o tempo da misericórdia.

Amanhã à tarde partirei para uma viagem apostólica ao Sri Lanka e às Filipinas. Obrigado pelo vosso cartaz, muito obrigado. E peço-lhes, por favor, que me acompanhem com a oração e peço também aos cingaleses e aos filipinos, que estão aqui em Roma, de orarem especialmente por mim, por esta viagem. Obrigado!

Desejo a todos um bom domingo, apesar do tempo estar um pouco feio, mas um bom domingo. Também hoje é um dia para recordar com alegria o batismo. Recordem aquilo que lhes pedi, saibam a data do vosso Batismo assim cada um de nós poderá dizer: eu fui batizado neste dia. Que hoje seja a alegria do Batismo. Não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até breve!


Original: italiano Tradução: Maria de Lurdes Dias, Lisboa/Portugal

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